E
por vezes
E
por vezes as noites duram meses
E
por vezes os meses oceanos
E
por vezes os braços que apertamos
nunca
mais são os mesmos E por vezes
encontramos
de nós em poucos meses
o
que a noite nos fez em muitos anos
E
por vezes fingimos que lembramos
E
por vezes lembramos que por vezes
ao
tomarmos o gosto aos oceanos
só
o sarro das noites não dos meses
lá
no fundo dos copos encontramos
E
por vezes sorrimos ou choramos
E
por vezes por vezes ah por vezes
num
segundo se evolam tantos anos
David Mourão-Ferreira, Matura
idade [1966-1972]. Lisboa, Arcádia, 1973
Questionário sobre o poema “E por vezes”,
de David Mourão-Ferreira
1. Destaca a anáfora presente
no poema.
1.1. Explicita os valores dessa
anáfora.
2. Indica a ideia transmitida
pelo sujeito poético neste poema.
3. Identifica o tempo verbal
que predomina no poema.
3.1. Explicita o valor
expressivo desse tempo verbal.
4. Identifica os recursos expressivos
presentes nos versos seguintes.
a) "E
por vezes sorrimos ou choramos"
b) "ao
tomarmos o gosto aos oceanos"
5. Explica o sentido dos dois
últimos versos do soneto.
6. Completa o texto lacunar acerca
do poema "E por vezes".
choro devagar, espírito experienciada mudança tempo
Neste poema, o sujeito
poético reflete acerca da vivencia humana do ___. Assim, a passagem do tempo é ____
por cada pessoa consoante o seu estado de ____ - ora passa muito ____, ora
passa depressa. Provocando em nós a ____ e o esquecimento. A consciência de que
o tempo passa provoca em nós sentimentos fortes, que no levam ao ___ e ao riso.
Proposta de
correção:
1. Repetição da expressão “E por vezes” no início de
vários versos sucessivos.
1.1. A repetição da expressão
"e por vezes" relaciona-se com a temática do poema: o tempo e a forma
como o vivemos.
Por um lado, realça como ele nos surpreende e como
parece extinguir-se ou prolongar-se, conforme o nosso estado de espírito; por
outro, destaca a sucessão ininterrupta de vivencias que se convertem em
memórias.
2. O sujeito poético transmite a ideia de que a perceção
do tempo varia conforme o seu estado de espírito e o momento que está a viver.
3. O tempo verbal predominante é o presente do
indicativo.
3.1. O presente do indicativo sublinha que essa ideia
de que a perceção do tempo depende de cada indivíduo é uma verdade intemporal.
4. a) Antítese
b) Metáfora
5. Os dois últimos versos do soneto encerram-no
transmitindo de forma muito clara a ideia que o atravessa.
De
facto, o tempo é sentido psicologicamente, isto é, horas, minutos e segundos
condensam-se ou diluem-se em função da importância e do significado de cada
momento.
6. Neste poema, o sujeito
poético reflete acerca da vivencia humana do tempo.
Assim, a passagem do tempo é experienciada
por cada pessoa consoante o seu estado de espírito
- ora passa muito devagar, ora passa depressa.
Provocando em nós a mudança e o
esquecimento. A consciência de que o tempo passa provoca em nós sentimentos
fortes, que no levam ao choro e ao
riso.
Fonte: Projeto #EstudoEmCasa –
Aula n.º 62 de Português dos 7.º e 8.º anos sobre os poemas "Impressão digital"
(António Gedeão), "E por vezes" (David Mourão-Ferreira),
2021-06-25.
► Assistir à aula da
Professora Tereza Cadete Sampainho, em https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/p7828/e553778/portugues-7-e-8-anos - inicia ao minuto 14’29’’
CARREIRO,
José. “E por vezes, David Mourão-Ferreira”. Portugal, Folha de Poesia,
23-11-2022. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2022/11/e-por-vezes-david-mourao-ferreira.html
Sem comentários:
Enviar um comentário