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domingo, 23 de julho de 2023

Proençaes soem mui bem trobar, D. Dinis

 


Proençaes soem mui bem trobar
e dizem eles que é com amor;
mais os que trobam no tempo da frol
e nom em outro, sei eu bem que nom
am tam gram coita no seu coraçom
qual m’eu por mia senhor vejo levar.

Pero que trobam e sabem loar
sas senhores o mais e o melhor
que eles podem, sõo sabedor
que os que trobam quand’a frol sazom
á, e nom ante, se Deus mi perdom,
nom am tal coita qual eu ei sem par.

Ca os que trobam e que s’alegrar
vam eno tempo que tem a color
a frol consigu’e, tanto que se for
aquel tempo, logu’em trobar razom
nom am, nom vivem em qual perdiçom
oj’eu vivo, que pois m’á de matar.

D. Dinis (CV 127, CBN 489)

A Lírica Galego-Portuguesa, 2.ª ed., edição de Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos, Lisboa, Comunicação, 1985, p. 286.

 

Notas

soem (verso 1) – costumam.

mais (verso 3) – mas.

frol (verso 3) – flor.

coita (verso 5) – sofrimento amoroso.

levar (verso 6) – suportar; sofrer.

Pero que (verso 7) – embora.

quand’a frol sazom / á (versos 10 e 11) – na estação das flores.

par (verso 12) – igual; semelhante.

Ca (verso 13) – pois; porque.

tanto que se for / aquel tempo, logu’em trobar razom / nom am (versos 15 a 17) – assim que acaba aquele tempo, logo deixam de ter razões para trovar.

 

Análise de uma composição trovadoresca galego-portuguesa

1. Apresentação:

Identificação: «Proençaes soen mui ben trobar»

Género: cantiga de amor e simultaneamente sátira literária

Presença nos cancioneiros: CV 127, CBN 489

Autor: D. Dinis

 

2. Paráfrase da cantiga: (por Natália Correia, Cantares dos Trovadores Galego-Portugueses):

 

Os provençais que bem sabem trovar!
e dizem eles que trovam com amor,
mas os que só na estação da flor
vejo trovar jamais no coração
semelhante tristeza sentirão
qual por minha senhora ando a levar.

Muito bem trovam! Que bem sabem louvar
as suas bem-amadas! Com que ardor
os provençais lhes tecem um louvor!
Mas os que trovam durante a estação
da flor e nunca antes, sei que não
conhecem dor que à minha se compare.

Os que trovam e alegres vejo estar
quando na flor está derramada a cor
e que depois quando a estação se for,
de trovar não mais se lembrarão,
esses, sei eu que nunca morrerão
da desventura que vejo a mim matar.

 

3. Tema/ Assunto: contraposição da sinceridade amorosa peninsular ao artificialismo do amor à maneira provençal.

 

4. Estrutura formal: 3 estrofes uníssonas e «capcaudadas».

10a 10b 10b 10c 10c 10a

 

5. Questionário sobre a cantiga “Proençaes soen mui ben trobar”, de D. Dinis.

5.1. Explicite o contraste que o trovador estabelece, na primeira estrofe, entre a sua prática poética e a dos «Proençaes» (verso 1).

5.2. Analise o valor simbólico atribuído, ao longo do poema, à palavra «frol».

5.3. Refira duas características temáticas que permitem integrar este texto no conjunto das cantigas de amor.

5.4. Neste poema, é possível reconhecer traços de sátira literária.

Comprove esta afirmação, com base em dois aspetos relevantes.

 

Explicitação dos cenários de resposta

5.1. Na resposta, devem ser desenvolvidos os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Na primeira estrofe, o trovador estabelece um contraste entre a sua prática poética e a dos «Proençaes» (v. 1) do modo seguinte:

− a prática poética do trovador, ao contrário da dos «Proençaes» (v. 1), não se limita a uma certa estação do ano (como se subentende por «trobam no tempo da frol / e nom em outro» vv. 3-4);

− o trovador considera que os «Proençaes» (v. 1) sofrem muito menos por amor do que ele («nom / am tam gram coita no seu coraçom» vv. 4-5).

