ULISSES NA ILHA DE
CIRCE
I. ULISSES
Que força é esta ou
que prazer identifico
no lótus que me
ofereces?
O que eu posso comer
faz-me diverso de meus companheiros.
O chão reparte a flor
de lótus
sendo a escolha uma
ordem: o prazer.
Lançarei os braços em
toda a certeza do espaço
e voltarei ao mar
corrido este torpor que sinto.
Eu demoro, prudente, e
mais me separo
de quem me espera.
Algo em mim será sem
retorno.
II. CIRCE
Um sopro aclara a
falange redita pelo sol.
Um canto obscuro vem
trazer a raiva
de me saber traída.
Como podes escolher a
outra casa
como posso ser nada se
me destino a ti.
Chuva de Época, Ponta Delgada, 2005.
CARREIRO, José. “Ulisses na
ilha de Circe”. Portugal, Folha de Poesia: artes, ideias e o sentimento
de si, 12-09-2007.
Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2007/09/flor-de-lotus.html (2.ª
edição) (1.ª edição: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2007/09/12/ulisses.aspx)