NO POEMA
Transferir o
quadro o muro a brisa
A flor o copo o
brilho da madeira
E a fria e virgem
limpidez da água
Para o mundo do
poema limpo e rigoroso
Preservar de
decadência morte e ruína
O instante real de
aparição e de surpresa
Guardar num mundo
claro
O gesto claro da
mão tocando a mesa
Sophia de Mello Breyner Andresen
LIVRO SEXTO, 1.ª ed., 1962, Lisboa, Livraria
Morais Editora; 2.ª ed., 1964, Lisboa, Livraria Morais Editora; 3.ª ed., 1966,
Lisboa, Livraria Morais Editora; 4.ª ed., 1972, Lisboa, Livraria Morais
Editora; 5.ª ed., 1976, Lisboa, Moraes Editores; 6.ª ed., 1985, Lisboa, Edições
Salamandra; 7.ª ed., revista, 2003, Lisboa, Editorial Caminho; 8.ª ed.,
revista, 2006, Lisboa, Editorial Caminho. 1.ª edição na Assírio & Alvim
(9.ª ed.), Lisboa, 2014, prefácio de Gustavo Rubim.
I - Não está em causa
«descrever» um mundo que há de ser o mundo do «poema limpo e rigoroso», mas o ato
de o nomear.
1. De
que forma o emprego dos «nomes» e dos «artigos» se ajusta ao que acima se
afirma?
2. Que
relação há entre o mundo nomeado e o poema?
(Ser
em Português 10 – Língua Portuguesa 10. º ano. Coord. Artur Veríssimo. Porto:
Areal Editores, 2003, p. 309)
Cenários de resposta:
1. É
a sobrecarga de nomes concretos (ligados à ideia de visualidade e de
clareza – quadro, muro, brisa, flor, copo...) que, sobretudo, se
associa ao ato de nomear. Este aproxima e implica o Eu no
mundo nomeado (= criado), aspeto que o emprego do artigo definido
reforça.
(Note
que nomes abstratos como «limpidez», «instante» «gesto», o não são assim tanto,
porque pertencem ao mesmo mundo concreto dos nomes presentes nos dois primeiros
versos e são precedidos de artigos definidos que os tornam mais palpáveis.)
2. O
poema fixa o mundo nomeado num tempo fora do tempo, isto é, não sujeito
à sua ação corrosiva, como o verso 5 explicita “Preservar de decadência morte e
ruína”.
II - A poeta não se funde com o quadro, o muro ou a brisa, nem o poema. Ele é a preservação de tudo que existe, é a preservação do instante real, de um gesto claro da mão tocando a mesa. (Vivian Steinberg, “No Poema”: um paradigma da tessitura poética de Sophia de Mello Breyner Andresen, USP-FFLCH, 2006)
A partir da leitura da composição de Sophia
Andresen “No poema” e de outras leituras sobre a poética da autora, elabore um texto
expositivo em que comentes a afirmação acima transcrita.
Textos de apoio
A poesia portuguesa do século XX
[…] deste poema se pode dizer que é uma arte
poética, expressa […] por uma série de conselhos ou auto-conselhos para criar
poesia. Aliás, é bem de Sofia esta maneira de supor um texto anterior ao poema,
no qual se formulam questões como em "Porque", ou se inserem verbos dicendi,
como aqui. Três verbos no infinitivo (que também pode ser lido como
imperativo), três verbos, dizia eu, que se reduzem a dois, pois preservar
e guardar são sinónimos quase perfeitos, reforçando-se quase
tautologicamente. Assim, nas duas estrofes temos os dois preceitos fundamentais
do ato criador: transferir o referente para o discurso poético o preservar o
momento da revelação poética, o gesto da escritura. Do mundo real Sophia
seleciona elementos que sintetizam o concreto e o abstrato, o sólido e o
líquido, o natural e o artificial, mas sua seleção só se faz numa área
semântica em que predominam os semas positivos de arte (quadro), de proteção
(muro), de frescura (brisa, água), de beleza (flor), de pureza (virgem), de
transparência (copo, água). É esse mundo exterior restrito e seleto que se deve
transferir para o mundo do poema, triplamente qualificado por epítetos da
preferência do poeta: limpo, rigoroso e claro. Claro é também o gesto "da
mão tocando a mesa". Para Sophia, como para Reis, Torga e Casais Monteiro,
o poema é o lugar da preservação, da permanência: neles, sobretudo, a
necessidade de permanecer como homem e como poeta nos seus versos; nela, o
desejo de fixar no poema " o instante real de aparição e de surpresa"
que, lido separadamente, poderia ser tomado como um instante-limite da aparição,
mas que, em conjunto com o último verso, mais parece significar o instante da criação
poética, a partir do "gesto claro da mão tocando a mesa".