5.2. Na resposta, devem ser desenvolvidos dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

Ao longo do poema, a palavra «frol» adquire um valor simbólico:

− como marca da primavera, literariamente conotada com o amor e com a poesia («tempo da frol» v. 3 , aquele em que os «Proençaes» v. 1 costumam trovar);

− como indício da chegada de uma estação do ano («quand'a frol sazom / á» vv. 10-11) propícia ao sentimento amoroso;

− como sugestão de um ambiente alegre e cheio de cor («eno tempo que tem a color / a frol consigu'» vv. 14-15).

5.3. Na resposta, devem ser desenvolvidos dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

O texto pode integrar-se no conjunto das cantigas de amor com base nestas características:

− a afirmação do sofrimento por amor, ou coita amorosa, de que padece o sujeito poético («gram coita» v. 5; «tal coita» v. 12);

− a devoção a uma mulher amada, designada por «mia senhor» (v. 6);

− um sentimento tão intenso que leva o sujeito poético a prever a sua morte por amor («em qual perdiçom / oj’eu vivo, que pois m’á de matar» vv. 17-18).

5.4. Na resposta, devem ser desenvolvidos os dois tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes.

A presença de traços de sátira literária neste poema pode ser comprovada com base nos aspetos seguintes:

− a expressão «dizem eles» (v. 2) sugere uma desconfiança irónica no que respeita à motivação dos «Proençaes» (v. 1);

− ao longo do poema, a prática poética dos «Proençaes» (v. 1) é desdenhada pelo sujeito poético (por nela reconhecer sinais de artificialismo).

(Questionário disponível no Exame Final Nacional de Literatura Portuguesa. Prova 734 | 2.ª Fase | Ensino Secundário | 2023 | 11.º Ano de Escolaridade | Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho | Decreto-Lei n.º 22/2023, de 3 de abril. República Portuguesa – Educação / IAVE-Instituto de Avaliação Educativa, I.P.)

 

 

   Poderá também gostar de:

 

Lição n.º 43 de Português – 7.º e 8.º anos (Projeto #EstudoEmCasa), sobre "Os provençais que bem sabem trovar" e "Cantiga sua, partindo-se", 2021-04-20.

► Assistir à aula da Professora Tereza Cadete Sampainho, em https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/p7828/e538278/portugues-7-e-8-anos

 

“Poesia trovadoresca galego-portuguesa”, José Carreiro. In: Folha de Poesia, 2018-05-18. Síntese didática disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2018/05/poesia-trovadoresca-galego-portuguesa.html



segunda-feira, 19 de junho de 2023

Quem vê, Senhora, claro e manifesto, Camões


 


     Quem vê, Senhora, claro e manifesto1
o lindo ser de vossos olhos belos,
se não perder a vista só em vê-los,
já não paga o que deve a vosso gesto2.

     Este me parecia preço honesto;
mas eu, por de vantagem merecê-los,
dei mais a vida e alma por querê-los,
donde já me não fica mais de resto.

     Assi que a vida e alma e esperança
e tudo quanto tenho, tudo é vosso,
e o proveito disso eu só o levo.

     Porque é tamanha bem-aventurança3
o dar-vos quanto tenho e quanto posso
que, quanto mais vos pago, mais vos devo.

 

Luís de Camões, Rimas, edição de A. J. da Costa Pimpão, Coimbra, Almedina, 1994, p. 125.

 

_________

1 claro e manifesto – de forma clara e incontestável.
2 gesto – rosto.
3 bem-aventurança – grande felicidade.

 



1. Explicite, com base em dois aspetos significativos, o modo como o sujeito poético reage à figura feminina evocada no poema. Fundamente a sua resposta com transcrições pertinentes.

2. Considere as afirmações seguintes sobre o soneto.

(A) O sujeito poético dirige-se à Senhora através de uma apóstrofe.

