sábado, 2 de janeiro de 2021

António Damásio: "As capacidades afetivas são os alicerces da nossa mente"

«A maior parte dos poetas que nos podem deliciar com o seu trabalho eram pessoas que estavam constantemente muito cientes das suas vulnerabilidades e das suas fraquezas e daquilo que lhes corria mal na vida, e que foram capazes de transformar essas experiências, por exemplo de tristeza, em magníficas obras que nos deleitam. E isso é muito belo: até mesmo um aspeto como a tristeza pode ser gerador de respostas extremamente inteligentes e produtivas. A tristeza pode ser a fonte de uma resposta tão magnífica que pode não só remover a tristeza como levar à produção de qualquer coisa de extraordinariamente bom e rico tanto para nós próprios como para os outros.» António Damásio.



 

No seu mais recente livro, Sentir & Saber, explica passo a passo a formação da consciência. E dá exemplos que vão desde as plantas às máquinas que sentem.

 

António Damásio tem dedicado a sua vida a estudar a anatomia do cérebro e a sua relação com os fenómenos da consciência. A publicação, há 25 anos, de O Erro de Descartes, em que denunciava a sobrevalorização das capacidades cognitivas puras, em detrimento das capacidades afetivas, revolucionou a forma como encaramos a consciência e o conhecimento. Agora, em Sentir &_Saber (ed. Temas e Debates/Círculo de Leitores), regressa a esse tema, explicando passo a passo a história da vida, desde o aparecimento dos primeiros organismos há quatro mil milhões de anos até aos processos cognitivos complexos que têm lugar no nosso corpo. Conversámos com o neurocientista, galardoado com o Prémio Pessoa (em conjunto com a mulher, Hanna) e com o Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica, à distância, através do skype.

Ainda é cedo em Los Angeles, são dez e meia da manhã. O seu dia de trabalho começa com algum ritual particular?

Não. Começa quando tem de começar. Às vezes, quando tenho ligações com a Europa, começa às seis ou sete da manhã. E não me deito cedo… Mas depende.

Los Angeles é uma cidade que a maioria de nós associa ao mundo do espetáculo e do prazer, e também à criação artística – mas não tanto ao conhecimento. Isto corresponde à realidade ou é apenas uma ideia feita?

É uma ideia feita, e digo-lhe mais: é uma ideia mal feita. [risos] Los Angeles é uma cidade que tem tudo. É um mundo onde existem talvez as mais notáveis universidades de qualquer parte. Tem três grandes universidades internacionais. Uma é a CalTech, o California Institute of Technology, que está ao nível do MIT. Tem também a University of Southern California, USC, que é a minha universidade e é a mais antiga da Califórnia [fundada em 1880]. E tem a UCLA, que faz parte do grande sistema das universidades da Califórnia. Portanto, pelo contrário, aquilo que é mais característico de Los Angeles são grandes instituições de ciência e de humanidades. É claro que aquilo que domina as notícias são as coisas que têm a ver com Hollywood, e Hollywood também está aqui.

E são mundos separados ou tocam-se?

Separados, mas tocam-se nalguns aspetos. Há tanto a grande tecnologia, como o mundo das artes e o mundo das humanidades. Tudo isso está aqui presente. Por exemplo, os grandes museus. Tem o Getty mas também o LACMA, e variadíssimos outros, museus grandes e pequenos, que têm coleções de arte maravilhosas. São Francisco é mais conhecida, porque é particularmente bonita – não é que Los Angeles seja feio – mas é uma cidade mais pequena que Lisboa, que é uma noção que as pessoas não têm, enquanto Los Angeles é do tamanho de Portugal, tem dez milhões de habitantes.

Gostava que me falasse muito sucintamente sobre as suas aulas. Quem são os seus alunos? São jovens ou investigadores já com um percurso sólido?

Neste momento são praticamente todos investigadores. Eu sou diretor do Brain and Creativity Institute, que é um instituto de investigação científica, e que tem ligado a ele um centro de criação artística com um auditório para música, teatro e cinema. As duas coisas fundem-se. Mas as pessoas que eu treino, que você descreve como os meus alunos…

Se calhar não é a designação mais exata…

São graduate students [doutorandos] ou postdoc. São pessoas que estão já numa carreira científica e que estão a especializar-se em diversos aspetos, seja das neurociências, das ciências cognitivas ou da filosofia. Esse ensino não acontece em salas de aula, no sentido corrente, mas sim em gabinetes de laboratórios, onde geralmente não estão 200 pessoas nem sequer uma centena, mas em grupos de meia dúzia de pessoas. Quando há aquilo a que chamamos laboratory meetings podem estar trinta ou quarenta pessoas, que é a capacidade máxima do laboratório.

E tratam de questões mais técnicas, relacionadas por exemplo com a anatomia do cérebro, ou de questões mais filosóficas?

Tudo. Claro que há o aspeto fundamental que tem a ver com aspetos da neurobiologia, que vão desde descrições neuroanatómicas de estruturas do sistema nervoso a estudos do sistema biológico. E tem também um certo pendor filosófico, porque há pessoas que não estão propriamente a trabalhar em aspetos técnicos da neurobiologia, mas sim em aspetos da reflexão sobre os dados que vamos recolhendo.

Ouvimos falar muito do cérebro, mas o seu livro chama-nos a atenção para o sistema nervoso. Como poderíamos definir o sistema nervoso? É uma espécie de correia de transmissão entre a matéria e as sensações, entre o corpo e a mente?

Para responder à sua pergunta vamos primeiro fazer uma distinção entre sistema nervoso e cérebro. Quando se fala de cérebro estamos a falar de qualquer coisa relativamente bem localizada, aquilo que está dentro da sua caixa craniana e que decorre da caixa craniana em relação ao tronco cerebral e à medula espinal. Isso é aquilo a que se chama cérebro no falar corrente. E tem muito a ver com outra definição técnica, que é o sistema nervoso central. Depois temos todo um outro sistema nervoso – que está ligado a esse, evidentemente – que é o sistema nervoso periférico. E esse é feito de todos os prolongamentos nervosos que saem do sistema nervoso central, são as fibras nervosas que vêm do sistema nervoso central para todas as partes do corpo e vão de toda a periferia de todas as partes do corpo a caminho do sistema nervoso central. Existe portanto uma interligação completa entre o corpo – em todas as suas dimensões, tanto no aspeto exterior como no aspeto interior – e o sistema nervoso central. Essa interligação é feita de duas maneiras: através daquilo a que se pode chamar nervos; e através de moléculas químicas, umas que partem do sistema nervoso a caminho de diversas partes do corpo e outras que estão a estimular o sistema nervoso propriamente dito.

Neste livro descreve a evolução do detetar para o sentir e do sentir para o saber. Até aqui, esta evolução tem sido sempre no sentido de produzir seres cada vez mais ricos, mais completos e complexos. Mas vamos continuar a evoluir indefinidamente ou poderá haver um momento em que este processo se inverte e começa a tender à simplificação?

Essa é uma pergunta interessante mas a que não temos maneira de responder. O que podemos verificar é que, até hoje, se deu uma evolução. Os organismos vivos começaram de uma forma relativamente simples – eu gosto sempre de dizer que é simples mas não é, é simples quando compara com organismos muito complexos como você ou eu, mas já tem uma complexidade extraordinária. Por outras palavras, não é possível ser vivo sem ter uma grande complexidade, mas é aceitável que se fale de organismos (como as bactérias) como organismos simples em comparação connosco. Até hoje tem havido uma complexificação constante, que começa com organismos relativamente simples e unicelulares, e vai até organismos como nós, pluricelulares e extremamente complexos. Mas não temos maneira de saber se continuará a ser sempre assim.

Um fotógrafo da National Geographic com quem falei uma vez dizia-me que até as moscas têm de ser inteligentes para serem tão bem-sucedidas como espécie ao longo de tantos milénios. As moscas são mesmo inteligentes ou é abusivo falar de inteligência neste caso?