Berardinelli, Cleonice.
(2010). “A Poesia Portuguesa no Século XX”, Revista Letras. 26.
10.5380/rel.v26i0.19471.
***
No espaço do poema: a presença do real
Publicado originalmente em 1962, no Livro
sexto, esse texto apresenta-se como uma espécie de arte poética da obra
andreseniana. A linguagem apresenta-se de forma clara e objetiva, trazendo o
poema como um espaço de construção, ou melhor, de reconstrução. O “mundo real”
aparece a partir da enumeração de diferentes elementos desde o âmbito natural
ao sensível, como o toque da mão na mesa.
No primeiro verso, observamos a ideia
de “transferir”, que sugere o movimento de algo para um novo lugar. Para a voz
poética, os elementos da realidade – como o quadro, o muro e a brisa – devem
ser transferidos para “o mundo do poema”. Essa noção relaciona-se com as
palavras de Sophia Andresen em sua “Arte Poética III”, quando ela afirma que a
poesia sempre foi “uma perseguição do real”, e o poema, o círculo que apreende
o pássaro do real, como vimos anteriormente. Ora, nesse círculo transfere-se o
mundo concreto. Transcrevem-se seus elementos, reconstrói-se a realidade. O
poema surge, então, como um espaço de reconstrução. […]
Os termos que constroem os primeiros versos
de “No Poema” criam imagens visuais e também sensoriais. A brisa, por exemplo,
evoca o tato, reproduzindo a sensação do vento fresco e húmido tocando a face.
A fluidez da água também brinca com ambos os campos, pois é um forte apelo
visual que suscita o contato com o líquido frio. A enumeração é feita, porém,
sem sinais de pontuação, e essa marca é comum na poesia andreseniana. Tal
ausência sugere a ideia de colagem, pois as palavras aparecem como fragmentos
de imagens colocados em sequência, lado a lado, para a composição de uma imagem
mais ampla e complexa: o mundo real. São como fotografias isoladas colocadas em
conjunto para formar um painel.
Tal painel é, para o sujeito lírico, um
espaço “limpo e rigoroso”; o poema é um “mundo claro” onde se pode guardar “O
gesto claro da mão tocando a mesa”. Tais adjetivos são fundamentais à obra
andreseniana. A limpidez nos permite ver, com clareza, o mundo real. É a
luminosidade que permite à voz poética apreender os elementos que a cercam e
inseri-los em seu poema. Para se ligar ao que existe no mundo, o sujeito vê
antes cada coisa. Mas esse ‘ver’ não é simplesmente a faculdade de captar algo
pelos órgãos da visão. Ver é perceber e assimilar as coisas do mundo por meio
de todo e qualquer canal de receção: o ouvir, o tatear e, claro, o olhar. A
luminosidade se associa também à ideia de “pureza”, ou seja, a relação pura
(limpa) entre o poeta e sua realidade, entre o homem e o mundo. Além disso, a
limpidez pode ser lida como clareza, nitidez, transparência, noções que
permitem a visão. Ser visto é existir, é ser real. É se aperceber da presença
das coisas e, dessa maneira, comungar o mundo, partilhar dele.
O rigor pode ser associado à noção de
equilíbrio, isto é, o poema é um espaço construído com uma medida justa,
harmônica. A busca pelo real é permeada pela relação justa que o homem deve
estabelecer com seu mundo. Da ‘ordem justa’ e do ‘equilíbrio’, podemos pensar
na ideia de ‘justeza’, a qual “é uma propriedade que o poema para si [de Sophia
Andresen] procura para poder dizer o equilíbrio, a proporção certa e essa
contenção da desmesura das coisas do mundo” (GUSMÃO, 2010, p. 276). A poesia
constrói-se a partir de uma medida justa, e o poeta, ao integrar seu canto no
mundo, deve fazê-lo com rigor.