(B) A expressão «perder a vista» (verso 3) é usada com sentido metafórico.

(C) O sujeito poético arrepende-se de desejar algo cujo preço elevado o impede de saldar a dívida.

(D) O poema ilustra o estilo engenhoso do poeta, nomeadamente no último terceto, quando recorre à

antítese e ao paralelismo alcançado através do jogo de palavras.

(E) Entre a Senhora e o sujeito poético existe uma relação de igualdade.

Identifique as duas afirmações falsas.

 

3. Selecione a opção que completa corretamente a frase seguinte.

Na segunda quadra, o sujeito poético pretende enfatizar

(A) a sua entrega incondicional, a fim de ser merecedor de admirar a beleza singular dos olhos da Senhora.

(B) o seu descontentamento por ter de pagar o «preço honesto» exigido a quem contempla a Senhora.

(C) o contraste entre o preço a pagar para contemplar a Senhora e a bem-aventurança que alcança.

(D) a ideia de que, ao dar a vida e a alma para ser merecedor da beleza da Senhora, se iguala aos outros.

 

4. Leia a cantiga de amor a seguir transcrita, tendo em vista o estabelecimento de uma comparação com o soneto camoniano “Quem vê, Senhora, claro e manifesto”.

 

A dona que eu am’e tenho por senhor
amostrade-mi-a, Deus, se vos en prazer for1,
     senom dade-mi2 a morte.

A que tenh’eu por lume3 destes olhos meus
e por que choram sempr’, amostrade-mi-a, Deus,
     senom dade-mi a morte.

Essa que vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, ai, Deus!, fazede-mi-a veer4,
     senom dade-mi a morte.

Ai Deus! que mi a fezestes mais ca mim amar5,
mostrade-mi-a, u6 possa com ela falar,
     senom dade-mi a morte.

 

Cantigas Medievais Galego-Portuguesas, Vol. I, edição de Graça Videira Lopes, Lisboa, Biblioteca Nacional de Portugal, 2016, pp. 151-152.

 

___________

1 amostrade-mi-a, Deus, se vos en prazer for – mostrai-ma, Deus, se vos agradar. 
2 dade-mi – dai-me. 
3 lume – luz. 
4 fazede-mi-a veer – fazei-me vê-la. 
5 mi a fezestes mais ca mim amar – fizeste com que eu a amasse mais do que a mim próprio. 
6 u – onde.

 


4.1. Escreva uma breve exposição na qual compare os dois poemas quanto às ideias expressas.

A sua exposição deve incluir:

uma introdução;

um desenvolvimento no qual explicite um aspeto em que os poemas se aproximam e um aspeto em que os poemas se distinguem;

uma conclusão adequada ao desenvolvimento do texto.

 

Explicitação de cenários de resposta

Nota: Nos tópicos de resposta de cada item, as expressões separadas por barras oblíquas à exceção das utilizadas no interior de cada uma das transcrições correspondem a exemplos de formulações possíveis, apresentadas em alternativa. As ideias apresentadas entre parênteses não têm de ser obrigatoriamente mobilizadas para que as respostas sejam consideradas adequadas.

1. Devem ser abordados dois dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

- o fascínio pela beleza da Senhora, refletida nos seus olhos, ideia patente em «o lindo ser de vossos olhos belos, / se não perder a vista só em vê-los» (vv. 2 e 3);

- a veneração da Senhora/a submissão à Senhora, evidente na entrega total do sujeito poético («tudo quanto tenho, tudo é vosso» – v. 10);

- a felicidade do sujeito poético que deriva da sua entrega plena/devoção à amada («é tamanha bem-aventurança / o dar-vos quanto tenho e quanto posso» – vv. 12 e 13).

