Ivo Machado, "à proa do meu navio", Facebook, 12-12-2023 |
à Madalena,
minha neta recém-nascida
Hoje nasceu uma estrela
depois tudo foi o que se sabe
de luz coberta
de amor cercada
estranhamente antes de alegria
outra forma de melancolia
oh, meu bem —
De mim o que te pertence?
tenhas todo o Tempo
(por mim passou depressa)
oh, minha estrela —
escrevo o que lembro
ah, contigo
nasci de novo.
Ivo Machado
Casa da Agudela, 9 de julho de 2024
Disponível em: https://www.facebook.com/share/p/pz8juXV7o87CTeQi/
Linhas de
leitura sobre o poema “Escrevo o que lembro”, de Ivo Machado:
O poema inicia comparando o
nascimento de Madalena ao surgimento de uma estrela. Essa estrela traz consigo
luz e amor, simbolizando não apenas o nascimento físico, mas também um
renascimento emocional para o sujeito poético.
Madalena é descrita como cercada
de luz e amor. No entanto, há uma melancolia presente antes da alegria plena.
Essa dualidade reflete a complexidade das emoções humanas diante de momentos
significativos.
O sujeito poético expressa o
desejo de que Madalena tenha “todo o Tempo”. Esta frase reconhece que o tempo
passou depressa para ele e, ao mesmo tempo, reflete sobre a efemeridade da
vida.
As expressões “luz coberta” e
“amor cercada” simbolizam o desejo do poeta de proteger e cuidar da sua neta.
Essa imagem sugere um ambiente seguro e acolhedor.
A pergunta “De mim o que te
pertence?” explora o que do seu ser ele passará para ela, sugerindo uma herança
emocional e espiritual.
A declaração "escrevo o que
lembro" sublinha o papel do poeta como cronista das emoções, usando a
escrita para preservar memórias e sentimentos.
Os termos afetuosos como “meu
bem” e “minha estrela” revelam o profundo amor do sujeito poético por Madalena,
destacando a importância dos laços familiares.
Apesar da melancolia e da passagem do tempo, o nascimento da neta Madalena traz uma renovação. É uma nova oportunidade de viver e sentir, marcando um momento significativo na vida do poeta.
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