O Livro de Cesario Verde: 1873-1886. Publicado por Silva Pinto. Lisboa: Typographia Elzeveriana, 1887 |
Obra
completa de Cesário Verde, org.
Joel Serrão, 8.ª ed., Lisboa, Livros Horizonte, 2003 |
Quadro esquemático da edição da poesia de Cesário Verde nas
edições de Silva Pinto e Joel Serrão:
Título da poesia e sua ordem na edição de Joel
Serrão |
Local e data da 1.ª publicação |
Local e data da feitura |
Edição de Silva Pinto e sua ordenação nesta |
1) A forca |
Lisboa, Diário de Notícias,
12-11-1873 |
02-04-1873 |
Não existe |
2) Num tripúdio de
corte rigoroso |
Lisboa, Diário de Notícias,
12-11-1873 |
16-04-1873 |
Não existe |
3) Ó áridas Messalinas |
Lisboa, Diário de Notícias, 12-11-1873 |
Não se sabe |
Não existe |
4) Eu e ela |
Porto, Diário da Tarde,
03-12-1873 |
Não se sabe |
Não existe |
5) Lúbrica… |
Porto, Diário da Tarde, 03-12-1873 |
Não se sabe |
Não existe |
6) Ele – ao «Diário
Ilustrado» |
Lisboa, 1874, em folha solta |
Não se sabe |
Não existe |
7) Ecos do realismo (Impossível, Lágrimas, Proh
pudor!, Manias) |
Porto, Diário da Tarde, de 20 a 23-01-1874 |
Lisboa |
Não existe |
7.1) Impossível |
Porto, Diário da Tarde,
20-01-1874 |
Lisboa |
Não existe |
7.2) Lágrimas |
Porto, Diário da Tarde, 21-01-1874 |
Lisboa |
Não existe |
7.3) Proh pudor! |
Porto, Diário da Tarde,
22-01-1874 |
Lisboa |
Não existe |
7.4) Manias |
Porto, Diário da Tarde, 23-01-1874 |
Lisboa |
Não existe |
8) Heroísmos |
Porto, Diário da Tarde,
07-02-1874 |
Lisboa |
Não existe |
9) Cantos da tristeza |
Porto, Diário da Tarde, 14-02-1874 |
Não se sabe |
Setentrional, n.º 2 |
10) Cinismos |
Porto, Diário da Tarde,
12-03-1874 |
Lisboa |
Não existe |
11) Fantasias do impossível (Caprichos, Esplêndida
e Arrojos) |
Lisboa, Diário de Notícias, 22-03-1874 |
Lisboa |
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11.1) Caprichos |
Lisboa, Diário de Notícias,
22-03-1874 |
Lisboa |
Responso, n.º 6 |
11.2) Esplêndida |
Lisboa, Diário de Notícias, 22-03-1874 |
Lisboa |
Não existe |
11.3) Arrojos |
Lisboa, Diário de Notícias,
22-03-1874 |
Lisboa |
Não existe |
12) Vaidosa |
Porto, A Harpa, n.º 14, 1.ª série, 1874 |
Não se sabe |
Não existe |
13) Flores Venenosas I - Cabelos |
Lisboa, A Tribuna, 18-10-1874, n.º
42, 2.ª série |
Lisboa, abril de 1874 |
Meridional, n.º 3 |
14) Melodias vulgares - Flores Velhas |
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14.1) Melodias vulgares |
Porto, Jornal da Tarde, 04-12-1874 |
Não se sabe |
Flores velhas, n.º 13 |
14.2) Flores Velhas |
O Livro de Cesário Verde, 1887 |
Não se sabe |
Flores velhas, n.º 13 |
15) Cadências tristes |
Lisboa, A Tribuna, 27-12-1874,
n.º 52, 2.ª série, sob o pseudónimo de Margarida |
Lisboa, outubro |
Não existe |
16) Deslumbramentos |
Coimbra, Mosaico, n.º 6, fevereiro de 1875 |
Não se sabe |
Deslumbramentos, n.º 1 |
17) Humorismos de amor |
Lisboa, A Tribuna, 11-04-1875,
n.º 67, 2.ª série |
Lisboa |
Frígida, n.º 16 |
18) Ironias do desgosto |
Lisboa, A Tribuna, 26-09-1875, n.º 91,
2.ª série |
Lisboa, 1874 |
Ironias do desgosto, n.º 4 |
19) Desastre |
Porto, O Porto, 30-10-1875 |
Lisboa |
Não existe |
20) Nevroses - Contrariedades |
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20.1) Nevroses |
Porto, O Porto, 18-03-1876 |
Não se sabe |
Contrariedades, n.º 7 |
20.2) Contrariedades |
O Livro de Cesário Verde, 1887 |
Não se sabe |
Contrariedades, n.º 7 |
21) A débil |
Coimbra, A Evolução, n.º 1, novembro
de 1876 |
Lisboa, 1875 |
A débil, n. º 8 |
22) Humilhações |
1877? |
Não se sabe |
Humilhações, n.º 5 |
23) Num bairro moderno |
Brinde aos Senhores Assinantes do
Diário de Notícias (1877),
princípios de 1878 |
Lisboa, verão de 1877 |
Num bairro moderno, n.º 9 |
24) Merina |
Lisboa, Ocidente, 01-05-1878 |
Não se sabe |
Noites gélidas-Merina, n.º 11 |
25) Sardenta |
Porto, Renascença, 1878, p. 41 |
Não se sabe |
Sardenta, n.º 12 |
26) Cristalizações |
Revista de Coimbra, n.º 1, maio
de 1879 |
Lisboa, inverno de 1878 |
Cristalizações, n.º 10 |
27) Noitada |
Lisboa, Novidades, 24-08-1879,
sob o pseudónimo de Cláudio |
1879 |
Noite Fechada, n.º 14 |
28) Num álbum |
Porto, Cancioneiro Portuguez, 1.º fascículo,
setembro de 1879 |
Lisboa |
Não existe |
29) Em petiz |
Lisboa, Diário de Notícias, 29-09-1879 |
Linda-a-Pastora, 1878 |
Em petiz, n.º 20 |
30) Manhãs brumosas (versos de um inglês) |
Porto, Renascença, 1879, p. 155 |
Foz do Tejo, 1877 |
Manhãs Brumosas, n.º 15 |
31) O Sentimento dum
Ocidental |
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31.1) |
