Para a elaboração da síntese, o professor Ivaldo
Nóbrega, em 1988, utilizou a sextilha como forma poética, modalidade composta
de seis versos heptassílabos, rimando os versos pares entre si, sendo bastante
usada pelos poetas populares, tanto na cantoria oral quanto nos folhetos de
cordel.
São cento e quarenta e nove sextilhas, nas quais poderá encontrar informações valiosas, que o ajudarão a conhecer as manifestações literárias brasileiras.
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Ao aluno que estuda E se dedica à leitura Que se preocupa e pesquisa Os aspectos da cultura, Trago em versos um resumo De nossa literatura. Vou mergulhar nas raízes, Sendo claro e objectivo, Enfocando aqueles textos De carácter narrativo Trazendo alguns subsídios Do Período Informativo Não foi obra do acaso Que aqui chegou Cabral, Mas fruto de uma política De expansão comercial Feita por alguns países Como Espanha e Portugal A vinte e dois de Abril Do ano mil e quinhentos O Brasil foi descoberto Por portugueses sedentos Tudo isso está escrito Nas páginas de documentos Só trinta anos depois, Quando o rei era D. João, A coroa portuguesa Fez a colonização Iniciando um período De total exploração Justamente nesse tempo Os jesuítas chegaram Logo que pisaram em terra A fé cristã divulgaram Todos eles se uniram E aos índios catequizaram Viajantes estrangeiros Por aqui também passaram No contacto com a terra Logo que se entusiasmaram E, como fonte de lucro, Todos para ela olharam Eles viram nossa terra Como fonte de riqueza Observaram a paisagem Exaltaram a natureza E descreveram o índio Com cuidado e subtileza A primeira experiência Passada para o papel Foi a “Carta” de Caminha Escrita a D. Manuel, Um relato minucioso, Um documento fiel A “Carta do Achamento” É um bom documentário, Que registra a circunstância Como se fosse um diário Mesmo sendo um documento, Possui valor literário Caminha como escrivão Da esquadra de Cabral Registrou tudo o que viu De maneira especial Cumprindo uma missão dada Pelo rei de Portugal Relata ele na “Carta” Tudo do descobrimento Fala do índio, da terra, Dos costumes, do momento; Lendo a “Carta” a gente nota Todo o seu deslumbramento Ao lado dos viajantes Os jesuítas aparecem Os textos que escreveram Têm o valor que merecem A fama daqueles padres Os leitores reconhecem Numa prosa pedagógica A moral analisaram A fé católica aos índios Todos eles divulgaram Muitos à educação Toda a vida dedicaram O padre Manuel da Nóbrega, Jesuíta de valor O padre José de Anchieta, Do teatro o precursor, Poeta religioso, E, da língua, pesquisador Vou deixar os viajantes Com os textos de informação Os jesuítas com a prosa Cheia de orientação Para falar do Barroco, Com cuidado e precisão Já no século XVI Ocorrem transformações, Pois encerra-se o ciclo Das Grandes Navegações E as ideias da Reforma Provocam perturbações A Igreja Católica Lá no Concílio de Trento Pra combater a Reforma Organiza um movimento, Chamado Contra-Reforma Enquanto ainda era tempo A Igreja se organiza E vai de cidade em cidade Defendendo os seus princípios Com força e vitalidade Pra fazer voltar um clima De religiosidade O homem daquele tempo Perdeu a tranquilidade Vivendo entre o espírito E a materialidade Mas a visão teocêntrica Oprimiu sua vontade Todo o dilema se centra Numa forte oposição Vida eterna, vida terrena; No pecado e no perdão E o espírito barroco Vivia nessa tensão Todo o Barroco se funda No chamado dualismo Na oposição, no contraste, Tendendo ao fusionismo, Tentando conciliar Os extremos do maneirismo Barrocos são Manuel Botelho de Oliveira, Nosso Gregório de Matos, O padre António Vieira, Quase eu ia me esquecendo De citar Bento Teixeira Em 1601 Publicou Bento Teixeira A obra “Prosopopeia” Numa oitava