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domingo, 19 de novembro de 2023

Como fazer caligramas

Salette Tavares, “Aranha”. Tipografia, 40cm x 40 cm. 
In “Brin Cadeiras”, Poesia Experimental-1, 1964
          


Como fazer caligramas:
passo a passo para criar pOEmaS deSenhadoS


  Um caligrama é um poema cujas palavras formam um desenho relacionado com o seu conteúdo. Nesta atividade, vais explorar a tua criatividade, desenhando caligramas com as tuas palavras ou utilizando formas pré-definidas que se relacionem com o tema que pretendes desenvolver.

    Para isso, segue as seguintes etapas:

1. Escolha do tema

    Escolhe um tema livre para o teu poema. Pode ser um objeto, um animal, uma comida, uma pessoa, um lugar, um sentimento ou uma ideia que queiras expressar visualmente e poeticamente.

2. Desenho do contorno

    Desenha um contorno simples no papel ou no computador, que represente o teu tema. Se estiveres a usar o papel, desenha com um lápis, não com uma caneta. Se estiveres a usar o computador, usa um programa de desenho, como o Paint ou o Gimp. O contorno deve ser claro e fácil de reconhecer.

3. Escrita do poema

    Escreve o teu poema normalmente, num documento à parte. Tenta expressar os teus sentimentos em relação ao tema.  Podes usar recursos poéticos, como rimas, aliterações, assonâncias, metáforas, comparações, etc. Evita tornar o poema muito longo; entre 6 a 12 linhas é um bom tamanho.

4. Incorporação do poema na forma

    Escreve o teu poema dentro do contorno que desenhaste, usando um lápis ou um editor de texto. Não te preocupes se as palavras não couberem bem dentro dos limites, pois podes ajustá-las depois. O importante é que as palavras sigam o formato do desenho e criem um efeito visual interessante. Por exemplo, podes escrever as palavras na horizontal, na vertical, na diagonal, de trás para frente e de cabeça para baixo. Podes repetir as palavras, cortá-las e juntá-las. Também podes usar diferentes tamanhos, cores e tipos de letras, se desejares.

5. Ajustes no tamanho da escrita

    Revê o teu caligrama e faz as alterações que achares necessárias. Verifica se o teu caligrama está legível, criativo, original e coerente com o tema. Pede a opinião de um colega ou do professor, se precisares de ajuda. Podes aumentar ou diminuir a tua escrita em certas partes do desenho, para que as palavras se adaptem melhor ao contorno. Podes apagar o teu primeiro rascunho e escrever o poema novamente quantas vezes quiseres até ficares satisfeito com o resultado.

6. Finalização

    Apaga o contorno do teu desenho, de modo que sejam apenas as palavras do teu poema que criem a imagem. Se estiveres a usar o computador, podes usar a ferramenta de apagar ou de preencher com a cor de fundo. 

Parabéns, acabaste de criar um caligrama!

J O S É C A R R E I R O

A escrita criativa na sala de aula

“A escrita criativa constitui uma das melhores formas de estimular os processos de pensamento, imaginação e divergência”, Elisabete Carnaz, Da criatividade à escrita criativa.

Desenhar com poesi

A escrita de caligramas é uma atividade que envolve diversos processos cognitivos, como a planificação, a textualização e a revisão, que são comuns a qualquer produção escrita. No entanto, a escrita deste tipo de textos também requer uma atenção especial à dimensão visual da linguagem, que implica o uso de recursos como a forma, a cor, a disposição e o tamanho das letras, para criar um efeito de sentido. Estimula também a imaginação e a criatividade, pois permite ao aluno expressar-se de forma original e inovadora, combinando palavras e imagens de acordo com o seu tema, o seu estilo e o seu propósito.

Aprendizagens a privilegiar:

  • Utilizar de modo proficiente diferentes linguagens e símbolos associados às línguas, à literatura, à música, às artes, às tecnologias (Área de Competência: Linguagens e textos, PASEO). 
  • Experimentar processos próprios das diferentes formas de arte (Área de Competência: Sensibilidade estética e artística, PASEO).

Avaliação:

  • Coerência e harmonia temática: existe uma relação lógica e harmoniosa entre o tema, o poema e o desenho no caligrama? 
  • Intencionalidade comunicativa: o caligrama transmite eficazmente a mensagem ou o tema escolhido? 
  • Adequação ao formato: o caligrama segue as orientações da atividade e enquadra-se na definição de poesia visual e caligrama?