Assim como uma fotografia, o poema é,
na visão andreseniana, um espaço de nitidez, de equilíbrio e de claridade. Para
que a imagem seja capturada e reproduzida, ocorre uma rigorosa e equilibrada
reação entre a luz e o filme, coordenados pelo elemento ótico da lente. Nesse
sentido, observamos, na primeira estrofe, a composição de uma imagem por meio
do poema. Da mesma maneira que a lente de uma câmara fotográfica capta a luz e
promove, pela reação química com o filme, a reprodução de um objeto, o poema
surge – por seu rigor e sua limpidez – a partir da reprodução dos elementos do
mundo real. Transcritos para o mundo do poema, os elementos tornam-se reais,
pois são vistos, são verdadeiros.
Essa transcrição ou transferência – que
une a ideia da reprodução e da presentificação – é para Sophia Andresen o modo
como o poeta liga-se ao mundo. Ele escuta o poema, assimila-o, molda-o –
buscando sempre o real, logo tornando-o real e presente, como a própria autora
explica: “O poema não explica, implica. O poema não explica o rio ou a praia:
diz-me que a minha vida está implicada no rio ou na praia. [...] É a poesia que
me implica, que me faz ser no estar e me faz estar no ser. É a poesia que torna
inteiro o meu estar na terra” (ANDRESEN, 1977, p. 77). Nesse âmbito, o poema é
criado como “o selo da aliança do homem com as coisas” (Idem, 1960, p. 54).
Para a autora, “todo o poeta, todo o
artista é artesão duma linguagem” (Idem, 2011, p. 839), o qual seria, contudo,
distinto do artesanato “usual”, pois não nasce “da relação com uma matéria
[...]. O artesanato das artes poéticas nasce da própria poesia à qual está
consubstancialmente unido”, como indica em sua “Arte Poética II” (originalmente,
o texto foi publicado na revista Távola Redonda, nº 21, jan. 1963.
Depois, foi publicado na 1.ª edição de Geografia, 1967):
Se um poeta diz “obscuro”, “amplo”,
“barco”, “pedra” é porque essas palavras nomeiam sua visão de mundo, a sua
ligação com as coisas. Não foram palavras escolhidas esteticamente pela sua
beleza, foram escolhidas pela sua realidade, pela sua necessidade, pelo seu
poder poético de estabelecer uma aliança. É da obstinação sem tréguas que a
poesia exige que nasce o “obstinado rigor” do poema.
Ora, se a poesia é a ligação do homem
com o real segundo essa visão, o poema surge como um espaço de salvação, um
mundo que preserva “o instante real de aparição e surpresa”, conforme “No
Poema”. Para a voz poética, a palavra tem este poder: tornar presente o real,
mantendo a fugaz chama da sua existência. O poema capta e preserva o mundo na medida em que a palavra enuncia os
seus elementos presentificando-os. Ele é, então, um lugar de excelência: é a
ligação entre o homem e sua realidade.
Esse local é, para a voz poética,
resguardado da decadência, da morte e da ruína. A imagem das ruínas surge para
simbolizar um mundo que não é do equilíbrio nem da claridade. A morte aparece
em uma espécie de antítese com o substantivo aparição, criando uma oposição
entre o começo – o surgimento – e o fim. O aparecimento, o começo e o dia
inicial são noções recorrentes para Sophia Andresen. O instante em que algo
surge é o momento em que ele se faz presente, ele se torna real e verdadeiro.
É, desse modo, a existência do real. […]
O poema andreseniano é, portanto, um espaço de reconstrução e de existência que, por meio da linguagem, permite que os outros homens – os leitores – liguem-se à realidade e sintam-se parte dela ao compartilhar do olhar do poeta. O sujeito de “O Poema” nos revela: “Mesmo que eu morra o poema encontrará / Uma praia onde quebrar as suas ondas” (ANDRESEN, 2011, p. 409). Sim, pois, ainda que o sujeito não esteja presente nesse espaço, o poema é a aliança dele com as coisas do mundo. A praia estará lá no poema em sua existência; a fotografia também, de certo modo, configura-se dessa maneira: “Fotos fornecem um testemunho. Algo de que ouvimos falar mas de que duvidamos parece comprovado quando nos mostram uma foto” (SONTAG, 2004, p.9). Afinal, a existência do objeto ou do elemento torna-se real através dela. Assim, o poema e a fotografia são maneiras de estarmos no mundo, de nos relacionarmos com o nosso contexto e de poder dividir essa experiência com os outros indivíduos que nos cercam. “É esta relação com o universo que define o poema como poema, como obra de criação poética” (ANDRESEN, 2011, p. 839).
