Fui criança, indo por um carreiro,
a caminho do mar, mão na outra mão,
entre árvores, pedras, insectos e aves.
Toda a Natureza me coube nas pupilas,
mestra de sentimentos, e eu discípula.
E, se fechava os olhos, ela punia-me
com o silêncio cruel das ondas,
a mudez imerecida dos insectos,
e a distância das aves, que doía.
Se os abria, tudo me rodeava,
apaziguado e meu,
mas a mão que me trazia a mão
puxava-me para a luz de cada dia.
Fiama Hasse Pais Brandão
(1938-2007),
Cenas Vivas. Lisboa, Relógio d’Água, 2000
Leitura orientada do
poema
- Qual é o tema central do poema?
- Como é retratada a natureza no poema?
- Qual é o papel da criança no poema?
- O que simboliza o carreiro no poema?
- Qual é o significado do mar no poema?
- Por que razão a natureza é descrita como "mestra de sentimentos"?
- O que representa o silêncio das ondas no poema?
- Qual é o significado da "mudez imerecida dos insectos"?
- Por que razão a distância das aves "doía"?
- O que simboliza a mão que puxa a criança?
- Qual é o significado da "luz de cada dia"?
- Qual é a importância das pupilas no poema?
- Como se retrata no poema a transição da infância para a vida adulta?
- O que sugere a repetição da palavra "mão"?
- Qual é o papel do silêncio no poema?
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