Por: Bibliomundi
O que define se você é um
poeta? E como saber se essas palavras que você escreveu formam, afinal, uma
poesia?
Basta
escrever uma ou outra coisa, um verso aqui, outro ali, e pronto? Se quebrar as
linhas fora da prosa, já é automaticamente poesia?
Essas
são questões que podem assolar qualquer escritor. Quem dirá os aspirantes a
autores, que não tiveram a oportunidade de publicar livro ainda.
É como se para alcançar a forma que é o poema, você precisasse evoluir até um
patamar de ouro, como se um coro de anjos descesse do céu para consagrar sua
obra.
Mas
qualquer pessoa pé no chão sabe que isso não vai acontecer. E por mais que você
receba a dita consagração terrena, ganhando concursos, conquistando leitores,
quiçá sendo premiado pelas suas publicações… Ainda assim, essa sensação pode
assolar você.
Na
verdade, já falamos sobre isso aqui no blog de autopublicação da Bibliomundi. Se
chama a famosa síndrome do impostor,
quando você sempre acha que não é bom o suficiente, que na verdade é uma farsa.
Ou
seja, essa mesma dúvida se você pode se considerar um poeta de verdade, ou se
pode chamar essa coisa que você botou no papel de poesia.
Vamos
falar sobre poesia. Pode-se definir um poema como um conjunto de palavras que
expressam ideias ou emoções de forma vívida e imaginativa. Pode-se dizer que um
poema deve seguir uma determinada métrica, ter determinado ritmo. Pode-se dizer
que é uma técnica literária que se diferencia da prosa e da fala normal.
(Fonte: Literary Devices)
Mas
também pode-se questionar: todo poema precisa ser assim, vívido e imaginativo?
E se o poeta jogar a métrica e ritmo pro ar, será que não é mais poesia? Não
pode ser verso livre? Pode-se questionar até mesmo se a poesia é sempre em
verso, e se o poeta decidir não quebrar as linhas e basicamente escrever poesia
em prosa… é proibido?
Não.
Não é proibido.
Olhe
bem, a poesia é mais livre que isso e defini-la pode ser tão difícil quanto
definir o
que é a literatura. E se você acha que é simples, é porque não
buscou definições o bastante.
Aí é
que está: definições, no plural. Da antiguidade até a contemporaneidade, não se
pode confinar a poesia a apenas uma definição. Nem sequer é possível confiná-la
a um único idioma, cultura, contexto. A poesia foi atravessando a história,
ganhando novas formas e significados.
O que
se entende por poesia hoje não só pode como deve ser um tanto diferente do que
foi há dois mil anos atrás. E que maravilha!
Isso
não é para dizer que toda pessoa lerá qualquer coisa e dirá: é poesia.
Talvez
para fazer poesia seja preciso certa intencionalidade. E sem dúvidas cai bem
compreender um pouco do que se entende por poesia, de
hoje até o passado.
Você
pode buscar inspirações nos poetas que mais mexem com você. E pode até mesmo
não gostar de poeta nenhum até agora, mas continuar sua busca para ver se o
problema não era uma definição limitadora, confinante, do poema, que não
representava a poesia que sai e toca no seu âmago.
Talvez
a lírica épica mexa contigo… Talvez você se encante pelos versos dramáticos de
Shakespeare. E que interessante que separamos os gêneros literários em épico,
lírico e dramático, mas o verso possa se espalhar por todos eles.
E
quiçá a maior lição que você deverá aprender hoje é que mesmo uma criança pode
escrever poesia. E talvez ela escreva sem que ninguém a ensine “é assim
assado”. Talvez todo o repertório dela venha, apenas, de ler outras poesias e,
um belo dia, por qualquer motivo que seja, decida colocar as palavras no papel.
Até
mesmo uma criança pode ser consagrada pela poesia que escreveu, inclusive.
Existem concursos para poetas infantis, que foram incentivados a escrever por
suas escolas. Esses concursos podem ir a níveis municipais, estaduais,
regionais, nacionais, mundiais.
Da
singeleza inocente de uma criança, pode sair poesia. Da vivência adulta,
também.
Talvez
o que você precise absorver é que o julgamento de valor nem sempre dá conta de
“proibir” a arte. Que o julgamento de valor do outro não pode “despoetizar” o
seu poema.
Mesmo
que considerem seu poema um lixo, não podem tirar de você a poesia.
E o
que é o outro, não é mesmo? Deve escrever sempre a espera das críticas alheias?
O outro pode amá-lo ou rejeitá-lo. Essa mistura de reações pode vir ao mesmo
tempo. Talvez seja uma depois da outra. Talvez seu primeiro trabalho encontre
rejeição e o segundo, consagração. Talvez o contrário.
A
poesia é livre. Não é confinada. Você pode experimentar e experimentar. Pode
experimentar no verso livre, depois no pentâmetro iâmbico. Pode abandonar as
rimas, depois buscá-las. Pode só jogar sentimentos no papel, ou pode tentar
abordar um conceito.
Pode
escrever e publicar ebook sem olhar para
trás… Ou pode editar e editar sua poesia incansavelmente para refiná-la até a mais
intencional escolha de palavras. É sempre válido.
Aqui
na Bibliomundi, acreditamos que a literatura é de todos para todos. A poesia,
também.
Não
confine a poesia, tudo bem? E nem a si mesmo.
E aí,
autor? Pronto para se libertar?
Se
você ainda não está satisfeito e quer saber mais sobre como escrever poesia, dê
uma olhada nestes artigos:
Escrevendo um poema em
10 passos
5 dicas para escrever
um poema
Autopublicação e
tendências: ebooks de poemas
Descubra como escrever
um conto ou poema fascinante com Edgar Allan Poe
“Como saber se o que eu
escrevi é poesia”, redação da Bibliomundi, 2021-06-09
https://bibliomundi.com/blog/como-saber-se-o-que-eu-escrevi-e-poesia/
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