Sequência didática:

A sequência didática proposta segue uma ordem lógica e progressiva de atividades, que visam desenvolver a habilidade de escrita de caligramas pelos alunos. Esta sequência apresenta também uma articulação entre os conteúdos, as atividades e a avaliação, que estão relacionados com o tema da poesia visual e com o conceito de caligrama. Além disso, a sequência didática utiliza recursos variados, como textos, imagens, diálogos, roteiros e ferramentas digitais que tornam a aprendizagem mais dinâmica, interativa e motivadora.

Primeira aula:

1. Introdução do conceito de poesia visual e contextualização da importância e relevância desta forma artística.

2. Observação dos poemas visuais “Escada” (de Jaime Salazar Sampaio), “Metro e meio de poesia” (de Gastão Debrex), "Velocidade" (de Ronaldo Azeredo) e "Pêndulo" (de E. M. de Melo e Castro), acompanhada de diálogo, em assembleia de turma, sobre as suas características distintivas e/ou semelhantes relativamente aos poemas estudados em aula.

Metro e meio de poesia, Gastão Debrex


3. Registo escrito da sistematização da leitura dos poemas visuais, com base em questões dos roteiros de leitura.

4. Definição de caligrama, de modo que os alunos entendam o que é um caligrama e como ele se relaciona com a poesia visual.

5. Como preparação da atividade do domínio da Escrita, procede-se à visualização de outros exemplos de poesia visual disponíveis no blogue Folha de Poesia, que abrangem diferentes estilos e técnicas, como o uso de colagens, recortes, símbolos e cores.



6. Produção individual de um caligrama, seguindo as orientações do roteiro/tutorial intitulado “Como fazer caligramas: passo a passo para criar pOEmaS deSenhadoS”.

(Nota: A tarefa de criação do caligrama poderá ser terminada como trabalho de casa.)

7. Elaboração de um portefólio de caligramas, publicado no Padlet da turma, com os seguintes propósitos:

- criar um corpus de referência, para, nas aulas de TIC, os alunos transformarem o roteiro/tutorial escrito num vídeo, onde incluirão os caligramas nas suas diferentes etapas de produção e a narração a explicarem os procedimentos que adotaram; 

- preparar a divulgação dos trabalhos numa exposição da Biblioteca Escolar;

Segunda e terceira aulas:

8. Exposição e apreciação dos trabalhos:

- cada aluno apresenta o seu trabalho à turma, indicando também os materiais ou o programa informático que utilizou na criação artística e explicando como a produção do poema foi significativa para si;

- cada aluno da turma elege o poema de que mais gosta e faz um comentário construtivo que realce os pontos fortes e sugira áreas que podem ser melhoradas no caligrama com base em critérios como: coerência e harmonia entre o tema, o poema e a imagem no caligrama; clareza e expressividade da mensagem transmitida; adequação do caligrama ao formato e às orientações da atividade.

9. Feedback global da atividade:

- expressão da opinião sobre a realização da atividade, usando a nuvem de palavras criada com a ferramenta digital Mentimeter, que permite responder à pergunta: «O que achaste da atividade de escrita criativa de um caligrama?». Cada aluno deve escrever uma ou mais palavras que expressem o seu sentimento ou opinião sobre a atividade. As palavras mais repetidas aparecerão em maior destaque na nuvem de palavras, que será projetada na sala de aula;

- avaliação dos resultados pelo professor e síntese final, destacando os aspetos mais relevantes da atividade e as possíveis melhorias para o futuro.


J o s é s a C é r a C a r a r r r e e e i i i r r r o o o J J s



Poderás também gostar de:




CARREIRO, José. “Como fazer caligramas". Portugal, Folha de Poesia2023-11-19. Disponível em https://folhadepoesia.blogspot.com/2023/11/como-fazer-caligramas.html


sábado, 29 de abril de 2023

Poemas Fibonacci

 

 

A ideia dos Fibs foi lançada neste post do blogue Gottabook. A repercussão foi tanta que em alguns dias, foi parar no Slashdot e até no New York Times... Coincidentemente, o mês de abril é o mês nacional da poesia (National Poetry Month) e o mês de atenção à matemática (Math Awareness Month).

Ram Rajagopal, “Poesia em Fibonacci” in Digestivo Cultural, 14-04-2006

 


[…] Fibonacci foi um matemático italiano entre os séculos XII e XIII que popularizou os numerais indo-arábicos, utilizados nos dias de hoje, e é o responsável por sua famosa sequência, obtida através de uma lei de formação, que se inicia, de acordo com uma das suas definições, com os números 0 e 1, onde cada termo seguinte é a soma dos dois anteriores. Em linguagem matemática, seja f(0) = 0 e f(1) = 1, então, para todo n pertencente ao conjunto do números inteiros e maiores que 1, f(n) = f(n-1) + f(n-2). Assim, na infinita Sequência de Fibonaccitemos: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, …, onde o terceiro termof(2) = 1, igual a soma 0+1, f(3) = 2, igual a 1+1; f(4) = 3,ou seja, 1+2; f(5) = 5, obtido por2+3; f(6) = 8, 3+5, e assim por diante.

