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quinta-feira, 10 de junho de 2021

Como saber se o que eu escrevi é poesia



 Por: Bibliomundi


O que define se você é um poeta? E como saber se essas palavras que você escreveu formam, afinal, uma poesia?

Basta escrever uma ou outra coisa, um verso aqui, outro ali, e pronto? Se quebrar as linhas fora da prosa, já é automaticamente poesia?

Essas são questões que podem assolar qualquer escritor. Quem dirá os aspirantes a autores, que não tiveram a oportunidade de publicar livro ainda. É como se para alcançar a forma que é o poema, você precisasse evoluir até um patamar de ouro, como se um coro de anjos descesse do céu para consagrar sua obra.

Mas qualquer pessoa pé no chão sabe que isso não vai acontecer. E por mais que você receba a dita consagração terrena, ganhando concursos, conquistando leitores, quiçá sendo premiado pelas suas publicações… Ainda assim, essa sensação pode assolar você.

Na verdade, já falamos sobre isso aqui no blog de autopublicação da Bibliomundi. Se chama a famosa síndrome do impostor, quando você sempre acha que não é bom o suficiente, que na verdade é uma farsa.

Ou seja, essa mesma dúvida se você pode se considerar um poeta de verdade, ou se pode chamar essa coisa que você botou no papel de poesia.

Vamos falar sobre poesia. Pode-se definir um poema como um conjunto de palavras que expressam ideias ou emoções de forma vívida e imaginativa. Pode-se dizer que um poema deve seguir uma determinada métrica, ter determinado ritmo. Pode-se dizer que é uma técnica literária que se diferencia da prosa e da fala normal. (Fonte: Literary Devices)

Mas também pode-se questionar: todo poema precisa ser assim, vívido e imaginativo? E se o poeta jogar a métrica e ritmo pro ar, será que não é mais poesia? Não pode ser verso livre? Pode-se questionar até mesmo se a poesia é sempre em verso, e se o poeta decidir não quebrar as linhas e basicamente escrever poesia em prosa… é proibido?

Não. Não é proibido.

Olhe bem, a poesia é mais livre que isso e defini-la pode ser tão difícil quanto definir o que é a literatura. E se você acha que é simples, é porque não buscou definições o bastante.

Aí é que está: definições, no plural. Da antiguidade até a contemporaneidade, não se pode confinar a poesia a apenas uma definição. Nem sequer é possível confiná-la a um único idioma, cultura, contexto. A poesia foi atravessando a história, ganhando novas formas e significados.

O que se entende por poesia hoje não só pode como deve ser um tanto diferente do que foi há dois mil anos atrás. E que maravilha!

Isso não é para dizer que toda pessoa lerá qualquer coisa e dirá: é poesia.

Talvez para fazer poesia seja preciso certa intencionalidade. E sem dúvidas cai bem compreender um pouco do que se entende por poesia, de hoje até o passado.

Você pode buscar inspirações nos poetas que mais mexem com você. E pode até mesmo não gostar de poeta nenhum até agora, mas continuar sua busca para ver se o problema não era uma definição limitadora, confinante, do poema, que não representava a poesia que sai e toca no seu âmago.

Talvez a lírica épica mexa contigo… Talvez você se encante pelos versos dramáticos de Shakespeare. E que interessante que separamos os gêneros literários em épico, lírico e dramático, mas o verso possa se espalhar por todos eles.

E quiçá a maior lição que você deverá aprender hoje é que mesmo uma criança pode escrever poesia. E talvez ela escreva sem que ninguém a ensine “é assim assado”. Talvez todo o repertório dela venha, apenas, de ler outras poesias e, um belo dia, por qualquer motivo que seja, decida colocar as palavras no papel.

Até mesmo uma criança pode ser consagrada pela poesia que escreveu, inclusive. Existem concursos para poetas infantis, que foram incentivados a escrever por suas escolas. Esses concursos podem ir a níveis municipais, estaduais, regionais, nacionais, mundiais.

Da singeleza inocente de uma criança, pode sair poesia. Da vivência adulta, também.

Talvez o que você precise absorver é que o julgamento de valor nem sempre dá conta de “proibir” a arte. Que o julgamento de valor do outro não pode “despoetizar” o seu poema.

Mesmo que considerem seu poema um lixo, não podem tirar de você a poesia.

E o que é o outro, não é mesmo? Deve escrever sempre a espera das críticas alheias? O outro pode amá-lo ou rejeitá-lo. Essa mistura de reações pode vir ao mesmo tempo. Talvez seja uma depois da outra. Talvez seu primeiro trabalho encontre rejeição e o segundo, consagração. Talvez o contrário.

A poesia é livre. Não é confinada. Você pode experimentar e experimentar. Pode experimentar no verso livre, depois no pentâmetro iâmbico. Pode abandonar as rimas, depois buscá-las. Pode só jogar sentimentos no papel, ou pode tentar abordar um conceito.

Pode escrever e publicar ebook sem olhar para trás… Ou pode editar e editar sua poesia incansavelmente para refiná-la até a mais intencional escolha de palavras. É sempre válido.

Aqui na Bibliomundi, acreditamos que a literatura é de todos para todos. A poesia, também.

Não confine a poesia, tudo bem? E nem a si mesmo.

E aí, autor? Pronto para se libertar?

Se você ainda não está satisfeito e quer saber mais sobre como escrever poesia, dê uma olhada nestes artigos:

Não sei como escrever poesia

Escrevendo um poema em 10 passos

5 dicas para escrever um poema

Autopublicação e tendências: ebooks de poemas

Descubra como escrever um conto ou poema fascinante com Edgar Allan Poe

 

“Como saber se o que eu escrevi é poesia”, redação da Bibliomundi, 2021-06-09

https://bibliomundi.com/blog/como-saber-se-o-que-eu-escrevi-e-poesia/

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