Não é abusivo de todo. Neste livro eu falo de competências implícitas e de inteligência implícita. Uma das ideias fundamentais é que quanto mais estudamos a biologia, mais verificamos que há uma capacidade que não se pode descrever de outra maneira que não inteligência. É essa capacidade que permite resolver problemas e ajustar o comportamento de um ser vivo a esses problemas de forma a permitir a continuação da vida. E essa é a definição fundamental de inteligência: você faz um ato inteligente quando esse ato o ajuda a continuar a sua vida, o ajuda a sobreviver e a sobreviver com qualidade de vida. Isso é uma coisa que os seres vivos, desde os simples aos complexos, têm vindo a fazer ao longo da história da vida. Aquilo que acontece é que há seres vivos em que a inteligência é conhecida pelo próprio ser vivo – como nós, que temos a consciência do problema e de o tentar resolver mais ou menos inteligentemente – e há seres vivos à nossa volta que não têm essa capacidade. A maior parte dos seres vivos, tanto na história da vida como os que existem hoje na Terra, não tem essa capacidade de conhecer a sua própria inteligência.

Mas também há situações em que nós próprios podemos perder essa capacidade. Enquanto estava a preparar esta entrevista lembrei-me de um artigo publicado na altura da morte do escritor Gabriel García Marquez. O autor do artigo relatava um último encontro entre o escritor e um outro amigo, à mesa de um café. Na altura, García Márquez, que já estava diminuído e demenciado, disse-lhe assim: ‘Não sei quem tu és, mas sei que gosto muito de ti’. Ele já não conseguia reconhecer aquela pessoa mas ainda tinha ficado lá qualquer coisa.

Tinha ficado lá qualquer coisa que é extremamente importante. Aquilo que você está a descrever é a dissociação entre capacidades puramente cognitivas e capacidades afetivas. A mensagem principal do meu trabalho – e do livro que você aí tem – é a de que as capacidades afetivas têm sido sistematicamente menosprezadas pela nossa cultura, pelo melhor da nossa cultura, não apenas hoje, mas na cultura filosófica tradicional. Mas essas capacidades afetivas são fundamentais em muitos aspetos. São fundamentais porque são as primeiras. Em relação a criaturas como nós são a foundation, os alicerces da nossa mente, daquilo que é o nosso ser. E é sobre essas capacidades que se vão colocar as capacidades cognitivas. Gostava muito do García Márquez mas nunca tinha ouvido essa frase – e acho que é ótima. Aquilo que se estava a passar era que ele estava a olhar para uma pessoa e não conseguia recordar-se em pormenor de quem era essa pessoa. No entanto, a recordação que ele tinha do afeto ligado a essa pessoa mantinha-se. Ou, em alternativa, mesmo que ele não tivesse uma resposta relembrada do afeto que tinha por aquela pessoa, tinha uma reação emotiva a essa pessoa que era positiva. É uma situação extremamente complexa, muito bela. Essa distinção entre o que é cognitivo e o que é afetivo é absolutamente central para compreender a humanidade e é central para o meu trabalho.

Há pouco, quando disse que menosprezamos as capacidades afetivas, pensei no seu livro O Erro de Descartes, e na famosa frase ‘Penso, logo existo’.

Foi o meu primeiro livro não puramente científico mas também com um pendor filosófico. Tem 25 anos. Esse Penso, logo existo é profundamente erróneo, porque vem de uma ideia de que aquilo que é o ser humano e aquilo que é mais valorizável no ser humano é o pensamento, mas um pensamento concebido no nível cognitivo puro, aquilo que tem que ver com os dados objetivos à nossa volta. Neste momento estou a vê-lo no ecrã, estou a olhar para a minha secretária, posso olhar para o exterior através das janelas e ver as colinas de Santa Monica, as montanhas, o Museu Getty, que está aqui ao meu lado. Tudo isso são aspetos que podem ser descritos através da nossa exterocepção, aspetos que podem ser descritos através daquilo que vejo, que ouço, que toco. Mas o fundamental, o alicerce de tudo isto, é aquilo que tem a ver com o nosso próprio corpo, com a vida que está a manifestar-se no nosso próprio corpo, e cujo estado – bom ou mau – é transmitido através do sentimento. Aquilo que é o seu alicerce, e o meu, é o facto de termos vida, e essa vida pode estar a correr bem fisiologicamente ou não. Se você tiver uma gripe, ou covid, tem uma alteração dessa fisiologia e guess what? Vai sentir-se mal. E sentir-se mal é não ter o sentimento de que o corpo está a funcionar dentro dos parâmetros da homeostasia. E esse aspeto fundamental dos seres vivos em geral, desde que tenham sistema nervoso, é constantemente ignorado – a palavra mais justa talvez seja menosprezado. Infelizmente é essa a maneira como grande parte do mundo funciona. O exemplo mais tocante, e chocante, é a maneira como a inteligência artificial tem funcionado. A inteligência artificial é um exemplo claro do que é uma inteligência sem ligação com a vida, sem ligação com o ser humano. O último dos mini-capítulos do livro está baseado num artigo que escrevi há pouco mais de um ano para a Nature, e que é exatamente sobre feeling machines, máquinas que sentem, sobre a ideia de que a inteligência artificial, até hoje, tem pecado por não prestar atenção à realidade da vida. É um aspeto muito curioso, porque até certo ponto é uma forma inteligente, uma forma esperta, de lidar com o problema.

Porquê?

A nossa afetividade é um aspeto fundamental do que nós somos, extremamente valioso, mas ao mesmo tempo torna-nos vulneráveis. Se as coisas nos correrem mal ficamos tristes. E se correrem muito mal podemos ficar não só tristes mas também zangados. Ou deprimidos. Portanto há uma vulnerabilidade que é introduzida pelos sentimentos. Como a vida é vulnerável, o facto de termos sentimentos permite-nos aceder à realidade dessa vulnerabilidade, o que é evidentemente um handicap. Falamos de qualquer coisa que ao mesmo tempo que é extraordinariamente bela e muito inteligente, do ponto de vista de resolução do problema da vida, precisa também de ser manejada muito bem para não nos criar prejuízo.

Mas será mesmo uma fraqueza? A tristeza tem estimulado grandes inteligências e tem estado na origem de grandes criações na arte, na música, na literatura.

Aquilo que é muito bonito aqui é que, dependendo das circunstâncias, essa vulnerabilidade tanto pode ser boa como pode ser má. Pense no grande domínio da literatura, e em particular da poesia. A maior parte dos poetas que nos podem deliciar com o seu trabalho eram pessoas que estavam constantemente muito cientes das suas vulnerabilidades e das suas fraquezas e daquilo que lhes corria mal na vida, e que foram capazes de transformar essas experiências, por exemplo de tristeza, em magníficas obras que nos deleitam. E isso é muito belo: até mesmo um aspeto como a tristeza pode ser gerador de respostas extremamente inteligentes e produtivas. A tristeza pode ser a fonte de uma resposta tão magnífica que pode não só remover a tristeza como levar à produção de qualquer coisa de extraordinariamente bom e rico tanto para nós próprios como para os outros. Portanto devemos agradecer à História que o Shakespeare não fosse durante todo o tempo uma pessoa muito feliz. Ou que o Fernando Pessoa fosse como era. Ou que Emily Dickinson fosse como era. O fundamental é que se perceba que aquilo que é ser humano não é redutível aos aspetos cognitivos da mente. Pelo contrário. É preciso alicerçar essa mente no que é fisiológico, naquilo que é a vida, naquilo que é o corpo. Não é dizer que somos só corpo, isso seria um disparate. O que não se pode é tentar perceber o que é o ser humano sem perceber o corpo, a fisiologia, e a expressão dessa fisiologia nos sentimentos.

Quando pensamos em nós próprios, a primeira coisa que nos ocorre são as memórias. Memórias do que vivemos, do que aprendemos, das pessoas que conhecemos – são elas que fazem de nós quem somos. Até que ponto a memória, esse grande reservatório de imagens e de palavras, se confunde com a identidade, com a consciência e com o ser?

Eu diria que não se confundem.

