sábado, 23 de julho de 2016
Poemas de amor do antigo Egipto
sexta-feira, 22 de julho de 2016
Amor é fogo
Javier Calleja |
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente,
É
É um andar solitário por entre a gente;
É um nunca contentar-se de contente;
É
É servir a quem vence, o vencedor;
É
Nos corações humanas amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
- A utilização da forma verbal «é», ao longo do soneto, revela que o sujeito poético procura definir o Amor. A repetição dessa forma verbal indica que o Amor é um conceito difícil de definir, obrigando-o a recomeçar.
- O Amor desperta no sujeito poético sentimentos contraditórios, bons e maus («é contentamento descontente»; «é dor que desatina sem doer»).
- A metáfora é usada para definir expressivamente o Amor («Amor é um fogo»).
- O oximoro é o recurso expressivo dominante no poema, sendo usado para mostrar as contradições que o Amor provoca («é ter com quem nos mata, lealdade»).
- A expressão «fogo que arde» é um pleonasmo porque a palavra «arde» repete uma ideia já presente na palavra «fogo».
- O último terceto tem uma estrutura diferente das estrofes anteriores, pois o sujeito poético interrompe as tentativas de definição do Amor, não entendendo como pode ser um sentimento tão bom, presente nos nossos corações, sendo tão contraditório.
Questionário:
Apresente, de forma estruturada, as suas
respostas aos itens que se seguem sobre a leitura do soneto “Amor é um fogo que
arde sem se ver”, de Luís de Camões.
1. Explicite,
baseando-se nas duas quadras do soneto, três dos aspectos com que o sujeito
poético procura definir o «Amor».
2. Caracterize
três das atitudes do amador face ao ser amado, tendo em conta o primeiro
terceto.
3. Descreva dois
dos efeitos de sentido produzidos pela anáfora presente no soneto.
4. Comente a
importância do último terceto na construção do sentido global do poema.
Explicitação de cenários de resposta:
1. Nas
duas quadras do soneto, o «Amor» é definido, entre outros, pelos seguintes aspetos:
–
sofrimento invisível, mas devastador («fogo» – v. 1);
–
dor similar à dor física, apesar de não ser percebida pelos sentidos (vv. 1, 2
e 4);
–
fixação no ato de amar (v. 5);
–
insatisfação constante, num desejo crescente de plenitude (v. 7);
–
dificuldade de avaliação das situações por parte do amador (v. 8);
–
...
2. De
acordo com o primeiro terceto, o amador toma, entre outras, as seguintes
atitudes face ao ser amado:
–
aceitação do estado de privação de liberdade relativamente a quem ama (v. 9);
–
submissão voluntária ao ser amado, assumindo o papel de seu servidor (v. 10);
–
fidelidade absoluta ao objeto de amor, apesar de o amador poder não ser
correspondido no seu sentimento (v. 11);
–
aceitação do sofrimento, causado pelo próprio excesso do amor («quem [...]
mata» – v. 11);
–
...
3. A
anáfora produz, entre outros, os seguintes efeitos de sentido:
–
dá conta do processo de busca – por tentativas sucessivas – da definição de
«Amor»;
–
revela a complexidade do conceito de «Amor», pelo amplo leque de definições
apresentadas;
–
demonstra a impossibilidade de definir o conceito de «Amor», dada a sua
natureza intrinsecamente paradoxal;
–
…
4.
A última estrofe (chave do soneto) estabelece uma relação de contraposição com
as anteriores, na medida em que, pelo recurso à adversativa «Mas» e pela
interrogação retórica, nela se opera uma inflexão no discurso do «eu»,
problematizando a relação dos indivíduos com um sentimento tão contraditório.
Com efeito, a relação que o terceto final estabelece com as estrofes anteriores
acentua a ideia de que a dimensão paradoxal, inerente ao estado de amorosa
paixão, não minimiza o poder do «Amor», dada a predisposição natural dos
«corações humanos» para a vivência desse sentimento. Na verdade, a interrogação
enfática do último terceto não passa de uma aparente perplexidade do sujeito lírico,
o qual sublinha, por este processo retórico, a última das contradições que o
amor revela.
(Fonte: Exame Nacional do Ensino
Secundário (Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março) - Prova Escrita de Literatura Portuguesa n.º 734 e respetivos
critérios de classificação - 11.º ou 12.º anos de
Escolaridade. Portugal, GAVE, 2008, 1.ª Fase)
- Escreve uma quadra em que continues a definir o amor, utilizando metáforas e oxímoros, à semelhança de Luís de Camões. Mantém a estrutura utilizada pelo poeta, iniciando o primeiro verso por «Amor é» e os restantes por «é». Tenta igualmente respeitar o esquema rimático abba.
O QUE É O AMOR?
Esta foi a pergunta feita a um grupo de crianças de 4 a 9 anos, durante uma pesquisa feita por profissionais de educação e psicologia.Emocione-se e divirta-se com as respostas!
- "Amor é quando alguém te magoa, e tu, mesmo muito magoado, não gritas, porque sabes que isso fere os sentimentos da outra pessoa." Mathew, 6 anos
- "Quando minha avó ficou com artrite, e deixou de poder dobrar-se para pintar as unhas dos pés, o meu avô passou a pintar as unhas dela, apesar de ele também ter muita artrite." Rebecca, 8 anos
- "Amor é quando uma menina põe perfume e o menino põe loção pós-barba, e depois saem juntos e se cheiram um ao outro." Karl, 5 anos
- "Eu sei que minha irmã mais velha me ama porque ela dá-me todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar outras." Lauren, 4 anos
- "Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, apesar de se conhecerem há muito tempo." Tommy, 6 anos
- "Quando alguém te ama, a forma de dizer o teu nome é diferente..." Billy, 4 anos
- "Amor é quando tu sais para comer e ofereces as tuas batatinhas fritas sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela." Chrissy, 6 anos
- "Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, para ter certeza que está ao gosto dele." Danny, 6 anos
- "Amor é quem está com a gente no Natal." Bobby, 5 anos
- "Se queres aprender a amar melhor, deves começar com um amigo de quem não gostas." Nikka, 6 anos
- "Quando contas a alguém alguma coisa feia sobre ti próprio, e ficas com medo que essa pessoa por causa disso deixe de gostar de ti, aí ficas mesmo surpreendido, quando descobres que não só te continuam amando, como ainda te amam mais!" Samantha, 7 anos
- "Há dois tipos de amor: o nosso amor e o amor de Deus. Mas o amor de Deus consegue juntar os dois." Jenny, 4 anos
- "Amor é quando a nossa mãe vê o nosso papai chegar suado e mal cheiroso, e ainda diz que ele é mais bonito que o Robert Redford!" Chirs, 8 anos
- "Durante a minha apresentação de piano, eu vi o meu pai na plateia, acenando-me e sorrindo. Era a única pessoa que fazia isso, e eu não sentia medo." Cindy, 8 anos
- "Amor é quando dizes a um rapaz que a camisa que ele usa é muito bonita, e ele a veste todos os dias." Noelle, 7 anos
- "Não deveríamos dizer amo-te a não ser quando realmente o sentimos. E se sentimos, então deveríamos expressá-lo muitas vezes. As pessoas esquecem de o dizer" Jessica, 8 anos
- "Amor é abraçar-se, amor é beijar- se." Patty, 8 anos
- "Quando amas alguém, os teus olhos sobem e descem, e pequenas estrelas saem de ti!" Karen, 7 anos
- "Amor é quando o teu cão te lambe a cara, mesmo depois de o teres deixado sozinho o dia inteiro." Mary Ann, 4 anos