segunda-feira, 22 de outubro de 2012

VOZ INTERIOR (Antero de Quental)


 
           
         
VOZ INTERIOR
            
A João de Deus

Embebido num sonho doloroso,
Que atravessam fantásticos clarões,
Tropeçando num povo de visões,
Se agita meu pensar tumultuoso...

Com um bramir de mar tempestuoso
Que até aos céus arroja os seus cachões,
Através duma luz de exalações,
Rodeia-me o universo monstruoso...

Um ai sem termo, um trágico gemido,
Ecoa sem cessar ao meu ouvido,
Com horrível, monótono vaivém...

Só no meu coração, que sondo e meço,
Não sei que voz, que eu mesmo desconheço,
Em segredo protesta e afirma o Bem!
           
Antero de Quental
      
       
TEXTOS DE APOIO
       
É neste «período de Vila do Conde» que escreve os seus últimos sonetos, aqueles que muito justamente considerou serem os melhores, reflexo de uma fase espiritual que representava as suas conceções sobre a vida e o mundo, e onde expunha as soluções intelectuais, morais e sentimentais que encontrara para ultrapassar o seu anterior estado pessimista. Evolução, Voz Interior, Luta, Redenção, Na Mão de Deus e sobretudo Solemnia Verba, todos eles compostos entre 1882 e 1885, eram para o seu autor algo de novo - a verdadeira poesia do futuro - fora das tendências da literatura sua contemporânea.
        
O essencial sobre Antero de Quental, Ana Maria Almeida Martins, Lisboa, Lisboa Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1985, p. 34.
        
*
         
A aspiração à Liberdade, identificada com a plenitude da Consciência, expressa no II Soneto Redenção, é agora superada pela voz que afirma o Bem.
V. 12. Sugere-se aqui a lógica do sentimento, a voz interior que se opõe à inteligência – eis a «antinomia anteriana». Como observa o Pe Lúcio Craveiro da Silva (in, Antero de Quental ‑ Evolução do seu Pensamento Filosófico, Braga, 1959, pág. 99), a voz interior, «dentre as vozes do Universo, era a única tentava dar significado à vida pela moral».
Vv. 12-14, Cf. a afirmação de Antero, na Carta Autobiográfica: «O Naturalismo não já como a explicação última das coisas, mas apenas como o sistema exterior, a lei das aparências e a fenomenologia do Ser. No Psiquismo, Bem e na Liberdade moral, é que encontrei a explicação última e verdadeira de tudo, não só do homem moral, mas de toda a natureza, ainda nos seus momentos físicos elementares.»
      
Maria Ema Tarracha Ferreira, Antologia Literária Comentada. Século XIX. Do Romantismo ao Realismo. Poesia, Lisboa, Editora Ulisseia, 1985, 2ª edição.
        
        
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Em “Voz Interior” percebemos, de modo mais concreto, a constância entre opensar e o sentir de Antero: enquanto nas três primeiras estrofes o homem pensa e usa sua inteligência: “se agita meu pensar tumultuoso”, “rodeia-me o universo monstruoso”, “Um ai sem termo, um trágico gemido / Ecoa sem cessar no meu ouvido, / Num horrível, monótono vai-vem...”; no último terceto, é a voz do poeta que,sentindo, analisa aquilo que o coração já percebera: “Só no meu coração, que sondo e meço, / Não sei que voz, que eu mesmo desconheço, / Em segredo protesta e afirma o Bem...” É a esse Bem, imanente à consciência humana, que Antero vai-se referir em carta de 1886, dirigida a Fernando Leal:
“Lá no fundo do seu coração há uma voz humilde, mas que nada faz calar, a protestar, a dizer-lhe que há alguma coisa por que se existe e por que vale a pena existir. Escute essa voz: provoque-a, familiarize-se com ela, e verá como cada vez mais se lhe torna perceptível, cada vez fala mais alto, ao ponto de não a ouvir senão a ela e de o rumor do mundo, por ela abafado, não lhe chegar já senão como um zumbido, um murmúrio, de que até se duvida se terá verdadeira realidade. Essa, meu amigo, é a verdadeira revelação, é o Evangelho eterno, porque é a expressão da essência pura e última do homem, e até de todas as coisas, mas só no homem tornada consciente e dotada de voz. Ouça essa voz e não se entristeça.”(SÉRGIO, 1956, p.304)
  