Esta sequência tem aplicações na análise de mercados financeiros, na teoria dos jogos, na computação, etc., e na própria natureza, onde faz-se notar em configurações na botânica, como por exemplo, na disposição dos galhos de árvores. Se observarmos um ananás, por exemplo, observamos que numa de suas espirais de formação há um número da Sequência de Fibonacci.

A Sequência de Fibonacci também inspira expressões literárias.

Num modismo recente, ressurgem os poemas de Fibonacci, denotados simplesmente por “Fib”. Esses poemas são versos de múltiplas linhas cuja base de formação pode ser o número de sílabas, estilo haiku – forma curta de poesia japonesa, ou o número de palavras em cada linha. Todos iniciam com o “zero”, que corresponde a um momento de silêncio, para dar início a declamação.

Comenta-se que essa forma de poesia deve ter surgido antes de Fibonacci e que o mesmo notou a sua sequência num texto sânscrito do século XII. Também há a referência, mas ainda não bem documentada, de que o poeta e matemático indiano Pingala (III ou II séculos a.C.) possuiu as mesmas ideias base para a Sequência de Fibonacci, denominando então os números desta sequência de “matraameru”, e também a noção do conhecido Triângulo de Pascal, em que cada valor de uma linha no triângulo é igual a soma de dois valores logo acima, denotando-os por “meru-prastaara”.

Para relembrar, o Triângulo de Pascal, inicia com o número 1, no topo de uma forma triangular, considerada a linha zero (0), e logo abaixo, na linha (1), temos dois números 1. As linhas seguintes iniciam e terminam sempre com o número 1, e são formadas pelas adições de dois números consecutivos da linha anterior. Assim, na próxima linha, a linha (2), iniciamos com 1, depois temos 2 (= 1+1), os números da linha anterior, e terminando novamente com 1. Na terceira linha, temos o início com 1, depois 3 (= 1+2), de seguida, 3 (= 2+1), e no fim 1. Na quarta linha, temos, 1, depois 4 (= 1+3), de seguida 6 (= 3+3), depois 4 (= 3+1), e finalmente 1.


Expondo essas linhas em sequência temos: (0) 1; (1) 1 1; (2) 1 2 1; (3) 1 3 3 1; (4) 1 4 6 4 1. Obviamente a quinta linha será, (5) 1 5 10 10 5 1, a sexta, (6)1 6 15 20 15 6 1, e assim por diante. (vide imagem 1) Notamos que apenas nas linhas ímpares há uma repetição de somas.

Uma das propriedades do Triângulo de Pascal é que a soma de uma linha corresponde a uma potência de base 2 cujo expoente é a indicação da linha, ou seja, temos: 1 = 2^0; 2 = 2^1 = 1+1; 4 = 2^2 = 1+2+1; 8 = 2^3 = 1+3+3+1; 16 = 2^4 = 1+4+6+4+1, e assim por sucessivamente.

Esta relação também seria interessante de observar em poemas respeitando os números existentes em cada linha. Vamos ver como ficaria um curto poema considerando, por exemplo, a quarta linha, 1 4 6 4 1, e o número de palavras em cada linha do poema:

TP I

(1) Eu,

(4) sonhador num tempo distante,

(6) ouvindo a voz de quem partiu

(4) disfarçado em vento errante,

(1) sucumbi

 

No poema Fib, as suas linhas vão sempre crescendo, quer em número de sílabas, quer em número de palavras, consoante a opção do poeta, fazendo com que a sua composição seja um grande desafio. Nesses poemas, a rima não é obrigatória.

Vamos dar dois exemplos. Um referente ao número de sílabas, Fib I, e outro em relação ao número de palavras, Fib II.

Fib I – sílabas (autora Beth M. Costas)

(0) (silêncio)

(1) Eu,

(1) Sem

(2) Saber

(3) Conversar,

(5) Caneta na mão,

(8) Compus um poema d’amor!

 

Fib II – palavras (autor Lepidopterae 28/3/2017)

(0) (silêncio)

(1) Pensamentos

(1) Constantes

(2) Procurando respostas

(3) Chegam mais dúvidas,

(5) Não sei parar de pensar


 

O número de espirais, em ambas as direcções, desta cabeça de girassol é 21 e 34, dois números de Fibonacci consecutivos.

