A
quem me atulhou o peito
De saudades dentro e fora:
Fora ‑ em flor de escuro aspeito
Dentro ‑ em renúncias da Hora.
A quem com rito e preceito
Me sorriu, e folga e cora
Quando o Sol lhe bate, em jeito
quem me atulhou o peito
De saudades dentro e fora:
Fora ‑ em flor de escuro aspeito
Dentro ‑ em renúncias da Hora.
A quem com rito e preceito
Me sorriu, e folga e cora
Quando o Sol lhe bate, em jeito
De carícia, porque a adora.
A quem... A Ti. Quero dar-te
Sonetos de pouca arte,
Falas de Sonho e de Cor,
Que digam... Eu sei! Talvez:
Era um poeta, uma vez,
Louco por Ti, meu amor.
A quem... A Ti. Quero dar-te
Sonetos de pouca arte,
Falas de Sonho e de Cor,
Que digam... Eu sei! Talvez:
Era um poeta, uma vez,
Louco por Ti, meu amor.
Vitorino Nemésio, A Fala das Quatro Flores
(Opúsculo publicado quando o poeta tinha 17 ou 18 anos de idade)
(Opúsculo publicado quando o poeta tinha 17 ou 18 anos de idade)
LEITURA ORIENTADA
Analise o poema, destacando:
· relação texto/ função (note que a dedicatória se repete anaforicamente);
· as perífrases que aludem ao tu;
· a relação linguagem eufórica / amada (2ª estrofe);
· o futuro do passado (última estrofe);
· a estrutura formal (estrofes, métrica, jogos de rima: preceito/ em jeito; cora/ adora; dar-te/ arte; Cor/ amor; Talvez/ uma vez).
Ser em Português 12, coord. A. Veríssimo, Porto, Areal Editores, 1999.
SUGESTÃO
[Post original: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2012/08/18/A.QUEM.ME.ATULHOU.O.PEITO.aspx]
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