Porto, Portugal a Camões, publicação extraordinária
do Jornal de Viagens, 10-06-1880 |
Não se sabe |
O sentimento dum ocidental, n.º 18 |
31.2) |
O Livro de Cesário Verde, 1887 |
Não se sabe |
O sentimento dum ocidental, n.º 18 |
32) De tarde |
Póstuma? |
Não se sabe |
De tarde, n.º 19 |
33) De Verão |
Póstuma? |
Não se sabe |
De Verão, n.º 17 |
34) Nós |
Paris, A Ilustração, 05-09-1884 |
Lisboa |
Nós, n.º 21 |
35) Provincianas |
Póstuma |
Não se sabe |
Provincianas, n.º 22 |
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Obra poética integral de Cesário
Verde (1855-86) / |
Critérios editoriais adotados na edição de Ricardo Daunt:
A obra poética de Cesário Verde recebeu
diversos tratamentos dos seus compiladores e mereceu inúmeras edições.
A primeira edição dos seus poemas
surgiu, como já sabemos, após a morte do poeta e foi da responsabilidade de
Silva Pinto. Nessa edição, que ganhou o título de O
livro de Cesário Verde, diversos poemas, com ou
sem o consentimento do autor, foram relegados. Edições posteriores arrolaram o
espólio poético disponível, embora vários organizadores não tenham igualmente
feito mais do que reproduzir a edição de Silva Pinto.
Nas edições da obra poética de Cesário
Verde que se seguiram, nem todas as que registaram a produção completa do poeta
o fizeram de acordo com um mesmo plano de trabalho: em algumas dessas edições
os poemas excluídos d’O livro de Cesário Verde comparecem
à parte, como apêndice a O livro…;
noutras edições, tais poemas são misturados com aqueles que fizeram parte da primeira
edição.
A par de tudo isto houve infelizmente
desacertos quanto à simples contagem dos poemas deixados por Cesário. É que o
poeta agrupou em algumas circunstâncias poemas sob um título geral, antológico.
É o caso dos poemas «Impossível», «Lágrimas», «Proh pudor!» e «Manias», […].
Coube-nos, então, considerar os pontos
em que tais poemas contactam com o resto da obra cesarina, para os situar e
inserir devidamente, conforme a legítima ordenação a que fazem jus, no plano da
obra poética de Cesário Verde. E foi isso que fizemos: consideramos a realidade
formal e temática desses três poemas, «Humilhações», «De tarde» e «De verão» —
e convencemo-nos de que o primeiro inegavelmente postula um lugar próximo de
«Esplêndida», sendo, pois, inserido logo após o tríptico originalmente
intitulado «Fantasias do impossível», do qual este último poema faz parte. «De
tarde» e «De verão» sugerem-nos haver sido concebidos antes de «Nós», como um
lanço preparatório — e isto quer em virtude dos aspetos formais e temáticos, quer,
ainda, devido ao procedimento lógico adotado pelo sujeito de enunciação lírico,
em que a «ação da memória » parece executar um desarquivamento recente.
Ademais, como ficou patente na «Tábua cronológica», defendemos a hipótese
(lastrada na biografia do poeta) de que esses dois poemas datam de 1881 (e
nisto estamos de acordo com o biógrafo João Pinto de Figueredo).
Resta por fim observar, quanto ao
trabalho inacabado «Provincianas », que, ao contrário das demais antologias que
o incluíam com o mesmo destaque concedido aos poemas (objetos conclusos), nós,
por respeito à coerência lógica — e admitindo como todos os demais leitores críticos
e compiladores da obra do poeta admitem (ou por omissão concordam, expressando
este acordo pelo traço pontilhado logo abaixo do último verso escrito) que
«Provincianas» não é um facto consumado, mas um trabalho em progresso,
apresentamos os versos desse projeto inacabado após o poema «Nós», mas num
corpo mais pequeno e marginalmente à obra poética — e fazemo-lo a título de
interesse em relação àqueles que pretendem persistir na biografia de Cesário
Verde. Para estes, o documento «Provincianas» pode vir a ser um objeto
biográfico de interesse.
No entanto, no que diz respeito ao
estudo de Cesário Verde (da sua produção poética, bem entendido), devemos
imediatamente concordar ser um contrassenso designar por poema qualquer texto
que o próprio autor não autorizou que o fosse.
Ler mais em: Obra poética integral de Cesário Verde (1855-86) / org., apresent., tábua
cronológica e cartas reunidas Ricardo Daunt; rev. Suzana Ramos. - 1ª ed. - Lisboa:
Dinalivro, 2013. 265 p. ; 24 cm. - ISBN 978-972-576-618-7
Obra Poética Integral de Cesário Verde (1855-86), |
CARREIRO, José. “Sobre a
edição da poesia de Cesário Verde”. Portugal, Folha de Poesia, 08-09-2021.
Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2021/09/sobre-o-corpus-poetico-de-cesario-verde.html