2. Chave de correção: C e E.

3. Chave de correção: A.

4.1. Relativamente a cada aspeto, deve ser abordado um dos tópicos seguintes, ou outro igualmente relevante.

Os poemas aproximam-se, na medida em que:

- ambos os sujeitos poéticos revelam uma profunda devoção pelas suas senhoras, o que se evidencia no facto de o sujeito poético do soneto de Camões descrever a amada como aquela a quem deu «a vida e alma e esperança / e tudo quanto tenho, tudo é vosso» (vv. 9 e 10), enquanto o sujeito poético da cantiga de amor descreve a amada como a luz dos seus olhos (v. 4)/aquela que ama mais do que a si mesmo (v. 10)/aquela a quem serve/presta vassalagem (v. 1);

- ambos os sujeitos poéticos enaltecem as damas por quem estão apaixonados, destacando a sua beleza, o que está patente no facto de o sujeito poético do soneto de Camões descrever a «Senhora» como alguém cujos olhos belos fascinam quem a vê («o lindo ser de vossos olhos belos, / se não perder a vista só em vê-los» – vv. 2 e 3), enquanto o sujeito poético da cantiga de amor descreve a amada como um ser criado por Deus, que a fez a mais bela de todas as mulheres (vv. 7 e 8).

Os poemas distinguem-se, na medida em que:

- no soneto, o sujeito poético exprime comprazimento na entrega total de si à dama, o que se evidencia, por exemplo, nos versos 7 e 8 («dei mais a vida e alma por querê-los, / donde já me não fica mais de resto.») e nos versos 12 e 13 («é tamanha bem-aventurança / o dar-vos quanto tenho e quanto posso»), enquanto, na cantiga de amor, o sujeito poético expressa o seu sofrimento amoroso (coita d’amor), pedindo a Deus que lhe dê a morte, se não puder ver a amada (vv. 2 e 3, 5 e 6, 8 e 9) ou com ela falar (vv. 11 e 12);

- no soneto, o sujeito poético faz referência aos olhos femininos para enfatizar a beleza da «Senhora», como se constata em «Quem vê, Senhora, claro e manifesto / o lindo ser de vossos olhos belos» (vv. 1 e 2), enquanto, na cantiga de amor, o sujeito poético se refere aos seus próprios olhos para evidenciar o seu sofrimento devido à ausência da amada, como se verifica em «destes olhos meus / e por que choram sempr’» (vv. 4 e 5).

 

Fonte: Exame Final Nacional de Português n.º 639 (Versão 1) – Ensino Secundário, 12.º Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho | Decreto-Lei n.º 22/2023, de 3 de abril). República Portuguesa – Educação / IAVE– Instituto de Avaliação Educativa, I.P., 2023, 1.ª Fase

 

quarta-feira, 22 de março de 2023

Mia irmana fremosa, treides comigo (Cantiga de Amigo)


 






5






10


Mia irmana fremosa, treides1 comigo
a la igreja de Vig’2, u3 é o mar salido4:
       E miraremos las ondas!

Mia irmana fremosa, treides de grado5
a la igreja de Vig’, u é o mar levado6:
       E miraremos las ondas!

A la igreja de Vig’, u é o mar salido,
e verra i7, mia madre, o meu amigo:
       E miraremos las ondas!

A la igreja de Vig’, u é o mar levado,
e verra i, mia madre, o meu amado:
       E miraremos las ondas!

Martim Codax (B 1280/V 886/PV 3)

A Lírica Galego-Portuguesa, edição de Elsa Gonçalves e Maria Ana Ramos, 2.ª ed., Lisboa, Comunicação, 1985, p. 262.

_________
1 treides – vinde.
2 Vig’ – Vigo.
3 u – onde.
4 salido – agitado.
5 de grado – de vontade; com gosto.
6 levado – agitado.
7 verra i – virá aí.

Nesta cantiga de Martim Codax “a donzela incita a sua irmã formosa a irem ao santuário de Vigo, onde o mar é bravo, para olharem as ondas. Na verdade, como compreendemos nas duas últimas estrofes, essa ida é um pretexto para estar com o seu amigo, que também lá irá (como confessa, dirigindo-se agora à mãe). Note-se, de resto, como o refrão, mantendo-se inalterado, ganha, nestas estrofes finais, um outro (ambíguo) sentido”.

