EL QUIJOTE
Dulcineia
por ti é doce a viagem
o rebento sensual para que fomos criados
por ti não chegará ao fim o dizer dos
rios
nem haverá sombras que se arrastem
alastrem sobre mim
sem que aceite a queda de sangue
e luz primeira
não será densa a floresta que
desbravamos
a arte ou a prática do deus que nos
consome.
De que elemento somos feitos para que me
acometa
sobre montes e moinhos com armas
extemporâneas
e descanses nas frentes ribeiras do
campo?
Da garganta sai a acidez libertária
por palavras semiabertas à voz.
Congeminações, inquietações de um lugar
prolongam-se sobre o dia.
Eu sou o bem amado que recobre o sonho
e investe a saída visionária adjectiva.
Chuva de Época,Ponta Delgada, 2005.
Decorado com motivos cervantinos, El Ingenio de Cervantes possui uma biblioteca com Quijotes escritos em mais de vinte idiomas diferentes.
[Post original: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2010/04/11/quijote.aspx]