quarta-feira, 25 de abril de 2018

25 DE ABRIL, SEMPRE!


 



I
Como animais rente à fonte
nossos pais um dia
abriram-nos as portas.
Vejo aquecidas sob o corpo as patas desses animais,
pais verdes por entre a multidão.

II
Trocamos por moedas o pão de Abril,
o gosto restaurado, o olhar distante.
Vejo como bailam as moscas
fartas do pastoreio.
Outras há, por perto, sedentas de mais governo
ou de sangue mandatado por seu regimento
porque há um ajuntamento contra o régulo
porque sobra azeite na taça do ungido.


José Maria de Aguiar Carreiro, 25 de Abril de 2018.



Análise textual

O poema "25 DE ABRIL, SEMPRE!" de José Maria de Aguiar Carreiro é uma homenagem ao Dia da Liberdade em Portugal, que celebra a revolução de 25 de abril de 1974 que derrubou o regime ditatorial de António de Oliveira Salazar e abriu caminho para a democracia.

O poema é dividido em duas partes. Na primeira parte, o poeta usa a metáfora de animais rente à fonte para descrever os pais da geração anterior, que abriram as portas para a liberdade e a democracia num futuro mais livre e justo, permitindo que as gerações seguintes beneficiassem desses avanços. A imagem dos pais "verdes por entre a multidão" sugere não só uma sensação de juventude e entusiasmo que permeava a Revolução dos Cravos, como também a esperança e a renovação.

Na segunda parte, o sujeito poético volta-se para a situação atual em Portugal, em que muitas pessoas parecem ter esquecido a importância do 25 de abril. Ele descreve como as pessoas estão mais interessadas em ganhar dinheiro do que em lutar pelos ideais de liberdade e justiça que a revolução representou. Assim, o sujeito poético sugere que a liberdade e a democracia conquistadas em 25 de abril foram trocadas por dinheiro e corrupção. A imagem das moscas dançando, satisfeitas com o pastoreio, sugere uma sensação de complacência e inatividade que se estabeleceu na sociedade. Isto é, se por um lado as moscas que bailam simbolizam a prosperidade e a abundância que muitas pessoas experimentam atualmente, por outro lado, estas também se tornam apáticas e indiferentes à política. O sujeito poético também aponta para aqueles que ainda buscam mais poder e controle, sedentos de governo ou sangue mandatado pelo seu regimento.

No final do poema, o poeta faz uma referência ao ungido, possivelmente um líder político que representa a elite dominante. Ele observa que há um ajuntamento contra o régulo, ou seja, contra aqueles que tentam manter o poder nas mãos de poucos em detrimento do bem-estar da maioria. A taça do ungido, que transborda de azeite, simboliza o excesso de poder e riqueza que a elite ainda mantém, mesmo depois de tantos anos de democracia.

Em geral, "25 DE ABRIL SEMPRE" é um poema que usa uma linguagem poética rica em imagens para transmitir uma mensagem política. O poeta sugere que a Revolução dos Cravos foi uma conquista importante, mas que essa conquista está sendo desperdiçada pela corrupção e pela complacência da sociedade. O poema é uma chamada à ação, um lembrete de que a liberdade e a democracia são conquistas preciosas que precisam ser protegidas e defendidas.

Análise textual solicitada em 16 e 19-02-2023 a ChatGPT (Feb 13 Version), disponível em https://chat.openai.com/chat (texto revisto e adaptado)



CARREIRO, José. “25 DE ABRIL, SEMPRE!”. Portugal, Folha de Poesia, 25-04-2018 (última atualização: 19-02-2023). Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2018/04/25-de-abril-sempre.html


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