Em Oceano Nox”, continua Antero a ouvir a “voz interior” que faz ascender a um plano mais elevado – o da consciência – os elementos do mundo visível. Em sua busca de respostas, o mar, o vento, o Céu procuram-nas tanto quanto ele: “Que inquieto desejo vos tortura, / Seres elementares, força obscura? / Em volta de que idéia gravitais?” A resposta não vem, mas se percebe o “Inconsciente imortal” por “Um bramido, um queixume, e nada mais...”
Antero de Quental: Uma trajetória com DeusHelen Araujo Mehl. 
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, setembro de 2003.
    
    

          
LINHAS DE LEITURA
         
• Caracterizar o pensar do poeta e o cenário que o envolve.
• Caracterizar a linha da exterioridade e a linha da interioridade.
• Formar dois conjuntos de palavras para comprovar os planos semânticos do ruído e do silêncio.
• Mostrar como o percurso do poema vai do negativo para o positivo.
• Detetar o processo que permite ao poeta escutar a sua voz interior.
• A "voz interior" e a voz do pensamento ou o inconsciente e o consciente.
         
          
    
          
SUGESTÕES DE LEITURA
       
  Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de textos de Antero de Quental, por José Carreiro. In: Lusofonia – plataforma de apoio ao estudo da língua portuguesa no mundo, 2021 (3.ª edição) <https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/PT/Lit-Acoriana/antero-de-quental>



[Post original: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2012/10/22/voz.interior.aspx]

domingo, 21 de outubro de 2012

DESPONDENCY (Antero de Quental)


     
      
     
DESPONDENCY

Deixá-la ir, a ave, a quem roubaram
Ninho e filhos e tudo, sem piedade...
Que a leve o ar sem fim da soledade
Onde as asas partidas a levaram...

Deixá-la ir, a vela, que arrojaram
Os tufões pelo mar, na escuridade
Quando a noite surgiu da imensidade,
Quando os ventos do sul se levantaram...

Deixá-la ir, a alma lastimosa,
Que perdeu fé e paz e confiança,
À morte queda, à morte silenciosa...

Deixá-la ir, a nota desprendida
Dum canto extremo... e a última esperança...
E a vida... e o amor... deixá-la ir, a vida.
     
Antero de Quental
       




TEXTO DE APOIO / LINHAS DE LEITURA
       
Despondencyou seja, desesperança é um soneto de Primaveras Românticas que poderá ser inserido na fase noturna, pessimista de Antero. É um poema extremamente musical que apresenta um forte sentimento de tristeza e de abandono como indica o próprio título. O seu ritmo ligeiro sugerido pelo paralelismo, pela pontuação, pela repetição epanafórica exprime a fragilidade da vida e o consequente estado de abandono de quem a sente.
O poeta inicia o poema apresentando uma ave, por sinal um ser frágil “…a quem roubaram / Ninho e filhos e tudo,... ", que fica, por esse motivo, ao abandono e desprovida de tudo o que simbolizava a sua razão de viver. Atente-se na repetição da conjunção coordenativa copulativa, presente no exemplo acima transcrito como forma de reforçar a ideia de perda e consequente dor e carga emotiva sugeridas também pelas reticências.
A sensação de indiferença encontra-se patente ao longo de todo o poema, principalmente através de:
- repetição anafórica da expressão "Deixá-la ir";
- verbos de tom disfórico (roubar, levar, arrojar, perder);
- adjetivos ("lastimosa", "queda", "silenciosa" "desprendida”);
- substantivos como, por exemplo, "noite", "morte", "escuridade", que mostram, por parte do autor, uma total indiferença perante a vida e, consequentemente, um nítido desejo de antecipar a morte, visível igualmente no verso 11 "A morte queda, a morte silenciosa... ", culminando no último verso do poema "E a vida... e o amor... deixá-la ir, a vida!", onde as reticências imprimem um ritmo soluçante como se de um moribundo se tratasse, acentuando-se ainda mais a ideia de abandono e de desprendimento face à vida.
          