Mas quando alguém perde a memória é quase como se perdesse a identidade…

Claro. Aquilo que diz respeito aos factos da nossa vida é extremamente importante para a construção da nossa pessoa. Mas mesmo aí essa construção que são as memórias cognitivas está constantemente ligada à maneira como sentimos e ressentimos esses factos. Mas vamos imaginar que temos uma pessoa com uma síndrome demencial grave, em que há uma enorme perda, geralmente no aspeto cognitivo, tal como no caso da pequena história do García Márquez. Aquilo que é a nossa vida, aquilo que é a nossa história e a nossa identidade, não é puramente cognitivo. É cognitivo misturado com o afeto. A vários níveis. Aquilo que lhe aconteceu até hoje, a si, em matéria de factos, foi em grande parte filtrado através daquilo que é o seu afeto. Há certos vários factos que não teriam ocorrido se o seu afeto não fosse como é. Há uma constante mistura desses dois aspetos e pode vincar isto à vontade: aquilo que é fundamental no meu trabalho e no meu pensamento tem a ver com esta mistura do que é afetivo com o que é cognitivo. É por isso que o livro se chama Sentir & Saber.

Falou-me de inteligência artificial. Há dias dei-me conta de que os homens estão cada vez mais a transferir as suas capacidades para dispositivos que lhe são exteriores. Por exemplo, um livro ou um disco rígido fazem o papel de uma memória externa, em que a informação passa a estar ali depositada em vez de a termos dentro de nós. Até que ponto esta tendência para transferir ou delegar certas tarefas em máquinas ou aparelhos pode, a prazo, atrofiar as nossas capacidades? Hoje vemos cada vez mais pessoas que não são capazes de trocar uma lâmpada fundida pois só sabem carregar em teclas e fazer deslizar a ponta dos dedos no ecrã do telemóvel.

Sem dúvida. Há uma enorme redução das nossas capacidades de manejar o mundo que nos circunda. É extremamente complicado e não vejo que nos traga benefícios de qualquer espécie. Vamos assistir, por exemplo, a uma redução do acesso a memórias. As pessoas estão tão habituadas a ter memórias nos seus portáteis que deixam de exercitar a sua. É muito possível que, se você remontasse cem anos, encontrasse pessoas que inconscientemente fizessem exercícios de repetição que poderiam ter lugar durante a noite, em sonhos, o que hoje em dia ninguém vai fazer. Para que é que você precisa de decorar um número de telefone se lhe basta carregar num botão para o encontrar? De certo modo estamos a ficar cada vez mais ineficientes, para não dizer que estamos a ficar mais tontos e parvos. [risos]

Li há dias que já teria nascido a primeira geração com um q.i. médio inferior ao dos pais – e julgo que por culpa da tecnologia. Esta delegação excessiva de competências na tecnologia pode ser um pouco incapacitante?

Sem dúvida.

No epílogo fala-nos, e vou citá-lo, da “poderosa mente humana”, das “extraordinárias capacidades de raciocínio, decisão e criação”. Isto parece-me uma visão muito optimista, uma vez que essas qualidades e capacidades não impedem os homens de agirem de forma irresponsável, estúpida ou mesmo irracional. Por que o fazemos?

Porque é que somos irracionais?

Exato.

Excelente pergunta. Se eu soubesse a resposta resolvia imensos problemas. [risos]

É a nossa herança primitiva a falar mais alto?

Não só. Se nós estivéssemos a conversar num sítio normal, frente-a-frente, ao fim de uma hora eu teria uma certa ideia daquilo que você é e você teria uma ideia de mim, à parte daquilo que você sabe de mim através de livros, artigos de jornal, entrevistas, God knows what. E aquilo que verificaríamos nesse nosso encontro é que até um certo grau somos extremamente parecidos e a partir de um certo grau somos muito diferentes. Como seres humanos somos comparáveis – a mesma idade, o mesmo sexo, o mesmo cultural background, são esses aspetos que nos permitem ter um espaço cultural relativamente semelhante. Mas ao mesmo tempo temos uma individualidade. E é essa mistura que faz com que as pessoas tenham, no geral, uma enorme capacidade criadora, desde a criação artística à criação tecnológica. Temos constantemente demonstrações dessa capacidade, o que não quer dizer que ela esteja distribuída igualmente por todos os seres vivos. É evidente que não está. Há pessoas que são excecionais em capacidades boas e outras que são excecionais em capacidades más. Infelizmente temos exemplos abundantes de pessoas, bem conhecidas do mundo das notícias, que são horrorosas como seres humanos.

Pode dar um exemplo?

Não, não posso. Você tem o exemplo na sua cabeça, não precisa que eu lho dê. [O exemplo que vem à cabeça do entrevistador é Donald Trump.] E portanto há pessoas que são extraordinariamente horríveis em matéria de mentira, em matéria de falsificação da verdade, em matéria de desprezo pelos outros. Mas estas pessoas são, do ponto de vista exterior, iguais a outras que podem estar a criar, por exemplo, uma vacina contra a covid. Temos de fazer justiça a essa complexidade dos seres humanos. E de reconhecer que há grandes capacidades de criação mas ao mesmo tempo há a lamentar – e há que precavermo-nos contra, também – as enormes capacidades de destruição que certos indivíduos têm. Mas nada disto é diferente daquilo que poderia ter sido descrito na Grécia Antiga ou naquilo que está contido magnificamente nas peças de Shakespeare. Ou na Bíblia. Todos estes aspetos humanos estão demonstrados nas peças de Shakespeare. Desde os mais agradáveis aos mais detestáveis. E é possível ser Hamlet [o trágico e indeciso príncipe da Dinamarca, cujo trono é usurpado pelo tio], e é possível ser Macbeth [que ambiciona ser Rei], e é possível ser Lady Macbeth [que intriga e manipula o marido para o levar a cometer o regicídio e tornar-se Rei], e é possível ser one of the marvelous female characters of A Midsummer’s Night Dream [uma das maravilhosas personagens femininas de Sonho de uma Noite de Verão].

Referi a palavra optimismo a propósito das considerações que faz no livro sobre as capacidades da mente humana. Diria que hoje o mundo está muito dividido entre aqueles que veem o apocalipse ao virar da esquina, nomeadamente sob a forma das alterações climáticas, e aqueles que veem a humanidade como uma caminhada em direção a um cada vez maior aperfeiçoamento, como Steven Pinker. Entre estas duas posições – uma mais sombria, a outra mais ‘iluminista’ – onde é que se posiciona?

Mais no lado otimista. De um modo geral sou otimista. E até consigo ser otimista em dias em que tudo corre mal. Consigo ser optimista apesar de este ter sido até agora um ano horribilis. Temos tido desastres climáticos, sem dúvida [o estado da Califórnia, onde António Damásio reside, foi atingido por fogos violentos que mataram 33 pessoas, queimaram mais de 1,7 milhões de hectares e provocaram um prejuízo estimado de dois mil milhões de dólares], desastres de saúde e desastres políticos. Mas ao mesmo tempo também temos coisas boas. Há covid, mas também há um desenvolvimento mais rápido, do ponto de vista histórico, de vacinas – múltiplas vacinas. E neste momento, tanto nos Estados Unidos como em Inglaterra, e espero que em breve também na União Europeia, começam a ser vacinadas as pessoas que estão em maior risco. É uma tristeza que tenha havido a doença, é uma tristeza que tenha havido um mau manejar da doença a princípio. As pessoas, no fundo, nunca acreditaram que isto seria uma coisa grave, e quiseram, conscientemente ou não, ignorar o problema. Mas ao mesmo tempo temos o desenvolvimento das vacinas que é extraordinário. É esta dualidade que está sempre presente.

E encontra mais aspetos positivos?

A primeira versão deste livro foi escrita mais rapidamente do que o habitual porque houve mais tempo. O mais tempo para mim é não viajar. Normalmente viajo imenso. Para este ano tinha agendadas pelo menos nove viagens à Europa – não fiz nenhuma. Isso foi uma tristeza por não poder estar com as pessoas e nos sítios onde gosto de estar, mas foi também uma enorme bênção de tempo que tive e que foi inesperada.

Então tratou-se de um annus horribilis mas não para si…

Yes and no. É um in between [meio-termo]. Consegui escrever o livro mais concentradamente. Quando acabei a primeira versão, e a dei a vários dos meus amigos a quem normalmente peço conselhos sobre aquilo que escrevo, uma coisa que várias pessoas disseram foi: ‘O livro é extremamente pessimista’. E eu reli-o e modifiquei várias coisas exatamente para não ser tão pessimista. Porque no fundo não sou pessimista. Tenho uma enorme dificuldade em ser pessimista durante muito tempo. E tenho uma enorme dificuldade, que julgo estar relacionada com a anterior, em ficar furioso durante muito tempo. Posso ficar irritado… mas depois passa.