verdadeira Iniciando o Barroco Na Cultura brasileira Já o Gregório de Matos Foi exímio versejador, Das regras da poesia Era um bom conhecedor, Um poeta de talento, Repentista de valor Sua produção poética Analisar nos convém Fez versos religiosos E amorosos também, Mas da poesia satírica A sua fama advém Como “Boca do Inferno” Seu apelido ficou Nas décimas e nos sonetos Muita gente criticou Nem mesmo a classe política De sua veia escapou O padre António Vieira Sua arte demonstrou Em linguagem conceptista Muitos sermões nos deixou Depois que pregou na corte A sua fama aumentou Vou deixar o padre Vieira Revisando os seus sermões Gregório fazendo versos E as improvisações Para de um novo estilo Fornecer informações O novo estilo poético Denominado Arcadismo Reage contra o Barroco Combatendo o verbalismo Uma arte vinculada Ao chamado Iluminismo Os poetas do Arcadismo Buscam a espontaneidade, Valorizam a razão, Pregam a simplicidade, E, por cima, ainda imitam Os clássicos da antiguidade Como recurso poético Trazem a Mitologia E um desfile de deuses No cenário da poesia Buscando a vida campestre Como Virgílio fazia No Brasil o Arcadismo Está relacionado À exploração do ouro Produto valorizado E à Inconfidência Mineira Facto histórico do passado Os árcades formam aqui A famosa plêiade mineira Um grupo forte, composto Por poetas de primeira Todos eles representantes Da poesia brasileira Cláudio Manuel da Costa, Poeta de transição Tomás António Gonzaga, Árcade com precisão Épicos, Basílio da Gama E Santa Rita Durão Com o livro “Obras Poéticas” Tem-se o marco inicial Do Arcadismo brasileiro Na Era Colonial Cláudio Manuel da Costa, Seu autor especial Tomás António Gonzaga “Cartas Chilenas” escreveu, Onde Critilo aparece Escrevendo a Doroteu, Mas sua fama adveio Com “Marília de Dirceu” Basílio da Gama narra Com acções e mais acções Na sua obra “Uraguai” A tomada das “Missões” Por tropas luso-espanholas, Tentando imitar Camões E Santa Rita Durão Resolveu o seu problema Escreveu “Caramuru” Seu conhecido poema, Onde aparecem Diogo, Paraguaçú e Moema Dei minhas explicações A respeito do Arcadismo Movimento conhecido Como Neoclassicismo Vou deixar tudo e entrar Directo no Romantismo Na época do Romantismo Há transformação geral Ascensão da burguesia, Vitória do capital, Liberalismo político, Filosófico e social Na Europa, nobreza e clero Nada puderam fazer, Uma vez que a burguesia Começou logo a crescer Com a Revolução Francesa Ela chegou ao poder O Brasil também passou Por fortes transformações As mudanças provocaram As novas situações E, a dinâmica do tempo, Impôs modificações Em 1808 Ao Brasil chegou D. João Fugido de Portugal, Temendo a Napoleão Que, com o seu forte exército, Comandava a invasão Com a transferência da Corte Tudo se desenvolveu Escola Superior De repente apareceu, Foram criados teatros, O comércio floresceu A Colónia depois disso Foi ficando diferente O povo lendo jornal Foi ficando consciente E o país em 22 Já estava independente O país desenvolveu-se De maneira especial Tanto na área política Quanto na comercial Houve até evolução No aspecto cultural Com a Independência Política Veio a transformação O Brasil dinamizou-se Como uma jovem nação E sentiu necessidade De uma auto-afirmação O Romantismo se centra No individualismo, No culto à natureza E no sentimentalismo, Na busca do ideal E no subjectivismo O romântico busca o passado, Foge da realidade Idealiza o seu mundo Conforme a sua vontade Sem ter nenhum compromisso Com a busca da verdade Com os “Suspiros poéticos E Saudades” publicado No ano de 36 Algo foi modificado, Pois o espírito romântico No Brasil foi divulgado Esse livro de poesias Teve e tem o seu valor Gonçalves de Magalhães O nome do seu autor Não foi um grande poeta, Mas