Ao longo do soneto verifica-se uma gradação na forma como o poeta apresenta os vários elementos que estão inexoravelmente votados à morte: não só a ave, como já referimos, mas também a vela, a alma, a nota e a esperança. Esta sequência de imagens é usada para simbolizar a precariedade da vida. Note-se que a vela envolta pelos ventos do sul não terá qualquer hipótese de salvação, assim como "a alma lastimosa" que por ter perdido a "fé e paz e confiança" (pedras basilares que sustentam a vida) se entrega abnegadamente à morte como único refrigério.
No último terceto está subjacente, de forma mais acentuada, uma certa tendência romântica que espelha "o mal du siècle", a manifestação de cansaço, de desespero pelo presente, a angústia que produz o viver, encontrando-se na morte o estado final de perfeita e definitiva felicidade.
          
Cecília Sucena e Dalila Chumbinho, Sebenta de Português: Antero de Quental – introdução ao estudo da obra, 
Estoril, Edição da papelaria Bonanza, [Edição: 2006]
          
          
SUGESTÕES DE LEITURA
       

à Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de textos de Antero de Quental, por José Carreiro. In: Lusofonia – plataforma de apoio ao estudo da língua portuguesa no mundo, 2021 (3.ª edição) <https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/PT/Lit-Acoriana/antero-de-quental>



[Post original: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2012/10/21/despondency.aspx]

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

LACRIMAE RERUM (Antero de Quental)




      
      
LACRIMAE RERUM

(A Tommazzo Cannizzarro)

      
Noite, irmã da Razão e irmã da Morte,
Quantas vezes tenho eu interrogado
Teu verbo, teu oráculo sagrado,
Confidente e intérprete da Sorte!

Aonde são teus sóis, como corte
De almas inquietas, que conduz o Fado?
E o homem porque vaga desolado
E em vão busca a certeza que o conforte?

Mas, na pompa de imenso funeral,
Muda, a noite, sinistra e triunfal,
Passa volvendo as horas vagarosas...

É tudo, em torno a mim, dúvida e luto;
E, perdido num sonho imenso, escuto
O suspiro das coisas tenebrosas...
      
(entre 1860 e 1884)
Antero de Quental, Sonetos Completos
      



       
TEXTO DE APOIO / LINHAS DE LEITURA
       
«Lágrimas das Coisas». Cf. Virgílio, Eneida, I462: «Sunt lacrymae rerum» (As próprias coisas humanizadas vertem lágrimas). – Note-se o sentido virgiliano, aliado à conceção cristã, expressa em São Paulo, Epístola aos Romanos, VIII, 22. – Cf. V. 20. – É um dos sonetos mais pessimistas de Antero de Quental.

v. 1. Cf. o v. 1 do soneto «Hino à Razão».

vv. 7-14. A Noite torna-se uma personagem do drama anteriano, um interlocutor mudo, mas cuja presença é poeticamente real. A ela se dirige o «monólogo interrogativo», mas cuja presença é poeticamente real. A ela se dirige o «monólogo interrogativo» do poeta (2ª quadra), sem que obtenha resposta para as suas dúvidas (1º terceto). No último terceto, resume-se o tema do soneto: perante a incapacidade da inteligência humana para desvendar o mistério, o ignoto, só resta ao homem o mundo das aparências que a sua curiosidade tenta desvendar.