José Cabrita Saraiva, 18/12/2020

https://ionline.sapo.pt/artigo/718499/antonio-damasio-as-capacidades-afetivas-sao-os-alicerces-da-nossa-mente



CARREIRO, José. “António Damásio: As capacidades afetivas são os alicerces da nossa mente”. Portugal, Folha de Poesia, 02-01-2021. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2021/01/antonio-damasio-as-capacidades-afetivas.html



terça-feira, 13 de outubro de 2020

Os Açores nos Versos dos Seus Poetas


 

APRESENTAÇÃO

por Olegário Paz

 

os AÇORES nos versos dos seus poetas - é o quê?

É a fixação em livro dos versos de açorianos que colhi e divulguei via e-mail ao longo de muitos anos a um elevado número de interessados. A iniciativa chamou-se PorqueHojeEhSabado, teve como subtítulo "Açorianidade" e pretendeu dar a conhecer o que da vida e cultura açorianas é dito em verso por gente natural dos Açores, esteja onde estiver, e por não açorianos que cantam ou cantaram as nossas ilhas como se delas fossem naturais, seguindo o critério 'um autor um poema'. Juntei intencionalmente poetas consagrados e versejadores, por uma razão muito simples: eruditos ou do povo, cada qual revela à sua maneira traços culturais que nos caracterizam, merecendo, por isso, igual atenção.

 

O que 'cantam' os poetas dos Açores?

A Ilha - falésia, magma, rocha, basalto, lava, vulcão, sismos...

O Mar - oceano, azul, cais, barcos, lapas, búzios, medos...

O Campo - paisagens, montanha, hortas, quintais; árvores - cedros, figueiras, criptomérias, loureiros, araucárias; flores - madressilva, rosas, lírios, camélias, hortênsias; animais - cão, grilo, milhafre, gaivota, garça, peixes, golfinhos; culturas - milho, espigas, vinho de cheiro…

A Natureza - as quatro estações, chuva e vento, dia e noite, sol, sombras, lua, luar, estrela...

O Tempo - passado, presente, futuro; atmosférico; relógio...

As pessoas - infância, adolescência, adulto, mulher, velhice; camponês, empregado, senhor; corpo, alma, vida, pão, pobre, doença, dor, sofrimento, amargura, fome, morte, holocausto; amor, ternura, olhar, ilusão, sonho, solidão, saudade, evasão...

A Sociedade - denúncia de injustiças, de cunhas; religião, festas, natal, arraiais, romeiros, Espírito Santo, lendas; música - piano, modas; palavra, poesia, poetas...

A Emigração - América, viagem, despedidas; dores e alegrias...

 

Quem são os 'cantores'?

Advogados, animadores culturais, arquitetos, artistas plásticos, assistentes sociais, atores, bancário, biblistas, bispos, cientistas, comerciantes, cozinheiros, diplomatas, dramaturgos, economistas, emigrantes, empregados do comércio, empregados de escritório, empresários, engenheiros, escritores, escriturários, estudantes, funcionários públicos, informáticos, jornalistas, juízes, lavradores, livreiros, médicos, militares, museólogos, padres, pescadores, pintores, polícias, políticos, professores, psicólogos, sociólogos, técnicos de biblioteca, violeiros…

 

Quê de fontes? Quê de apoios?

Para a recolha dos versos, socorri-me de alguma documentação pessoal, da Internet e da Biblioteca Nacional de Portugal, mas fico a dever à disponibilidade de um enorme grupo de amigos e conhecidos, que não identifico porque com certeza iam ficar de fora muitos deles, os imprescindíveis apoios no tocante à descoberta de açorianófilos e de versejadores e poetas das várias ilhas, à trabalhosa localização de detentores dos direitos de autor e necessária concessão de licenças para divulgação dos respetivos versos em suporte papel e, por fim, à meticulosa e persistente leitura e correção dos erros e gralhas que sempre nos escapam. 

Bem hajam! 

Mora, 22 de julho de 2020 

Olegário Paz


Os Açores nos versos dos seus poetas. Coletânea (400 poemas - 400 poetas), Ponta Delgada, Letras Lavadas edições, agosto 2020. ISBN 978-989-735-284-3



Olegário de Sousa da Paz nasceu na Beira, Ilha de São Jorge, Açores, em 1941. Estudou no Seminário de Angra, cidade onde trabalhou dois anos como padre e professor, e em Ponta Delgada no então Seminário-Colégio durante oito. Em 1975 estabeleceu-se em Lisboa, frequentou a Universidade Clássica onde fez as licenciaturas de História e de Estudos Portugueses. Professor aposentado do Ensino Secundário, é Mestre em Literatura Oral e Tradicional pela Universidade Nova de Lisboa.

É autor dos ensaios: “Subsídios para a História do Serviço Doméstico em Portugal”, “Empregadas Domésticas Mulheres em Luta”, “Loas a Nossa Senhora do Cabo”; “Um releitura de Don Quijote“, “Presença do Romanceiro Hispânico no D. Quixote de la Mancha, “Repercussão das Descobertas e Expansão no Cancioneiro Geral de Garcia de Resende”; “Miguel Torga e os Escritores Portugueses – Juízos de valor” in Diário, “Transformações do discurso poético de Ronald Carvalho”; “Facetas da vida e da cultura popular picoense na obra de Dias de Melo”, “Os poetas açorianos e os seus versos”; “Os poetas jorgenses e os seus versos”, entre outros. Colaborou no Grande Dicionário de Termos Literários e coordenou a coleção de livros didáticos “Para uma Leitura de” da Editorial Presença. É  coautor de Ler para Ser, manuais escolares; Dicionário Breve de Termos Literários; Dicionário Breve de Os Lusíadas; Casa Santa, Mimosa… Olhares sobre o Seminário de Angra (1950-1970).

https://www.letraslavadas.pt/poesia/os-acores-nos-versos-dos-seus-poetas/


"Ausência", José Carreiro
Os Açores nos versos dos seus poetas. Coletânea (400 poemas - 400 poetas), p. 346



PREFÁCIO - OU SETE ANOS DE LABOR...

 

por Onésimo Teotónio Almeida

 

Abro esta introdução prefaciai com uma afirmação categórica e sem reservas. Não conheço nenhuma antologia de poesia com as características desta: um poema de cada um de todos os autores de uma Região, ou de autores que escreveram sobre a mesma Região. Acontece ser sobre os Açores, onde, diz com graça o poeta Vasco Pereira da Costa, há mais poetas do que vacas. E quem quer que esteja familiarizado com estas ilhas sabe que as vacas abundam nas suas verdejantes terras de viçosas pastagens. Tornou-se até proverbial a frase de um Presidente da República que, de passagem pelo arquipélago, ao contemplá-las nesse cenário bucólico tão típico dos Açores, lhes chamou "vacas felizes".

Não poderá dizer-se o mesmo dos poetas, porque há essa ideia-cliché (embora não meramente convencional pois respira muita verdade) que coloca os poetas no mais inconformado, desadaptado, menos contente dos grupos humanos, criadores de versos muitas vezes por sentirem necessidade de ultrapassar as barreiras das estruturas conformizantes que os constrangem.

Não merecerá muito a pena determo-nos nestas considerações ainda que, por sinal, não sejam de todo descabidas entre os conhecedores da cena literária dos Açores e da Madeira. Com efeito, circula há muito a interrogação sobre as causas da existência de tanto poeta nos Açores, quando comparado com o arquipélago vizinho. As explicações produzidas em tertúlia de café e serões de amigos sugerem o lado melancólico, sombrio, pouco exuberante, introvertido mesmo da paisagem açoriana, em contraste com o soalheiro, vigoroso e de animadas cores quentes, relevo madeirense.

O melhor será deixarmos mesmo esta sorte de especulações que parecem escapar, por impossibilidade natural, a qualquer tentativa de teste empírico e regressarmos a esta antologia e aos seus méritos.