um teorizador Falando em termos poéticos Houve produtividade Na poesia apareceram Três gerações de verdade Cada uma apresentando Sua especificidade A primeira geração Foi mais nacionalista Exaltou a natureza, Sendo, às vezes, saudosista E, por enfocar o índio, Foi chamada indianista A religiosidade Também foi uma constante Uma saudade da Pátria, Pra quem estava distante E teve Seu maior representante Gonçalves Dias nasceu Nas terras do Maranhão Foi um poeta famoso Da primeira geração Escreveu, entre outras coisas, “Sextilhas de Frei Antão” A segunda geração Foi mais subjectivista Chamada de “Mal do Século” E de Individualista Produziu uma poesia De carácter pessimista Álvares de Azevedo Foi poeta, sonhador Em “L ira dos Vinte Anos” Mostrou todo o seu valor A sua temática abrange A morte, a vida, o amor Casimiro de Abreu Revelou-se juvenil A sua poesia é De inspiração infantil Seus versos mostram os encantos Da paisagem do Brasil Junqueira Freire aparece Entre os vates principais Com “Inspirações do Claustro” Extravasou os seus ais Numa poesia nascida De sentimentos reais Fagundes Varela foi Poeta extraordinário Escreveu “Vozes da América” Vendo que era necessário Ele notabilizou-se Com o “Cântico do Calvário” A terceira geração Tem um tom especial Foi chamada condoreira, E também de social Sua poesia já busca Se aproximar do real Ela tem Seu maior representante Um poeta realista, Comovente e actuante, Que coloca a poesia A serviço do semelhante Esse poeta baiano Lá em “Navio Negreiro” Mostrou da escravidão Para nós todo o roteiro Mostrando o tráfico de negros Para o solo brasileiro Explicando as gerações Creio que cheguei ao fim Agora vem o romance Chamado de folhetim, Publicação amorosa Com começo, meio e fim Citarei uns romancistas Com as obras principais Macedo com “A Moreninha”, “O Moço Loiro” e outras mais Histórias açucaradas, Relatos sentimentais Com José de Alencar Nossa ficção cresceu A prosa dinamizou-se, Logo se desenvolveu Vou citar alguns romances Que o cearense escreveu “Senhora”, “Lucíola”, “Diva” Dos urbanos dei as pistas, “O Gaúcho”, “O Sertanejo”, São obras regionalistas, “Iracema”, “Ubirajara”, São obras indianistas Já Bernardo Guimarães Escreveu “O Seminarista” Franklin Távora, “O Cabeleira”, Na linha regionalista, E Taunay, com “Inocência”, Na vertente sertanista Do Romantismo eu citei Os seus principais artistas Quero deixar as análises Por conta dos analistas, Porque é chegada a hora Das tendências realistas Na prosa elas são duas A primeira o Realismo Dela surge uma corrente De nome Naturalismo E na poesia aparece Só o Parnasianismo No período realista Há também transformação Momento em que se processa Toda uma evolução, Época em que a burguesia Começa a sua expansão Predomina na Europa Todo um cientificismo Augusto Comte aparece Com o seu Positivismo E novos doutrinadores Tratam do Socialismo E Charles Darwin apresenta Sua nova teoria Lamark alicerça as bases Da nova Biologia Evolui a Medicina E também a Psicologia É uma época marcada Por forte transformação As cidades vão crescendo, Aumenta a população É um momento marcado Por grande contradição Apesar da evolução O momento é conturbado A burguesia entra em luta Com o operariado Na briga entre o capital E o trabalho suado Como reflexo da Europa, O Brasil modificou-se A Campanha Abolicionista Logo intensificou-se E, depois de liberto o negro, O quadro aqui transformou-se No Brasil o Realismo Tem um marco inicial O ano de 81 É um ano especial Com as “Memórias de Brás
