LOVE’S PHILOSOPHY
The fountains mingle with the river
And the rivers with the ocean,
The winds of heaven mix for ever
With a sweet emotion;
Nothing in the world is single;
All things by a law divine
In one spirit meet and mingle.
Why not I with thine?—
And the rivers with the ocean,
The winds of heaven mix for ever
With a sweet emotion;
Nothing in the world is single;
All things by a law divine
In one spirit meet and mingle.
Why not I with thine?—
See the mountains kiss high heaven
And the waves clasp one another;
No sister-flower would be forgiven
If it disdained its brother;
And the sunlight clasps the earth
And the moonbeams kiss the sea:
What is all this sweet work worth
If thou kiss not me?
And the waves clasp one another;
No sister-flower would be forgiven
If it disdained its brother;
And the sunlight clasps the earth
And the moonbeams kiss the sea:
What is all this sweet work worth
If thou kiss not me?
Percy Bysshe Shelley, 1819
O poeta romântico Percy B.
Shelley (4-08-1792 / 8-07-1822) nasceu em Field Place, na cidade de Horsham, condado de
West Sussex, na Inglaterra.
Filosofia
do amor
Todas
as fontes com o rio se fundem
E os rios com o oceano; Os ventos, pelos ares, uns aos outros se unem Com fragrante emoção; Nada fica sozinho neste mundo; Tudo, por fado antigo, Entre si se mistura e se confunde:— Porque não eu consigo? Olha! As montanhas beijam o firmamento, A onda, a onda enlaça; Nenhuma flor-irmã tem valimento Se o irmão não abraça; A luz do Sol envolve a terra à roda, Raios do luar beijam os mares: — Mas toda esta ternura que me importa Se tu não me beijares?
Tradução
de Herculano de Carvalho
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Filosofia
do amor
Correm
as fontes ao rio
os rios correm ao mar; num enlace fugidio prendem-se as brisas no ar… Nada no mundo é sozinho: por sublime lei do Céu, tudo frui outro carinho… Não hei de alcançá-lo eu? Olha os montes adorando o vasto azul, olha as vagas uma a outra se osculando todas abraçando as fragas… Vivos, rútilos desejos, no sol ardente os verás: – Que me fazem tantos beijos, se tu a mim mos não dás?
Tradução de Luiz Cardim
(in Horas de Fuga. Traduções de Poesias Inglesas e Outras Línguas. Porto, 1952)
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Linhas de leitura (da versão de Luiz Cardim):
- Na primeira estrofe, três caminhos são referidos: «as fontes» que se vão encontrar com o rio; «os rios» que vão desaguar ao «mar»; «as brisas» que se misturam umas com as outras no «ar». Estes carinhos associam-se ao contacto.
- Assim, como se demonstrou com os vários contactos apresentados, «Nada no mundo é sozinho» (v. 5).
- Através da frase interrogativa, no último verso da primeira estrofe, o sujeito poético admira-se por não poder usufruir da lei universal que diz que «Nada no mundo é sozinho», pois por decreto divino («sublime lei do Céu») «tudo frui outro carinho». Ele não, como se depreende dos dois últimos versos do poema.
- No poema, o sujeito poético queixa-se ao seu destinatário por dele não receber os beijos – que por toda a Natureza se observam, como se pode ver nas personificações da segunda estrofe: «olha as vagas/ uma a outra se osculando», vv. 10 e 11; outras personificações ocorrem em «os montes adorando», v. 9, ou em «todas abraçando as fragas…», v. 12.
(Adaptado de Entre Palavras 7, António Vilas-Boas e
Manuel Vieira. Editora Sebenta, 2013.)
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