domingo, 11 de abril de 2010

EL INGENIO DE CERVANTES


    
   
   
EL QUIJOTE
   
Dulcineia
por ti é doce a viagem
o rebento sensual para que fomos criados
por ti não chegará ao fim o dizer dos rios
nem haverá sombras que se arrastem
alastrem sobre mim
sem que aceite a queda de sangue
e luz primeira
não será densa a floresta que desbravamos
a arte ou a prática do deus que nos consome.
   
De que elemento somos feitos para que me acometa
sobre montes e moinhos com armas extemporâneas
e descanses nas frentes ribeiras do campo?
   
Da garganta sai a acidez libertária
por palavras semiabertas à voz.
Congeminações, inquietações de um lugar
prolongam-se sobre o dia.
   
Eu sou o bem amado que recobre o sonho
e investe a saída visionária adjectiva.

   
Chuva de Época,Ponta Delgada, 2005.
   
   
   

    

   

     Decorado com motivos cervantinos, El Ingenio de Cervantes possui uma biblioteca com Quijotes escritos em mais de vinte idiomas diferentes.


José Carreiro em El Ingenio de Cervantes, 30-03-2010




    [Post original: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2010/04/11/quijote.aspx]