Cubas”, O romance inaugural Uma obra inovadora? Podemos dizer que sim, Pois ela vai de encontro Ao romance de folhetim Quebrando aquela estrutura Com começo, meio e fim O escritor realista Foge à subjectividade E, diante do que narra, Mantém a neutralidade E, quando escreve, procura A objectividade O escritor realista Procede bem diferente É fiel ao real, É um crítico permanente Deixa os factos do passado Pelos factos do presente No Brasil, o novo estilo Tem grande representante Nosso Machado de Assis, Um escritor actuante Um ensaísta de força, Um romancista brilhante E com as “Memórias Póstumas” Realista se tornou Ao escrever “Dom Casmurro” Sua fama aumentou Citei apenas dois livros Que Machado nos deixou Raul Pompeia foi outro Que por aqui floresceu No ano de 88 O seu nome apareceu Quando da publicação Do Romance “O Ateneu” O ano de 8l Deve ser sempre lembrado, Pois o estilo naturalista No Brasil é iniciado Quando o romance “O Mulato” Aparece publicado É importante saber Que esse Naturalismo Assume aqueles princípios Traçados no Realismo Sua especificidade E todo o cientificismo Aluísio Azevedo O estilo representou Alguns livros Importantes Ele mesmo nos deixou, Mas foi mesmo com “O Cortiço” Que ele se revelou Gastei algumas sextilhas Na prosa do Realismo Mostrei em poucas estrofes Traços do Naturalismo Peço ao leitor que descanse Pra entrar no Parnasianismo Uma tendência poética Que, de forma extravagante, Assume uma postura De carácter alienante E fez do culto da forma Uma obsessão constante No poema parnasiano Tudo é bem calculado O ritmo é um elemento Defendido e respeitado E o verso só aparece Se for bem metrificado O poeta parnasiano Do mundo real fugia Deixava aqueles problemas Passados no dia-a-dia Pra ir buscar seus assuntos Na velha Mitologia Seguindo regras poéticas E obedecendo a tais planos Desprezando o conteúdo Os vates parnasianos Versejaram até o fim Os temas greco-romanos Bilac, Raimundo Correia, Seguiram a regra inteira Outro que buscou a forma Foi Alberto de Oliveira Três nomes bem conhecidos Na poesia brasileira Agora que terminei Todo o Parnasianismo Peço ao leitor que se acalme, Pois aí vem outro “ismo”, Um movimento poético Chamado de Simbolismo O Simbolismo reflecte Um momento complicado Já que as soluções científicas Nada tinham alterado E o homem se encontrava Totalmente angustiado Esse estilo poético Chamado de Simbolismo Repudia com firmeza Aspectos do Realismo E, acima de tudo isso, Rejeita o materialismo A Europa e o Brasil Passam por transformações A situação provoca Inúmeras agitações, Falta de perspectivas, Angústias e frustrações O poeta simbolista Foge do mundo real, Mas despreza a poesia De ordem sentimental Que o romântico fazia Com um toque especial Há uma nova postura Na poesia do artista Indo em busca da alma O poeta simbolista Deixa o mundo real, Torna-se subjectivista E nesse estilo poético Tudo, tudo é sugestão E a palavra transcende Sua significação Chega até a apelar A nossa percepção Daí as sinestesias E as aliterações Que aparecem nos textos E enriquecem as produções Figuras interessantes Que revelam sugestões Outra característica Que tem sua validade E, sem sombra de dúvida, Toda a musicalidade Que nos versos aparece Com toda a vitalidade No Simbolismo brasileiro Há nomes especiais Cruz e Sousa, bom poeta, Está entre os maiorais Alphonsus de Guimaraens São estes os principais Terminada a explicação Acerca do Simbolismo, Vou enfocar um período Chamado Pré-Modernismo Depois de tudo explicado, Eu parto pró Modernismo É um Período marcado Por certa transformação, Época de prosperidade, Mas também de agitação, Um período cultural No qual houve evolução O Período Cultural Chamado Pré-Modernismo Apresenta inovação E um certo dinamismo, Rompendo com o passado E com o academismo Nesse Período aparece Um grupo renovador Que revela um Brasil Pobre, sujo e sofredor, No qual vivem o sertanejo E o caboclo do interior A nossa realidade É vista com realismo Os autores denunciam Com um