Toda a estrutura do soneto repousa num alegorismo ainda renascentista e bocagiano. Repare-se ainda que a adjetivação nada tem de sensorial nem de variada: é mesmo monótona. Mas o ritmo é novo – há uma alternância de ritmos frásicos, um jogo de timbres, uma linha melódica que se alarga, espraia-se e vem morrer, quebrada, no último terceto, adaptando-se fielmente ao ritmo psicológico e à situação sugerida.
      
Maria Ema Tarracha Ferreira, Antologia Literária Comentada. Século XIX. Do Romantismo ao Realismo. Poesia, 
Lisboa, Editora Ulisseia, 1985, 2ª edição.
        


       
COMENTÁRIO DE TEXTO
       
Analise o poema, tendo em conta os seguintes tópicos:

·         a aproximação Noite/Razão/Morte;
·         a relação Noite («verbo», «oráculo»)/Destino;
·         relação eu/noite (interrogar inquietante vs. mudez);
·         sentimentos do eu;
·         características românticas.
      
Ser em Português 12ºA (coord. A. Veríssimo, Areal Ed.,1999).
      
        

   SUGESTÃO DE LEITURA:

à Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de textos de Antero de Quental, por José Carreiro. In: Lusofonia – plataforma de apoio ao estudo da língua portuguesa no mundo, 2021 (3.ª edição) <https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/PT/Lit-Acoriana/antero-de-quental>



[Post original: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2012/10/15/lacrimae.rerum.aspx]

domingo, 14 de outubro de 2012

NIRVANA (Antero de Quental)

                               



        
       
NIRVANA
       
(A Guerra Junqueiro)
       
Para além do Universo luminoso,
Cheio de formas, de rumor, de lida,
De forças, de desejos e de vida,
Abre-se como um vácuo tenebroso.

A onda desse mar tumultuoso
Vem ali expirar, esmaecida…
Numa imobilidade indefinida
Termina ali o ser, inerte, ocioso...

E quando o pensamento, assim absorto,
Emerge a custo desse mundo morto
E torna a olhar as coisas naturais,

À bela luz da vida, ampla, infinita,
Só vê com tédio, em tudo quanto fita,
A ilusão e o vazio universais.
       
(entre 1860 e 1884)
Antero de Quental, Sonetos Completos
       


       
LINHAS DE LEITURA
       
• De um lado, o Universo cheio de formas; do outro, o vácuo, o nada.

• O Nirvana é esse nada, o Não-Ser onde termina todo o ser.

• À luz do Nirvana, tudo é ilusão. Buda disse-o no seu famoso sermão do qual transcrevemos as quatro grandes verdades, após este poema.

• É evidente que se tudo acaba no nada, nada vale a pena. Mas o Nirvana não pode ser apenas visto pelo seu lado negativo, pois aponta para a paz. O Nirvana é o céu do budismo; atrai os budistas como o céu atrai os cristãos.

• Notar o vocabulário conotador de movimento e o vocabulário conotador de imobilidade.
       
João Guerra e José Vieira, Aula Viva – Português A. 12º Ano, 1º vol, Porto Editora, 1999
       


TEXTO DE APOIOS
       
Sermão de Benares: as Quatro Santas Verdades de salvação

a) "Estes dois extremos têm de evitar os monges...: a procura do desejo e do prazer...; e a procura do sofrimento e do que é desagradável. O caminho médio do Tathagta (Buda) evita esses dois extremos, é um caminho esclarecido... e conduz à iluminação, ao NIRVANA... "

b) "Esta é, ó monges, a nobre verdade do origem da dor: a sede que conduz a nascer de novo, acompanhada pelo prazer e a paixão, que busca satisfação cá e lá; a sede de prazer de existir, a sede de não ser."

c) "Esta é, ó monges, a nobre verdade da supressão da dor; a extinção dessa sede, pela supressão completa do desejo, renunciando a ela, libertando-se dela, privando-se de todo o apego a ela."

d) "Esta é, ó monges, a via que conduz à extinção da dor: este é o nobre óctuplo caminho: reta visão, reta intenção, reto discurso, reta conduta, retos meios de subsistência, reto esforço, reta memória e reta concentração."
       