Ela começou pelo despreocupado envio semanal de um poema açoriano a um pequeno grupo de patrícios, vários deles dispersos nas duas margens do Atlântico. O Olegário Paz, que foi solista barítono no orfeão do Seminário de Angra e ainda hoje mantém bem expressivo o timbre da sua voz, para mitigar a saudosa ausência de solos, achou que poderia continuar a mantê-lo afinado lendo poemas em voz alta e gravando-os para benefício dos amigos. "Porque Hoje É Sábado" começou pois a surgir regularmente nos nossos ecrãs e, aos poucos, também no de açorianófilos espalhados pelo globo porque, por contágio, outros se foram juntando à lista de interessados em receber esse mimo semanal. Infalivelmente ao sábado de manhã, ano após ano, o Olegário foi-nos remetendo de Lisboa ou de Mora, no Alentejo, onde condivide o seu tempo livre de aposentadoria, os poemas de sua escolha, interrompendo-se apenas por curta temporada no pino do Verão.

A partir de certa altura, porque as reações dos recebedores da generosa oferta o estimulavam a continuar, passou a recorrer à sua outra veia, a de investigador. Empenhou-se então profundamente no alargamento do seu rol, fechando -se na Biblioteca Nacional e não só, na peugada de livros dos quais obtivera, aqui e ali, indireta, leve, vaga ou mesmo nebulosa referência. Amigos diversos colaboraram remetendo poemas de autores desconhecidos, ignorados, ou de obra dificilmente localizável, ou enviando-lhe pistas que ele depois seguia quase sempre com êxito. Assim, o projeto foi engrossando, e os poemas surgindo regular e ininterruptamente nos ecrãs dos nossos computadores, garantindo-nos um raio de luz em cada manhã de final de semana, fosse ele ensolarado ou açorianamente nublado e chuvoso.

Antigamente, classificava-se de paciência beneditina um esforço tão denodado, persistente e insistente, esmerado e minucioso. Quem conhece o Olegário sabe que são exatamente essas as características que, em cada primavera fazem florescer na sua horta e pomar alentejanos deliciosos vegetais e frutos. Já era assim também que, nos seus tempos de professor, ele marcava para sempre gerações de alunos que, guiados por olhos e saber experientes, aprenderam a conhecer e amar a sua língua materna através da obra dos seus melhores escritores e poetas. Aplicando os mesmos princípios de professor e agricultor intuitivo, mas também conhecedor, conseguiu uma inigualável colheita de poemas nesse rico "viveiro" açoriano, como Nemésio gostava de chamar às suas férteis ilhas. Desde o início fez questão de ser abrangente, incluindo poetas tanto eruditos, como populares, bissextos, curiosos e ocasionais.

Tão abundante colheita não seria de ficar apenas armazenada nos computadores dos contemplados pela sua semanal oferta. Impunha-se assegurar para essa vasta coletânea uma sobrevivência mais sólida, que só um livro à antiga, de papel tangível e folheável consegue fazer perdurar. Os incentivos para que esse passo fosse dado vieram de todos os lados, e as vozes mais conhecedoras do meio editorial insular foram concordantes: a Letras Lavadas seria a porta a bater com possibilidades de se abrir à ideia. E foi. Em pouco tempo, o projeto se pôs a caminhar em terreno seguro, permitindo assim o usufruto deste grosso volume de páginas repletas de poemas, se calhar o mais volumoso livro de poesia publicado em Portugal. A afirmação pode perdurar até ser posta em causa pela edição de outro maior.

Toda a gente sabe o complexo, delicado e melindroso que é lidar hoje com autores e editoras quando se procura obter direitos de publicação. O Olegário teve de lidar. com uma lista imensa de indivíduos e suspeita-se que tenha tido de enfrentar problemas vários, pois não pode ter fugido à regra. Todavia ninguém nunca se lhe ouviu uma única queixa. É essa outra das suas virtudes a juntar-se à lista que explica o êxito de todo este seu labor.

O leitor tem agora nas mãos o produto final. Nem o seu coordenador nem ninguém alguma vez imaginou que a lista dos poetas iria crescer tanto, a ponto de a leitura e envio periódico de textos ter acabado durando mais de sete anos. O facto é que durou. Sete anos de poemas. Caso para parafrasear Camões: Sete anos de pastor de poetas Olegário serviu... E mais servira se não fora.... a dificuldade de ir embrenhar-se pelos arquivos e bibliotecas dos Açores e pelas páginas de jornais, só disponíveis para quem tem acesso aos exemplares quase únicos, emedados em prateleiras esquecidas e poeirentas por essas ilhas fora.

Continuando a valer-me de Camões, fica o voto: que não lhe seja curta a vida, pois tão longo amor servirá para o nosso colecionador prosseguir ressuscitando poemas de poetas mortos, mas também estimulando os novos a manterem produtivo o viveiro insular, assim ampliando este impressionante volume. 

Providence, 6 de maio de 2020, Onésimo T. Almeida


Os Açores nos versos dos seus poetas.

400 autores, 400 textos:

 

Ilha do Corvo

Introdução de João Saramago (Corvino)

1

Palmira Jorge (1872-1956)

Meu aniversário

 

 

 

 

Ilha das Flores

Introdução de Nuno Álvares Vieira (Florense)

2

Agostinho Serpa (1963-)

Quimeras

3

Alfred Lewis (1902-1977)

À noitinha

4

Carlos Mesquita (1870-1916)

O ceu de perola velado

5

Fátima Vasconcelos (1954-)

To (be) a Whale [Para (ser) uma boleia]

6

Gabriela Silva (1953-)

Apetece beber a água que escorre pelas tuas ravinas

7

Gustavo de Fraga (1922-2003)

Ser e ter ou a hora das ilhas

8

João Silveira (1912-1980)

As lavadeiras

9

José Camões (1777-1827)

Elegia

10

José Serpa (1937-)

Exílio

11

José Silveira (1914-2005)

Almas das coisas

12

Luís Serpa (1907-1964)

Ansiedade atlântica

13

Maria Tomaz (1912-1970)

A ilha das Flores

14

Nuno Cabral (1979-)

Oh mar quem és tu?

15

Pedro da Silveira (1922-2003)

Poemas da antemanhã

16

Roberto de Mesquita (1871-1923)

Remember

17

Valério Florense (1901-1986)

Trabalhos do linho e da lã

 

 

 

 

Ilha do Faial

Introdução de Maria Inês Vargas (Faialense)

18

Adelina Nunes (1892-1977)

Trindades

19

Alzira Silva (1955-)

Um sopro de música

20

Amílcar Goulart (1910-1994)

(Poema branco)

21

Ângela Almeida (1959-)

A Ricardo Reis

22

Cordélia de Sousa (1781-1845)

[Ó, fregueses]

23

Dalila Vargas (1975-)

A Queda

24

Eduarda Rosa (1947-)

Âncora lançada, âncora levantada

25

Fátima Toste (1941-)

Empresta-me as tuas asas

26

Fernando de Sousa (1867-1914)

Primaveras

27

Frances Dabmey (1856-1918)

[O tremoceiro]

28

Francisco Goulart (1758-1830)

[Quando os astros descendo ao mar inflamado)

29

Garcia Monteiro (1859-1913)

Talento burocrático

30

Heitor Silva (1954-)

Sombras da vida

31

Helena Rodrigues (1870-1949)

As nove musas

32

Iracema (1877-1973)

Nostalgia

33

Jácome Armas (1985-)

Carta 1 – Da natureza para o Homem

34

João de la Cerda (1777-1850)

[Fradalhão, altanado carmelita]

35

José Sebag (1936-1989)

[O poeta… tossindo]

36

Júlio de Andrade (1896-1978)

Carta Décima Terceira

37

Luiza de Melo (1926-2002)

Recordações da infância

38

Manuel de Arriaga (1840-1917)

A Liberdade

39

Manuel de Sousa (1739-1801)

Ode Anacreôntica

40

Manuel Dias (1852-1930)

[Moisés, octogenário, ia com passo incerto]

41

Manuel Greaves (1878-1956)

O São João

42

Mário Fraião (1952-2010)

A pesada porta

43

Osório Goulart (1868-1960)

No Campo

44

Roberto Reis (1967-)

Numa ilha

45

Silva Peixoto (1915-2000)

Apelo

46

Sílvio (1737-1818)

A Alcipe

47

Simão da Silveira (1910-1939)

O lírio

48

Street de Arriaga (1828-1894)

Adeus!