certo criticismo, Negando o Brasil literário Herdado do Romantismo A nossa prosa revela As novas situações Como a Guerra de Canudos Enfocada n’ “Os Sertões”, Obra de Euclides da Cunha Cheia de inovações Graça Aranha, Lima Barreto São outros renovadores, Duas figuras famosas, Dois autênticos prosadores, Que apresentam em suas obras Aspectos inovadores Na poesia aparece Um poeta, um artista Sua poesia apresenta Expressão cientificista O nosso Augusto dos Anjos, Um grande pré-modernista Agora que terminei O Período Cultural Vou entrar no Modernismo Movimento especial Enfocando o que ele tem De bom e essencial 1912 É bom para o Modernismo Oswald volta da Europa Importando o Futurismo, Um Manifesto que rompe Contra todo o passadismo Conheceu ele em Paris Um poeta afamado, Cujo nome era Paul Fort, Bastante comemorado Conhecido por fazer Verso desmetrificado Oswald compôs um poema Buscando renovação, Sob influência francesa Lutou contra a tradição, Pois o público perguntava Pela metrificação No ano de 17 Aparecem bons artistas Anita Malfatti expõe Telas expressionistas Rompendo com os aspectos Chamados academistas Sua exposição negava As antigas soluções Mostrando que era hora Das grandes renovações E chegou até a provocar Variadas reacções Um artigo de jornal Provoca perturbação, Quando Monteiro Lobato Num artigo sem razão Critica a grande pintora E a sua exposição O artigo de Lobato Foi, sem dúvida, reacção, Mas muito mais importante Foi a grande exposição Que arregimentou forças Para uma renovação A final, em 22, Acontece o grande evento Semana de Arte Moderna O marco do Movimento Modernista que, depois, Teve desenvolvimento A Semana, que foi fruto De longa maturação, Foi assim uma atitude De grande provocação Enfrentando a todo instante Toda a estagnação Foi um gesto colectivo Contra todo o passadismo Uma batalha constante Contra o academismo Um evento importante Para todo o Modernismo A Semana, com efeito, Foi interdisciplinar Poesia, música e dança Puderam participar Na expressão dos artistas Tudo começa a mudar E de Acontece evolução, Pois nessa primeira fase De total destruição Começa a acontecer Uma experimentação É destruída a linguagem Que é tradicional O escritor valoriza O nível coloquial Escreve sem se prender À estrutura formal O artista tem liberdade Na escolha do seu tema Na poesia o verso livre Aparece sem problema Há total assimetria Quando se fala em poema A prosa se apresenta De maneira diferente O romance é o oposto Daquele de antigamente Os seus capítulos são curtos E a temática, do presente Nessa fase aparecem Escritores de primeira Que buscam dinamizar A cultura brasileira Mário e Oswald de Andrade, Menotti e Manuel Bandeira De A fase é de construção O artista deixa de lado O aspecto da agressão E passa a se dedicar De vez à sua expressão Nesse momento se vive Uma outra situação, Pois o colapso da Bolsa Trouxe muita confusão Provocando desemprego, Miséria e inflação No Brasil, esse momento Tem significação Em Estoura a Revolução Com o fim da República Velha, Desenvolveu-se a nação A poesia amadurece Com força e vitalidade Murilo, Jorge de Lima, Dois poetas de verdade, Vinicius, nossa Cecília, Carlos Drummond de Andrade Os poetas dessa fase Compõem com liberdade Questionam com vigor A nossa realidade A poesia é mais madura E mais política, é verdade Há uma nova postura Revelada nos poemas Os poetas, conscientes, Vão ampliando os seus temas, Reflectindo sobre a arte E também sobre os problemas Já a prosa nos revela Um aspecto modernista E aí que aparece O romance neo-realista Dentro de uma tendência Chamada regionalista No Nordeste aparecem Escritores geniais Todos eles elaboram Os romances sociais Obras que são baseadas Naqueles factos reais O ano de 28 Para a prosa