Poema XIX do Livro Segundo de Flores sem fruto de Almeida Garrett. Lisboa: na Imprensa Nacional, 1845. Disponível em: https://permalinkbnd.bnportugal.gov.pt/records/item/90769-flores-sem-fructo |
Acompanha o poema “As
minhas asas” de Almeida Garrett e procura responder às seguintes questões.
1. Caracteriza as asas do sujeito poético.
2. Indica quem lhas deu.
3. Enumera as ameaças que, em vão, atentaram contra as suas
asas.
4. Assinala o momento de viragem no poema.
AS MINHAS ASAS
Eu tinha umas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Que, em me eu cansando da terra,
Batia-as, voava ao céu.
— Eram brancas, brancas, brancas,
Como as do anjo que m’as deu:
Eu inocente como elas,
Por isso voava ao céu.
Veio a cobiça da terra,
Vinha para me tentar;
Por seus montes de tesouros
Minhas asas não quis dar.
— Veio a ambição, co’as grandezas,
Vinham para m’as cortar,
Davam-me poder e glória;
Por nenhum preço as quis dar.
Porque as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Em me eu cansando da terra
Batia-as, voava ao céu.
Mas uma noite sem lua
Que eu contemplava as estrelas,
E já suspenso da terra,
Ia voar para elas,
— Deixei descair os olhos
Do céu alto e das estrelas...
Vi, entre a névoa da terra,
Outra luz mais bela que elas.
E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu,
Para a terra me pesavam,
Já não se erguiam ao céu.
Cegou-me essa luz funesta
De enfeitiçados amores...
Fatal amor, negra hora
Foi aquela hora de dores!
— Tudo perdi nessa hora
Que provei nos seus amores
O doce fel do deleite,
O acre prazer das dores.
E as minhas asas brancas,
Asas que um anjo me deu
Pena a pena, me caíram...
Nunca mais voei ao céu.
Poema XIX do Livro Segundo de Flores sem fruto de Almeida Garrett. Lisboa: na Imprensa Nacional, 1845. Disponível em: https://permalinkbnd.bnportugal.gov.pt/records/item/90769-flores-sem-fructo
Esquema
interpretativo do poema “As minhas
asas”, de Almeida Garrett
Fonte:
Projeto #EstudoEmCasa – Aula n.º 48 de Português dos 7.º e 8.º
anos sobre os poemas "O
papagaio", de Sebastião da Gama, e "As minhas asas", de Almeida
Garrett, 2021-05-07.
► Assistir
à aula da Professora Tereza Cadete Sampainho, em https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/p7828/e542348/portugues-7-e-8-anos
***
Outro questionário sobre o poema “As minhas asas”, de Almeida Garrett
1.
Divide o poema em duas partes lógicas.
2.
Enumera as tentações a que o sujeito poético resistiu.
3.
Identifica aquela à qual sucumbiu.
4. Indica as consequências de ter sucumbido a essa tentação.
Fonte:
Projeto #EstudoEmCasa – Aula n.º 48 de Português dos 7.º e 8.º
anos sobre os poemas "O papagaio", de Sebastião da Gama, e "As
minhas asas", de Almeida Garrett, 2021-05-07. Disponível em: https://estudoemcasa.dge.mec.pt/2020-2021/7o-e-8o/portugues/48
INTERTEXTUALIDADE
Acompanha o tema “Asas”,
de Rui Reininho, e regista:
- para que serve as asas;
- o que não se faz às asas;
- quando deixam de ser usadas;
- o que significam.
Fonte: Projeto #EstudoEmCasa –
Aula n.º 48 de Português dos 7.º e 8.º anos sobre os poemas "O
papagaio", de Sebastião da Gama, e "As minhas asas", de Almeida
Garrett, 2021-05-07.
ASAS
Asas servem pra voar
Para sonhar ou pra planar
Visitar, espreitar, espiar
Mil casas do luar
As asas não se vão cortar
Asas são pra combater
Num lugar infinito
Num vácuo para ir espiar o ar
Asas são pra proteger
Te pintar, não te esquecer
Visitar-te, olhar, espreitar-te
Bem alto do luar
E só quando quiseres pousar
A paixão que te roer
É o amor que vês nascer
Sem prazo, idade de acabar
Não há leis para te prender
Aconteça o que acontecer
Mas só quando quiseres pousar
A paixão que te roer
É o novo amor que vês nascer
Sem prazo, idade de acabar
Mas só quando quiseres pousar
A paixão que te roer
É o amor que vês nascer
Sem prazo, idade de acabar
Não há leis para te prender
Aconteça o que acontecer
Não vejo mais pra te prender
Aconteça o que acontecer
Não há leis para te prender
Aconteça o que acontecer
Rui Reininho / GNR
As asas,
como mencionadas na letra da canção, têm vários significados, simbolizando a
liberdade, os sonhos, a capacidade de explorar e a proteção. Elas representam
também a paixão e o amor, e são um símbolo de ausência de limites e de
renovação constante.
Para que servem as asas:
As asas
servem para voar, sonhar e planar. Elas representam liberdade, a capacidade de
transcender limitações e explorar novos horizontes.
Além
disso, as asas também podem simbolizar proteção e a capacidade de enfrentar
desafios.
O que não se faz às asas:
A letra
menciona que “as asas não se vão cortar”. Isso sugere que não devemos
restringir nossa liberdade ou nossa capacidade de sonhar e explorar.
Num
sentido mais amplo, podemos interpretar isso como não sufocar os nossos desejos
e aspirações.
Quando deixam de ser usadas:
As asas
deixam de ser usadas quando decidimos “pousar”, ou seja, quando escolhemos
parar de voar e enfrentar a realidade.
Isso pode
representar momentos em que abandonamos os nossos sonhos ou desistimos de
lutar.
O que significam:
As asas
simbolizam liberdade, paixão, amor e a busca por algo maior.
Elas
também podem representar a dualidade entre o desejo de voar e a necessidade de
encontrar um lugar para pousar e se estabelecer.
Em
resumo, a letra da canção “Asas” convida-nos a refletir sobre os nossos sonhos,
paixões e a importância de manter a nossa capacidade de explorar, mesmo quando
enfrentamos desafios e limitações.