Fonte: Lopes, Graça Videira; Ferreira, Manuel Pedro et al. (2011-), Cantigas Medievais Galego Portuguesas [base de dados online]. Lisboa: Instituto de Estudos Medievais, FCSH/NOVA. [Consulta em 2023-03-21] Disponível em: https://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1310&pv=sim




 

Paráfrase da cantiga

Minha irmã formosa, vinde comigo
à igreja de Vigo, que fica no meio do mar:
       E miraremos as ondas!

Minha irmã formosa, vinde com vontade
À igreja de Vigo, onde o mar é levantado:
       E miraremos as ondas!

À igreja de Vigo, que fica no meio do mar,
e virá aí, minha mãe, o meu amigo:
       E miraremos as ondas!

À igreja de Vigo, onde o mar é levantado,
e virá aí, minha mãe, o meu amado:
       E miraremos as ondas!



 

Questionário sobre a cantiga de Martim Codax

1. Refira dois dos sentimentos que motivam o sujeito de enunciação desta cantiga a ir a Vigo. Apresente, para cada um desses sentimentos, uma transcrição pertinente.

2. Explicite o papel da natureza nesta cantiga, bem como o valor simbólico que assume.

3. Complete as afirmações seguintes, selecionando a opção adequada a cada espaço.

Na folha de respostas, registe apenas as letras – a), b) e c) – e, para cada uma delas, o número que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.

Do ponto de vista formal, esta cantiga classifica-se como paralelística. Uma evidência dessa estrutura formal é a).

Quanto ao desenvolvimento temático, é de assinalar, por um lado, o facto de, em todas as estrofes, o sujeito poético se dirigir a um interlocutor; a partir da terceira estrofe, esse interlocutor passa a ser b).

Por outro lado, constata-se que, nas duas últimas estrofes, o sentido do verso «E miraremos las ondas!» evolui, podendo, mais claramente, ser associado c).

a)

b)

c)

1. o facto de todos os dísticos terem o mesmo número de sílabas métricas

2. a existência de quatro estrofes, todas elas constituídas por tercetos

3. a repetição dos versos da primeira estrofe na segunda estrofe e da terceira estrofe na quarta estrofe,

com variação das palavras em

posição de rima

1. o mar revolto

2. a mãe

3. a irmã

1. à ideia de proximidade entre a donzela e o seu amado

2. à permanente vigilância que familiares exercem sobre a donzela

3. à preocupação da donzela com o estado do mar

 

Explicitação de cenários de resposta:

1. Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

o amor, patente, por exemplo, em «o meu amigo» (v. 8) ou «o meu amado» (v. 11);

a esperança de ver o seu «amigo», patente, por exemplo, em «e verra i, mia madre, o meu amigo» (v. 8) ou «E miraremos las ondas!» (refrão).

2. Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:

o espaço físico constitui o cenário natural para o encontro entre a donzela e o amigo;

o mar agitado espelha, simbolicamente, o estado de alma da donzela, que espera com ansiedade encontrar o seu amigo.

3. Chave de correção: a-3; b.2; c-1.

 

Fonte: Exame Final Nacional de Português n.º 639 – Ensino Secundário, 12.º Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho | Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho). Portugal, IAVE– Instituto de Avaliação Educativa, I.P., 2020, 2.ª Fase

 


     Poderá também gostar de:

 “Poesia trovadoresca galego-portuguesa”, José Carreiro. In: Folha de Poesia, 2018-05-18. Síntese didática disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2018/05/poesia-trovadoresca-galego-portuguesa.html


 


CARREIRO, José. “Mia irmana fremosa, treides comigo (Cantiga de Amigo)”. Portugal, Folha de Poesia: artes, ideias e o sentimento de si, 22-03-2023. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2023/03/mia-irmana-fremosa-treides-comigo.html