brasileira É uma data importante Altamente mensageira É quando José Américo Publica “A Bagaceira” Posteriormente surgem Os romances verdadeiros “São Bernardo”, Graciliano; José Américo, “Coiteiros”; Raquel de Queiroz, “O Quinze”; E José Lins, “Cangaceiros” Os autores nordestinos Buscam o facto real Mostram um Brasil diferente, Faminto, sujo, rural, Onde há seca, miséria E injustiça social Jorge Amado é outro nome Que tem valor literário Escritor participante, Político e panfletário, Com “Cacau” buscou fazer Um romance proletário E lá no Sul aparece Um escritor de talento O nosso Érico Veríssimo Que com o passar do tempo. Escreveu, “Musica ao Longe” “Clarissa”, “O Tempo e o Vento” No ano 45 Encerra-se o dinamismo Das duas primeiras fases Que agiram com brilhantismo E a partir dessa data Começa o Pós-Modernismo Surge uma poesia feita Por intelectuais Dispostos a retornarem Às fontes tradicionais Colocando em primeiro plano Os elementos formais Toda essa geração nega A liberdade formal, A sátira, a ironia, De maneira especial Dela salvou-se apenas O poeta João Cabral João Cabral de Melo Neto Vate que se descortina “Engenheiro da palavra”, Uma força nordestina Autor de “Pedra do Sono” E “Morte e Vida Severina” Sua poesia revela Três grandes preocupações O Nordeste, sua gente, Suas ricas tradições; As paisagens da Espanha; A arte, suas acções Um aspecto importante É a prosa pós-modernista Guimarães Rosa aparece Na linha regionalista, Clarice Lispector e Lygia Fagundes na intimista O realismo fantástico Com pontos interessantes, Tem Um dos bons representantes Ele que é o autor de “A hora dos ruminantes” De nossa literatura Aspectos pude mostrar Se o aluno pretende O assunto estudar, Monte uma bibliografia E comece a pesquisar Ivaldo Nóbrega, A História da Literatura Brasileira em versos, João Pessoa-PB, Unigraf,
1988. |
APRESENTAÇÃO
A dificuldade
que o aluno de 2.º grau sente em aprender literatura através da extensa prosa
dos livros didáticos foi o principal motivo que me levou a versejar a história
de nossa literatura Trata-se de uma síntese da história da literatura
brasileira, destinada ao aluno de 2.º grau, para que ele possa conhecer a origem
e o desenvolvimento de nossa literatura através de um método mais fácil. É um
trabalho didático, que trata de um assunto erudito de maneira popular,
desenvolvido numa linguagem simples, adequada à realidade linguística do aluno.
Para a
elaboração da síntese, utilizei a sextilha como forma poética, modalidade
composta de seis versos heptassílabos, rimando os versos pares entre si, sendo
bastante usada pelos poetas populares, tanto na cantoria oral quanto nos
folhetos de cordel. Quanto ao assunto propriamente dito, segui a periodização
literária proposta pela maioria dos estudiosos do assunto, partindo do Período
Informativo para o Pós-Modernismo, relacionando a produção com o contexto
histórico-cultural, caracterizando cada estilo e citando os principais autores
com suas respectivas obras.
São cento e
quarenta e nove sextilhas, nas quais o aluno encontrará informações valiosas,
que o ajudarão a conhecer melhor as nossas manifestações literárias.
Que fique bem
claro, finalmente, que este trabalho não tem como objetivo substituir o livro
didático, mas servir de suporte ao aluno, para que ele, na cadência dos versos
populares, desperte o gosto pela leitura e pela pesquisa de nossa literatura.
O aluno que pretenda uma informação mais ampla sobre o assunto versejado, deverá procurá-la na bibliografia especializada.
João Pessoa — 1988
Ivaldo Nóbrega
CARREIRO, José. “A
História da Literatura Brasileira em Versos”. Portugal, Folha de Poesia,
09-09-2020. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2020/09/historia-da-literatura-brasileira-em.html