Fotografia: José Carreiro, Povoação, 2014-11-30 |
Igreja construída em 1553, sendo uma das
mais antigas da Ilha, conhecida como Matriz Velha da Povoação. Foi mandada
edificar por João de Arruda. No passado, esta igreja invocava Nossa Senhora dos
Anjos. Está classificada como Imóvel de Interesse Público, por ter sido a
primeira igreja da ilha de São Miguel a ser construída. Próximo do ano 1595,
foram realizadas obras, aumentado assim o número de naves. No decurso do séc
XVI seria instituído o curato de Nossa Senhora da Mãe de Deus. Após a
construção da nova igreja da localidade, esta passou a chamar-se Nossa Senhora
do Rosário.
http://www.azores.gov.pt/Gra/srrn-cets/conteudos/livres/Povoa%C3%A7%C3%A3o.htm
576 anos da chegada dos primeiros povoadores à Povoação
Com D. Pedro em Regente
Com D. Pedro em Regente
D. Henrique mandou gente
Assinando um papel
Assim nova População
Chegaram à Povoação
Na Ilha de São Miguel
Não é demais nem asneira
Lembramos ser importante
Foi senhorio da Madeira
Este nosso grande Infante
Se senhorio de Lagos
Em Alvor foi seu Regente
Não esquecendo dos cabos
Espartel e São Vicente
Foi D. Henrique o Infante
Senhorio dos Açores
Se Povoar era Importante
Pois mandou mais Povoadores
Povoada Santa Maria
Para o Norte navegaram
E à Ilha da “Cabraria”
Navegadores Chegaram
E foi com muita alegria
Quando à Ilha chegaram
Nome pelo Santo dia
De São Miguel lhe chamaram
Algarvios, Nordestenses
À Povoação chegaram
E os vizinhos Marienses
Ali também não faltaram
Plebeus, nobres e escravos
Sendo casados ou não
Senhores com seus escravos
Chegaram à Povoação
Primeiros Povoadores
Se alguns vieram contentes
Também foram portadores
De gado, alfaia e sementes
Outros dos Povoadores
Até nem mediam riscos
Povoando os Açores
Pensavam em ficar ricos
Muito Ouro até Prata
Pensavam arrecadar
Saiu-lhes floresta e mata
Com campos p’ra trabalhar
Muito limpa estava a praia
Mas lá dita Povoação
Era cedro, urze, faia
E mais por aquele chão
Para entrar na Povoação
Já não falando em medo
Nem ponham os pés no chão
Derivado ao arvoredo
Com o terreno penoso
E difícil de andar
Estando muito custoso
Pois lá tinham que limpar
Sem pararem um segundo
E não era de admirar
Desde que existia o Mundo
Tinham folhas p’ra limpar
Foi tal e qual à Madeira
Se não fossem a queimar
Nem havia ali maneira
De poderem cultivar
Centeio, fava, ervilha
Com cevada até aveia
Pois tudo dava na Ilha
P’ra almoço jantar e ceia
Na velha Povoação
Dito já pelo antigo
Foi muita a comichão
P’ra conseguir um abrigo
P’ra fazerem seus abrigos
Pois, casas eram cafuas
Sendo mesmo tudo amigos
Cada um fazia as suas
Uma barraca em madeira
Por cima a palha cobria
Foi assim feita primeira
Dita casa moradia
Queimando até desbravando
Muitas terras ao chegar
Foram-se acomodando
P’ra dormir e trabalhar
Sacho, arado, machado
Foice, martelo até serra
Isto e trabalho forçado
Serviu p’ra tratar a terra
Terreno foi melhorando
No seu viver dia a dia
Pouco em pouco se alargando
Com saúde e alegria
O dia-a-dia, vivido
Com alguma lentidão
Fica o caso conhecido
Da chegada à Povoação
João Sardinha, Diário dos Açores, 2015-09-29
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