49

Thomás da Soledade (1758-1823)

Mote – Da tua mão um mendinho

Mote – Sem falar mudo de cor

50

Vitaliano da Silveira (1768-1816)

[Nasce na manhã clara o belo Apolo]

 

 

 

 

Ilha do Pico

Introdução de Manuel Goulart Serpa

51

António Mar (1928-2013)

Signo

52

Bernardo Maciel (1874-1917)

A balada

53

Cândido Lacerda (1848-?)

A minha terra

54

Dias de Melo (1925-2009)

Na noite silenciosa

55

Ernestina Avelar (1849-1887)

O meu Pico

56

Fátima Madruga (1955-)

Intemporal alhures

57

Hernâni Candeias (1948-2015)

Contemplação

58

José Macedo (1934-)

A rosa

59

José Simplício (1937-)

Evocação

60

Judite Jorge (1965-)

[Pés na lama, cabeça nas estrelas]

61

Manuel Dias (1867-1902)

Andar à moda

62

Manuel Nunes (1926-2011)

Já tudo tem chafariz

63

Manuel Tomás (1950-)

Existir

64

Martins Garcia (1941-2002)

Assim seja

65

Olga Sousa (1935-)

Tela

66

Pereira da Silva (1892-1974)

Tábuas do meu berço - I

67

Rui Goulart (1974-)

A noite

68

Terra Garcia (1954-)

Minha ilha, meu povo

69

Tomás da Rosa (1921-1994)

Andorinha dos Ramos Floridos

70

Urbano Bettencourt (1949-)

Antero

 

 

 

 

Ilha de São Jorge

Introdução de Frederico Maciel (Jorgense)

71

Anónimo (recolha de Manuel d’Azevedo da Cunha, 1861-1937)

Retrato da namorada

72

António Ramiro (1892-1949)

Entardecer

73

Armando Narciso (1890-1948)

Terra Açoreana

74

Artur Goulart (1937-)

Ilha

75

Belmira de Andrade (1844-1921)

A uma violeta

76

Correia de Melo (1909-1993)

Romaria de amor

77

Fernando de Lemos (1934-1982)

Outono

78

Filomena Serpa (1861-1930)

Saudade

79

Gilberto Remador (1916-1993)

[Bem-haja, ó luz do sol]

80

João Caetano (1829-1913)

Ao expirar do ano 1895

81

João de Bettencourt (1945-)

Poema em plena faina para Vitorino Nemésio

82

João de Matos (1889-1915)

[Ai que saudades que eu tenho]

83

Jorge Cacete (1950-)

Barquinhos das ilhas

84

Jorge Machado (1939-)

Valor oculto

85

José Alves (1934-)

Fajã da Caldeira de Santo Cristo (São Jorge – Açores)

86

José de Lacerda (1861-1911)

“Sons”

87

José Soares (1927-2004)

[Quando o homem fez, um dia]

88

Leocádia Regalo (1950-)

Esses ares

89

Lígia (Lídia?) Barros (séc. XX)

Sou gente

90

Luísa Soares (1940-)

Insularidade

91

Moisés da Silveira (1960-)

A maresia da minha ilha

92

Olávia Vieira (1928-2011)

Minha Vila

93

Samuel Amorim (1901-1989)

Canção do cavador

94

Silveirinha (1901-1982)

Recordações da pátria

95

Teresa Blayer (1943-)

O último sorriso

96

Vital Cardoso (1945-)

Aos cantores populares

 

 

 

 

Ilha Graciosa

Introdução de Victor Rui Dores (Graciosense)

97

António Gil (1846-1883)

Só Deus é grande

98

Humberta Araújo (1959-)

[Aldeão]

99

José Berto (1938-1999)

[Poemas]

100

Manuel Lobão (1951-)

[sinto na pele o frio]

101

Rui de Mendonça (1896-1959)

No exílio

102

Victor Dores (1958-)

Declaração de amor à cidade da Horta

 

 

 

 

Ilha Terceira

Introdução de Álamo Oliveira

103

Adelaide Sodré (1903-1982?)

Romantismo

104

Álamo Oliveira (1945-)

[ninguém sabe o malefício dos anos]

105

Alexandre Borges (1980-)

e deste lugar (com bactérias-da-guarda e anjos-nocturnos)

106

Angélica Borges (1989-)

Mar

107

Ângelo Ribeiro (1886-1936)

[Minha alma é de criança]

108

António DaCosta (1914-1990)

[Varanda da minha infância]

109

Azoriana (1964-)

O triunfo outonal das cores

110

Bernardete Falcão (1924-)

Sonho de ilhéu

111

Borges dos Santos (1920-2002)

Tédio

112

Borges Martins (1947-)

Sentado no Epicentro das Palavras

113

Cabral de Mello (1740-1824)

[Não emparelha com João Trajano]

114

Canto e Castro (1903-

Ilha Terceira

115

Carina Fortuna (1979-)

Fragmentos

116

Carla Félix (1976-)

Palavras

117

Carla Tavares (1977-)

“O meu mundo cabe dentro de um abraço”

118

Carlos Enes (1951-)

[O tempo indizível caiu num saco de escorbuto]

119

Carlos Ornelas (1968-)

[quando te encontrei no cais]

120

Catarina Valadão (1986-)

[a noite abateu-se]

121

Chica Ilhéu (1950-)

[Se fosse pintora de tela]

122

Coelho de Sousa (1924-1995)

Ilha do mar

123

Cunha Ribeiro (1957-1994)

Algures, no Mundo

124

Das Dores Beirão (1940-)

Lenda das modas

125

Duarte Pinheiro (1963-)

Ritual

126

Emanuel Félix (1939-2004)

Para Joana

127

Félix Rodrigues (1962-)

A poesia é imortal

128

Fernando Mendonça (1947-)

Eu! Amo!

129

Ferraz da Rosa (1954-)

Sem pôr nem tirar

130

Gervásio Lima (1876-1945)

Ilha de Amores

131

Helena Martins (1961-)

Esconso de mim

132

Ivo Machado (1958-)

Antiquíssimas criptomérias

133

Joana Félix (1955-)

O baleeiro

134

João Afonso (1923-)

No Pego do Mar

135

João Borges (1778-1846)

À morte de M. M. Barbosa du Bocage

136

João Ilhéu (1896-1979)

Carta da América

137

João M. do Rego (1944-)

Fui nada num vulcão

138

João Melo (1987-)

O lado selvagem

139

João Rodrigues (1957-)

Visita

140

Joaquim Esteves (1908-1993)

Os Noivos

141

Joaquim Mendes (1861-1890)

A poesia

142

Jorge Morais (1958-)

[comigo trago]

143

José A. Afonso (1964-)

Quebra-mar

144

José da Costa (1896-1979)

Tempestades da alma

145

José Ferreira (1971-)

[Tenho-te fugido por entre os dedos]

146

José Sampaio (1852-1914)

Ao Luar

147

José Severim (1830-1865)

A tempestade

148

José Silva (1793-1871)

[Feliz, feliz do tempo, em que vivia]

149

José Simões (1949-1990)

Menino Ilha

150

Luís Borges (1977-)

Nós

151

Luís Costa (1983-)

Fica

152

Luís Nunes (1966-)

Outono

153

Luísa Ribeiro (1960-)

[O meu caminho é o meu ninho]

154

Lurdes Branco (1976-)

Ser Ilhéu

155

Machado Lourenço (1908-1984)

Casas da Aldeia

156

Maduro Dias (1904-1986)

Ponto

157

Manuel Lino (1865-1927)

[Parti cedo, em busca da ventura]

158

Marcolino Candeias (1952-)

Crepúsculo na ilha

159

Maria do Céu (1904-1980)

Tu e Eu

160

Mariavelar (1900-1980)

Castelos na areia

161

Mário Cabral (1963-)

Tratado de astrologia

162

Mateus das Neves (1907-1984)

O leiteiro

163

Moniz Bettencourt (1847-1905)

Naufrágio do Lidador

164

Norberto Ávila (1936-)

