Sucedem-se os dias numa roda-viva
Que gira, numa vertigem sem fim
E, se para o girar procuramos saída,
Tudo em nós fica em forma d’assim
Nos enleios de coisa nenhuma
Que o dia-a-dia sempre nos dá
Esfiam-se os sonhos, a espuma
Que, sem sal nem cal, é consagra
Da a uma estátua de um deus cego
Em cujos olhos varados um fundo
De resina acre, porém doce Quieto
Um milhafre tomba já defunto
Exangue de todo o cansaço, pretérito
Num calmo sossego d’um sono profundo
Que gira, numa vertigem sem fim
E, se para o girar procuramos saída,
Tudo em nós fica em forma d’assim
Nos enleios de coisa nenhuma
Que o dia-a-dia sempre nos dá
Esfiam-se os sonhos, a espuma
Que, sem sal nem cal, é consagra
Da a uma estátua de um deus cego
Em cujos olhos varados um fundo
De resina acre, porém doce Quieto
Um milhafre tomba já defunto
Exangue de todo o cansaço, pretérito
Num calmo sossego d’um sono profundo
GUIMARÃES, Fernando
Martinho. “No
aniversário dele. Do Fernando Pessoa.”
Ponta Delgada, 30-11-2019. Facebook:
Fernando
Martinho Guimarães. Disponível em: https://www.facebook.com/fernando.m.guimaraes/posts/10219049570544273
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Poesia, 17-05-2018. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2018/05/fernando-pessoa-13061888-30111935.html
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