Sermão pronunciado por Buda
       
*
       
O Nirvana é o céu do budismo, a religião mais filosófica e menos fantasmagórica inventada pelos homens. É por este motivo que o budismo atrai hoje todos os espíritos a um tempo racionalistas e místicos, desta época em tudo semelhante à alexandrina, menos no volume do saber positivo, que já se não compadece com muitas das teorias sobre que os neoplatónicos especulavam. A teoria da Substância levou-os a eles a uma conceção do ser que produziu o mito do Verbo cristão, encarnado popularmente em Jesus Cristo. Ora hoje tudo isso vale apenas como documento histórico, e, por paradoxal que isto pareça, o Não-Ser é, segundo a metafísica contemporânea, a essência de tudo o que existe. O Absoluto é o Nada. […]

"Um helenismo coroado por um budismo" eis a fórmula com que mais de uma vez Antero de Quental me tem exprimido o seu pensamento ‑ a sua quimera! Quimera, digo, porque a coroa não nos pode assentar na cabeça, sob pena de a crivar de espinhos e de a deixar escorrendo sangue. Fundar o princípio da ação na inércia sistemática, a realidade no Não-Ser, a vida no aniquilamento, só é praticamente aceitável para o comum dos homens quando acreditam na metempsicose […].

Pobre humanidade, se se visse condenada à coroação budista!
       
Oliveira Martins, Prefácio a Sonetos
       
       
*
       
A meditação anteriana da morte compreende uma metafisica da finitude assente numa perspetiva ética da mortalidade física, indagadora do seu valor idealista como forma de relação da realidade e do absoluto. A morte parece adunar-se ao Espírito como sua expressão ativa: ela surge a Antero como um apelo do absoluto a que o homem se transcende a si próprio e se reerga a cada instante pelo ânimo de valores espirituais. Manifestação do etemo à consciência humana, a morte fica a estruturar a dimensão quotidiana da vida, descobrindo-se, de um ponto de vista teorético, como categoria da razão prática.

Encontramos assim definida uma dupla dimensão do problema da morte em Antero: a morte como ideia ou categoria estruturadora da ação e a morte como morte física, culminando numa tese da imortalidade monádica cuja principal linha de força está na descoberta de que a realização espiritual do indivíduo é a progressiva linha de conquista da sua parte imortal, superadora portanto da mortalidade física.
        
Manuel Cândido Pimentel, "O sentir idealista da morte no pensamento filosófico de Antero de Quental", 
in Actas do Congresso Anteriano Internacional.
          
        
        

SUGESTÕES DE LEITURA
        

 Para Jill Bolte Taylor, o nirvana está a apenas um pensamento de distância e qualquer um pode atingi-lo sem ter que passar por tamanho trauma físico. "De uma perspetiva biológica, felicidade é o estado natural para o lado direito do meu cérebro", escreve. Para saber mais: palestra de Jill Taylor no TED. http://abr.io/1Xl1

TED2008 · Filmed February 2008 · 18:19
Como não conseguia identificar a posição do meu corpo no espaço, sentia-me enorme e expansiva, como um génio liberto da garrafa. O meu espírito subiu livre, como uma grande baleia a deslizar pelo mar da euforia silenciosa. Nirvana. Eu encontrei o Nirvana. E lembro-me de pensar que nunca conseguiria espremer a enormidade em mim mesma dentro deste pequeno corpo. Mas apercebi-me: "Mas eu ainda estou viva! Ainda estou viva e encontrei o Nirvana. Se eu encontrei o Nirvana e ainda estou viva, então todos os que estão vivos podem encontrar o Nirvana."


   SUGESTÃO DE LEITURA:

à Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de textos de Antero de Quental, por José Carreiro. In: Lusofonia – plataforma de apoio ao estudo da língua portuguesa no mundo, 2021 (3.ª edição) <https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/PT/Lit-Acoriana/antero-de-quental>


[Post original: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2012/10/14/nirvana.aspx]