Discurso de despedida a uma mala de viagem

165

Paula Teixeira (1971-)

S. João

166

Ricarda Hilária (1975-)

Telefone

167

Rui Machado (1966-)

[Quero viver eternamente no princípio da noite]

168

Rui Rodrigues (1951-2004)

Lamúria de um sargento das índias

169

Sandra Fernandes (1979-)

Barco da poesia

170

Santos Barros (1946-1983)

Reflexões campesinas

171

Sónia Bettencourt (1977-)

Contemplação

172

Turlu (1907-1987)

[Quando na aurora da vida]

173

Válida (1981-)

Maré de poesia

174

Vasco da Costa (1948-)

Coro dos velhos do Corvo

175

Vitorino Nemésio (1901-1978)

O pão e a culpa

 

 

 

 

Ilha de São Miguel

Introdução de Maria João Ruivo (Micaelense)

176

Adelaide Freitas (1949-2018)

Eu me (te) digo

177

Adriana Bessone (1932-2012)

Toada

178

Albano Cordeiro (1914-1964)

À noitinha

179

Ana Franco (1945-)

O canto das rãs nas Sete Cidades

180

Ana Pimentel (1940-)

Caldeiras da minha vida

181

Ana Viveiros (1934-2013)

[Quando a cidade acende]

182

Aníbal Raposo (1954-)

Poema para o meu amor

183

Antero de Quental (1842-1891)

No templo

184

António de Araújo (1566-1632)

Encantos…

185

António Macêdo (?-1887)

Ella

186

António Moniz (1945-)

A caminho do hospital

187

António Moreno (1876-1946)

Rosa desfolhada

188

António Rego (1941-)

As prendas dos Magos

189

António Silva (1950-)

Somos filhos de sereias

190

António Teves (1954-)

[De rosas]

191

António Torres (1856-1936)

Soneto Prólogo

192

António Vallacorba (1940-)

Peito Insular

193

Armando Moreira (1954-)

Rumor das hortências

194

Aurora de Moraes (1861-1902)

Passeio à beira-mar

195

Bento Viana (1794-1823)

[Tyranos ferros quebrei]

196

Cândido Pimentel (1961-)

Ritual poético

197

Carlos Wallenstein (1925-1990)

Ecologia

198

Carmo Lima (1945-)

[Manhã de Chuva]

199

Carolina Matos (1945-)

Fome

200

César Brazídio (1979-)

Luana

201

César Rodrigues (1858-1946)

Et omnia vanitas

202

Clarisse Nunes-Dorval (1979-)

Até à lua

203

Cláudia Martins (1990-)

Inertes

204

Côrtes-Rodrigues (1891-1971)

Romeiros

205

Cristovam de Aguiar (1935-)

Luar da minha terra

206

Cristóvão de Aguiar (1940-)

Resolução

207

Daniel de Sá (1944-2013)

Natividade pátria

208

Decq Mota (1925-2004)

Invernia

209

Denis da Luz (1915-1988)

Névoa

210

Duarte de Viveiros (1897-1937)

Miragem

211

Eduardo de Andrade (1932-)

Homenagem à minha professora

212

Eduíno de Jesus (1928-)

Estudo para um retrato de memória (com mar ao fundo)

213

Egídio da Costa (séc. XIX-XX)

[Foi Santa Cruz da Vila da Lagoa]

214

Emanuel Botelho (1950-)

[Vou-me embora, disseste]

215

Emanuel de Sousa (1941-2018)

[As uvas colhem-se no arame farpado]

216

Escolástica Cordeiro (1945-)

Natal

217

Espínola de Mendonça (1891-1944)

Música

218

Ezequiel Silva (1893-1974)

Marinheiros do Pico

219

Faria e Maia (1853-1930)

O Figueiredo

220

Fátima Ribeiro (1950-)

Aquela que sou

221

Felipe do Quental (1824-1892)

A Esperança

222

Félix Horta (1890-1961)

As Horas

223

Fernando da Silva (1931-2016)

Não me ofereças flores

224

Fernando Mota (1947-)

Senhora da minha vida

225

Gabriel Cabral (1939-)

Água Retorta

226

Gabriel Ferreira (1909-1977)

A minha terra

227

Galvão de Carvalho (1903-1991)

Sol-Pôsto

228

Gaspar Frutuoso (1522-1591)

[Ou com o seco frio o sacro Tormes]

229

Humberto Bettencourt (1875-1963)

À memória de Antero

230

Inês Botelho (2004-)

Um gato invulgar

231

Irene Dias (1920-)

[Para os lados da Bretanha]

232

Isabel Quental (1887-1970)

O dia

233

Jacinto de Albergaria (1928-1981)

Poema

234

Jacome Correa (1792-1822)

Ode aos Autores do movimento político-Micaelense do dia 1.º de março de 1821

235

Jacome Rapozo (1730-1805)

Almena e Sylvano

236

João Anglin (1894-1975)

Pôr-do-Sol

237

João Soares Cordeiro (18??-19??)

A minha Deusa

238

João de Medeiros (1941-)

O repouso da garça

239

João de Melo (1949-)

Aqui onde o mar

240

João Loução (1895-1961)

Outono

241

João Macedo (1943-)

[A minha vida é um poema]

242

João Mendonça (1947-2004)

A Verdade do Poeta

243

João Peixoto (1803-1891)

Elvira

244

João Porto (1984-)

A Casa da Açafroa

245

Jonas Negalha (1933-2007)

Holocausto

246

José Arruda (1904-)

Cantadores da minha aldeia

247

José Bem-Saúde (1835-1922)

Jeovah

248

José Maria de Aguiar Carreiro (1970-)

Ausência

249

José da Costa (1881-1963)

Apresentação

250

José da Luz (1879-1965)

Versos

251

José da Silva (1952-)

Cancioneiro pós-moderno

252

José Duarte (1955-)

Ao compasso da viola e do mar

253

José F. Costa (1946-)

Miolo da figueira

254

José Lopes (1957-)

A paz eterna

255

José Machado (1913-1979)

Horas Antigas

256

José Ponte (1849-1924)

Rachel

257

José Raposo (1950-)

Cais da solidão

258

José Resende (1849-1896)

Lamúrias dum eleitor

259

José Tavares (1891-1986)

Pastoril

260

Júlio Oliveira (1999-)

[Esta chuva que me chega]

261

Laudalina Rodrigues (1954-)

Anoiteceu no teu corpo

262

Laureano Almeida (1937-)

[Ave Maria]

263

Leonardo Sousa (1994-)

Invocação – diagnóstico dos escombros

264

Leonilde Carreiro (1929-)

Que saudades, mãe

265

Lima Araújo (1886-1970)

Primavera arisca

266

Lopes de Araújo (1919-1993)

Anseio

267

Lúcia Melo (1942-)

Balada para uma sereia morta

268

Lourdes Cordeiro (1939-)

Recordações

269

Machado Ribeiro (1938-)

Na gruta

270

Madalena Férin (1929-2010)

Mensagem

271

Manuel Barbosa (1905-1991)

Revolta

272

Manuel Botelho (1910-1977)

Minha aldeia

273

Manuel de Amaral (1862-1942)

Vindimas

274

Manuel de Melo (1898-1986)

«Sobre o nosso Nordeste»

275

Manuel Pimentel (1939-2004)

Quem és tu?

276

Manuel Vasconcelos (1786-1844)

Maria

277

Margarida de Sousa (1945-)

Ilha do Pico

278

Maria Damião (1940-)

Casa Micaelense

279

Maria Esteves (1949-)

«…parece uma ave da Terra Nova…»

280

Marta Furtado (1976-2004)

Curriculum Vitae

281

Martin Maia (1911-1982)

Trovas Açorianas

282

Mercês Cardoso (1881-1956)

Outono

283

Miguel Alvim (1882-1915)

Quis es?