Em vários dialetos e inovando a apresentação, podemos ler muitos poemas que relacionam a aplicação dos números de Fibonacci à natureza. O poema seguinte intitula-se Flor de Fibonacci, é da autoria do professor de filosofia e poeta de Barcelona Ramón Pereira e encontra-se no livro Hachís (Poesia 2005-2011). Apesar de não seguir a sequência rigorosamente, não deixa de ser interessante, (vide imagem 2) cuja tradução é a que se segue: Esta é a flor de Fibonacci. Se quiser cheirar seu néctar, dissolva na sequência dourada. Na matemática invisível, uma flor cresce, nada é o que parece ser.


imagem 2



Envolta em tanta poesia, deixo o meu contributo num original Fib em palavras, de título “Ser, ou não, capaz”.

Fib III

(0) (silêncio)

(1) Sou,

(1) ou

(2) não sou,

(3) um ser capaz.

(5) Capaz de ver e perceber!

(8) Capaz de olhar para além do racional imediato,

(13) ou apenas ver o óbvio sem sentir o que está ao seu redor.

(21) Somos seres com sentidos, sentimentos, capazes de atos de bondade e de guerra, mas também de escolha do que queremos ser…

 

Agora, lançamos aqui o desafio para que o leitor também crie os seu “Fib(s)”, quer em sílabas, quer em palavras, ou mesmo utilizando o Triângulo de Pascal. Boas escritas!

Helena Sousa Melo, Correio dos Açores, 13-04-2023

 



El ejemplo más conocido de poesía en la cual se utiliza la sucesión de Fibonacci para dotar de estructura al poema es la obra Alfabeto (1981), de la escritora danesa Inger Christensen (1935-2009). Esta obra poética está formada por 14 poemas, cada uno de los cuales tiene tantos versos como el número correspondiente de la sucesión de Fibonacci (1-610) y su primer verso empieza por la letra correspondiente del alfabeto (A-N). Os dejamos un par de sitios, de Marta Macho, donde podéis leer más sobre esta conocida obra: Alfabeto, de Inger Christensen, en divulgamat e Inger Christensen: letras abrazando a Fibonacci, en Mujeres con Ciencia.

Como nos cuenta Sarah Glaz en su artículo Poems structured by integer sequences, existen otros poemas cuya estructura se apoya en esta sucesión numérica. Un ejemplo, de 1981, es el poema en prosa Tjanting, del poeta norteamericano Ron Silliman, en el cual cada número de Fibonacci determina el número de frases de cada párrafo. El poema tiene 200 páginas y termina con el número de Fibonacci 4181.

Otro ejemplo es el poema Fibonacci de la poeta de Nueva York Judith Baumel, perteneciente a su libro The Weight of Numbers – El peso de los números (1988). Cada uno de las estrofas del poema tiene número de versos igual a un número de Fibonacci, 1, 1, 2, 3, 5, 8 y 13. Así mismo, la temática del poema está relacionado con nuestra sucesión y algunas de sus propiedades.

Fibonacci

Call it windfall

finding your calculation

come, finally,
to the last decimal point of pi.

In the silence of January snow
a ladybug survives the frost
and appears on the window pane.

She drawls a tiny space.
Hesitant. Reverses. Forward,
like a random-number generator,
the walking computer frog
who entertains mathematicians.

Think of the complexity
of temperature, quantification
of that elusive quality “heat.”
Tonight, for instance,
your hands are colder than mine.
Someone could measure
more precisely than we
the nature of this relationship.

Learn the particular strength
of the Fibonacci series,
a balanced spiraling
outward of shapes,
those golden numbers
which describe dimensions
of sea shells, rams’ horns,
collections of petals
and generations of bees.
A formula to build
your house on,
the proportion most pleasing
to the human eye.

 

Ler mais em: “Poemas Fibonacci”, Cuaderno de Cultura Científica. Raúl Ibáñez, Universidade do País Basco, 18-04-2018. Disponível em: https://culturacientifica.com/2018/04/18/poemas-fibonacci/

 

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Como fazer um poema visual



A poesia visual, para além de trabalhar a polissemia das palavras, explora também significados associados à disposição das palavras na folha.



POEMA VISUAL 0 – CALIGRAMA / WORD ART

O termo caligrama refere-se a um texto, habitualmente um poema, em que há uma associação entre a disposição gráfica das palavras e/ou letras e o seu conteúdo.