284

Natália Correia (1923-1993)

Alegram-se as velhas amigas em novos cantares de amigo

285

Nelson Moniz (1961-)

Lagoa do Fogo

286

Nuno Dempster (1944-)

Inventário

287

Nuno Costa Santos (1974-)

Primeira separação

288

Oliveira San-Bento (1893-1975)

Ansia

289

Pedro Paulo Câmara (1980-)

A ilha, os outros, tu e eu

290

Ramiro Dutra (1931-)

Eco cinzento

291

Raposo de Amaral (1897-1987)

Alma açoriana

292

Raposo de Lima (1905-)

A árvore e o ninho

293

Raposo de Oliveira (1881-1933)

No mar da vida

294

Rebelo Bettencourt (1894-1969)

A canção da fonte

295

Renata Botelho (1977-)

A árvore e as raízes

296

Resendes Ventura (1936-2013)

Canção do mar

297

Ricardo Cabral (1962-)

Engolir

298

Ricardo Tavares (1974-)

[Enquanto sonhava alto, ouvi gritos no céu]

299

Rolando de Viveiros (1882-1956)

Nocturno

300

Rui Peixoto (1953-2015)

Lenda das hortenses

301

Sacuntala de Miranda (1934-2008)

Evocação

302

Sidónio Bettencourt (1955-)

Bailarina

303

Sivnório (Onésimo T. Almeida, 1946-)

Placidez

304

Susana Rodrigues (1965-)

Evasão

305

Tavares de Melo (1954-)

Latitude

306

Teóphilo Braga (1843-1924)

O masthodonte

307

Teresinha Pimentel (1932-)

[A Menina na “Pragana”]

308

Tiago Rodrigues (1979-)

Insónia

309

Vasconcelos César (1906-1991)

[Dia de festa; alegria]

310

Virgílio de Oliveira (1901-1967)

Idealismo

311

Viriato de Resendes (1915-1994)

Carroça de mão

312

Vital Ferrão (1954-)

A Poesia

313

Y Not (António M. C. Arruda, 1946-)

Natal de Ontem… e de Hoje!...

314

Zeca Medeiros (1951-)

Cantiga da terra

315

Zeca Soares (1973-)

[A ti, Andorinha que és livre sem querer]

 

 

 

 

Ilha de Santa Maria

Introdução de Manuel J. Chaves

316

António Frias (1909-1992)

Os tempos que já lá vão

317

Armando Monteiro (1938-)

Crisol

318

Fernando Monteiro (1935-1995)

À velocidade do amor

319

Serafim Chaves (1904-1985)

O encanto da aldeia

 

 

 

 

Açorianófilos

Introdução de Miguel Real

320

Acácio Januário (1921-2000)

Soledade

321

Adriano de Faria (1929-)

Bairro das Angústias

322

Alice Moderno (1867-1946)

Partiu

323

Almeida Firmino (1934-1977)

O rumo é este instante

324

Américo Moreira (1953-)

A Vitorino Nemésio

325

Ana Amaral (1956-)

Feitos de lava

326

Ana Inácio (1966-)

A mulher de 17

327

Ana Leite (1954-)

Inverno na ilha

328

André Moa (1939-2011)

Arco-Íris do sonho

329

Andre Siganos (1948-)

Nus

330

Aníbal Pires (1956-)

S. Jorge, a ilha

331

António Barreto (séc. XX-XXI)

[Vai pelo mar fora]

332

António Névada (séc. XX-XXI)

[E arrastaram os botes]

333

António Silva (séc. XX-XXI)

[Deitei o teu nome na superfície]

334

Aranda e Silva (1957-)

Sonhos do Mar

335

Arsénio de Carpo (1792-1869)

Saudades de San-Miguel

336

Artur Lobato (1920-1986)

Ilha

337

Avelina da Silveira (1959-)

[Tu que nas manhãs de sol]

338

Carlos Bessa (1967-)

locus amoenus

339

Carlos de Castro (1934-)

Terceira – S. Jorge

340

Carlos Faria (1929-2010)

São Jorge – Pico

341

Catarina Dantas (1991-)

[O dia chega nos pés daqueles]

342

Cecília Meireles (1901-1964)

Ilha de Nanja

343

Coelho da Rocha (1958-2009)

Príncipes dilectos marinhos – Allegro com grazia

344

Couto Viana (1923-2010)

Ilha de São Miguel

345

Daniel Gonçalves (1975-)

[suportei o inverno mais longo de sempre]

346

Deka Purim (1962-)

Reciclagem

347

Dora Gago (1972-)

Insularidades

348

Eduardo Bettencourt Pinto (1954-)

Pergunto pelo inverno adormecido

349

Eleonora Marino Duarte (1969-)

Adeus

350

Ernesto Rebelo (1842-1890)

A ilha de São Miguel

351

Fátima Maldonado (1941-)

O dragoeiro

352

Fátima Quadros (1958-)

Queijo de São Jorge

353

Fátima Silveira (1929-2003)

Recordações

354

Fernando Martinho Guimarães (1960-)

Ponta Delgada

355

Fernando Reis (1946-2012)

Instantâneos

356

Francisco Vasconcelos (1960-2011)

Açores

357

Frank Gaspar (1946-)

Torrão natal

358

George Monteiro (1932-2019)

Serviços

359

Guilherme Cabral (1821-1897)

Hymno do Espirito Santo

360

Henrique Levy (1960-)

Comíamos Pão Junto ao Mar

361

Henrique Segurado (1930-)

Na rota de Nemésio

362

Hugo Ramires (1922-2008)

Prenda

363

Humberta Araújo (1961-)

Poema (em andamento) no rasto da minha Língua

364

Isabel Pulquério (1929-2014)

Natal

365

Isabel Rodrigues (1950-)

[Deste lado fica a ilha]

366

Ivone Chinita (1949-1938)

S. Mateus, por exemplo

367

João Barreiros (1970-)

“[Eu sou ilha]”

368

João T. de Medeiros (1901-1994)

Franqueza política

369

João Miguel Fernandes Jorge (1942-)

Ecce homo

370

José Barbosa (1893-1972)

Milhafre

371

José C. Francisco (1951-)

Sobre um tema de Vitorino Nemésio

372

José González (1937-2000)

Açores

373

José Soares (1763-1845)

[Cupido, já não temo tuas settas]

374

Josefina Amarante (1907-2008)

Ia chegar o Espôso: (Mat. 25:1-13)

375

Klauss-Kaffa Gil (1924-2018)

Edelweiss

376

Laura Lima (1930-)

Canção para o novo ano

377

Leons Briedis (1949-)

Repetição

378

Luís Moniz (1993-)

Sorte companheira do azar

379

Luiz Leite (1828-1898)

Também ama

380

Lurdes Simões (1956-)

A canção da escola

381

Manuel Alegre (1936-)

Código

382

Martha de Mesquita (1895-1980)

Relembrando

383

Morão Correia (séc. XX)

Poema do Homem das Ilhas de Bruma

384

Orquídea Abreu (1964-)

[há de haver sempre]

385

Osmar Pisani (1936-)

Breve canto

386

Paula Lima (1962-)

Homenagem a Ricardo Reis

387

Paulo Bacedônio (1974-)

quatro poemas açorianos

388

Paulo Freitas (1974-)

[Cheiro caminhos de terra, em vento vago]

389

Pedro Mendonza (1974-)

[Quando comecei a escrever]

390

Pedro Monteiro (1966-)

Bendita Maldição

391

Raquel Oliveira (1947-)

Lembranças felizes

392

Ribeira Sêca (Luís Côrtes-Rodrigues, 1914-1991)

Poesia

393

Rodolfo Begonha (1965-)

Nove sorrisos de liberdade

394

Rogério Apresentação (1948-)

Pétalas ao vento

395

Semy Braga (1947-)

[Sobre os legados]

396

Senna Freitas (1808-1872)

Desengano

397

Silva Duarte (1918-2011)

Rosário dos portos do mar

398

Sophia Andresen (1919-2004)

Açores

399

Teresa Machado (1954-)

Ilha-Mulher

400

Virgílio Vieira (1960-)

O Vigia de baleia




Poderá também gostar de:

  •  Literatura Açoriana (os autores, o conceito de açorianidade, a questão e alguns estudos sobre a Literatura Açoriana). In: Lusofonia – plataforma de apoio ao estudo da língua portuguesa no mundo, José Carreiro, 2021 (3.ª edição).



CARREIRO, José. “Os Açores nos Versos dos Seus Poetas”. Portugal, Folha de Poesia, 13-10-2020. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2020/10/os-acores-nos-versos-dos-seus-poetas.html