Por exemplo, no caso do poema de Ronaldo Azeredo, a repetição da letra -v- e a forma como esta preenche a página remetem para a ideia de velocidade, que corresponde à palavra que é trabalhada.



No caligrama «Escada», de Jaime Salazar Sampaio, a disposição das linhas e das palavras representa uma escada e o seu patamar. Através da metáfora utilizada na expressão «escada forrada de palavras» associa-se a realidade das palavras à realidade da escada através da representação de uma imagem em que as palavras acompanham os degraus. Quando se chega ao patamar, volta-se rapidamente ao ponto de partida.



Explora tua criatividade, desenhando caligramas com as tuas palavras ou utilizando formas pré-definidas que se relacionem com o tema que pretendes desenvolver:

  • Por exemplo, escolhe um objeto para ser o tema do teu poema. Boas sugestões para iniciantes podem ser animais ou comidas favoritas.

  • Desenha um contorno simples no papel ou no computador. Se estiveres a usar o papel, desenha com um lápis, não com uma caneta.

  • Escreve o teu poema normalmente. Tenta descrever como o assunto te faz sentir. As palavras serão encaixadas no teu desenho, portanto, não o tornes muito longo (entre 6 a 12 linhas é, provavelmente, um bom tamanho).

NÃO É OBRIGATÓRIO RIMAR!

  • Escreve (a lápis ou no computador) o teu poema dentro da forma. Não há problema se ainda não couber bem dentro dos limites, porque é aqui que descobres se precisas aumentar ou diminuir a escrita.

  • Decide se precisas aumentar ou diminuir a tua escrita em certas partes do desenho, então apaga o teu primeiro rascunho e escreve o poema novamente. Podes repetir este procedimento até ficares satisfeito com o resultado.

  • Por fim, apaga o contorno da tua forma, de modo que sejam apenas as palavras do teu poema que criam a imagem! Se estavas escrevendo a lápis, agora podes passar as palavras com a caneta!  (https://www.poetry4kids.com/lessons/how-to-write-a-concrete-poem)


Para criares o teu poema, à maneira dos poetas “concretistas”, podes também utilizar um gerador de poesia visual ("Wordcloud generator" ou "Nuvem de Palavras"disponível nas hiperligações a seguir:





POEMA VISUAL 1 – CORTAR PALAVRAS

Pega em algo que escreveste recentemente.
Pode ser uma nota ou uma mensagem de texto (sms).
Extrai um fragmento do texto.
Podes reescrevê-lo, imprimi-lo e recortá-lo.
Junta as palavras novamente para criar um poema.

Até que ponto a alteração das palavras te permite enfatizar as partes importantes do poema?

Os primeiros artistas que criaram poemas desta maneira quebraram muitas regras e conceitos pré-concebidos sobre a escrita poética. 

"Tipografia Bizzeffe", Ardengo Soffici


POEMA VISUAL 2 – APROPRIAÇÃO

Apropriação: a prática de incorporar elementos de um trabalho literário ou visual pré-existente com a finalidade de criar um novo objeto artístico.

Carrie Mae Weems, no exemplo que se segue, apropriou-se de fotografias de afro-americanos do séc. XIX.

"From Here I Saw Happened And I Cried" (1995)

A artista ampliou e reimprimiu as fotografias em vermelho, reenquadrando-as com as suas próprias palavras gravadas em vidro.
Weems justapõe o texto e a imagem para criar algo novo.
Por causa dessas mudanças, como experiencias o retrato de forma diferente?

Seleciona uma fotografia importante para ti e transforma-a, utilizando um editor de imagem (saturação da cor, luminosidade, contraste, nitidez…).
A seguir, sobrepõe as tuas próprias palavras à imagem, isto é, diz algo importante sobre a tua fotografia. (Que mistério estará oculto na frase poética que criaste?)





POEMA VISUAL 3 – COLAGEM

Recorta figura(s) ou objeto(s) de fotografia(s).
Combina as imagens de uma maneira que nunca verias na vida real.
Atribui um título ao trabalho, com as palavras selecionadas numa citação favorita, filme ou poema.


Como é que um título emprestado altera o significado de uma obra de arte?

Onde vês mais poesia visual?
Onde vês poesia visual na tua vida?


Fonte: «How to Make a Visual Poem», The J. Paul Getty Museum, 2013 (adaptado)




Poderás também gostar de:








CARREIRO, José. “Como fazer um poema visual”. Portugal, Folha de Poesia, 27-05-2020. Disponível em https://folhadepoesia.blogspot.com/2020/05/como-fazer-um-poema-visual-getty-museum.html