Nathália
Macri Nahas, “No espaço do poema: a presença do real, uma relação entre o
poema e a fotografia na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen”, Desassossego,
São Paulo, v. 9, n. 18, p. 101, dez. 2017
Natureza e poesia
[…] para Andresen, a ideia de um convívio
harmonioso com a natureza abrange também a relação do homem com a palavra, uma
vez que a autora afirma, em “Arte Poética V”, enxergar no poema “a respiração
das coisas, o nome deste mundo dito por ele próprio” (ANDRESEN, 2015, p. 898).
Essa premissa da poesia como linguagem em estado de imanência é agudamente
acentuada em poemas de Andresen que assumem caráter metalinguístico, como “No
poema”, em que a autora explora a ideia da linguagem poética concebida como um
organismo vivo, que preserva “o instante real de aparição e de surpresa”:
Transferir o quadro o muro a
brisa
A flor o corpo o brilho
da madeira
E a fria e virgem liquidez da água
Para o mundo do poema limpo e
rigoroso
Preservar de decadência morte e ruína
O instante real de aparição e de surpresa
Guardar num mundo claro
O gesto claro da mão tocando a mesa
Nos versos apresentados, o eu lírico
afirma que pretende transferir elementos como “o quadro”, “o muro”, “a brisa”;
“A flor”, “o corpo”, o “brilho da madeira” e a “virgem liquidez da água” para o
mundo do poema. Assim, os elementos imagéticos descritos recebem o apoio do
elemento rítmico, que proporciona ênfase a cada uma das imagens evocadas
conforme o encadeamento de palavras paroxítonas, que sugerem uma constância
segundo a qual o ato de contemplação se desenvolve. Nesse sentido, em cada
palavra ecoa a ideia de enfatizar os elementos que preservam o instante de
“decadência morte e ruína” e que se revelam motivos substanciais ao fazer
poético, uma vez que na poética andreseana
O mundo,
a humanidade, a vida surgem e florescem apenas quando nomeadas pela palavra
poética; a palavra é a flor, a essência do real, súbita clareza, límpida
maravilha que nasce da insondável profundidade, dos territórios secretos do ser
e os “diz” (LANCIANI, 2013, p. 101).
Em sentido amplo, é possível observar
ao longo de “No poema” que o fazer poético se confunde com o próprio “estar no
mundo” manifestado pela voz do eu lírico, o que indica uma inter-relação entre
todos os elementos que compõem o poema, que, por sua vez, dialoga diretamente
com a metáfora de teia oriunda do campo ecocrítico, segundo a qual “os
ecossistemas são entendidos como redes de organismos individuais” (CAPRA, 1997,
p. 34). Nesse contexto, a ideia sugerida pelo verbo transferir – mudar
de um lugar para outro – ocupa lugar central para a compreensão dos versos da
autora, que propõe um modo de pensar o mundo e compreendê-lo de forma global e
integrativa.
Ainda, a preferência da autora pelo uso
de substantivos concretos, conforme evidenciado nos grifos realizados,
adequa-se a uma das definições de Andresen sobre o fazer poético, segundo a qual
o “poema não fala de uma vida ideal mas sim de uma vida concreta” (ANDRESEN,
2015, p. 891). Com base nessa experiência, o eu lírico nomeia a paisagem e os
seus diferentes componentes: “o quadro o muro a brisa/ A flor
o corpo o brilho da madeira/ E a fria e virgem liquidez da água”,
de modo a procurar “desocultar a aparência do sensível das coisas, a sua
essência” (PEREIRA, 2003, p. 152).
Nesse sentido, observa-se que, na
sequência do texto, o verso “Para o mundo do poema limpo e rigoroso” muda a
forma como a poeta concebe a linguagem no poema. Antes dele, verifica-se um uso
de enumerações e aditivas; depois, há quebras constantes causadas pela
preposição de (Preservar de decadência morte e ruína/ O instante real de
aparição e de surpresa). Assim, tem-se que a segunda parte do poema se
manifesta como um mosaico linguístico, de modo mais fragmentado, ou ainda um
mosaico em composição, que traz a esse “mundo do poema limpo e rigoroso” os
conflitos inerentes à perceção da modernidade.
Essa busca segundo a qual a poesia
procura a grafia da forma absoluta entre a própria multiplicidade das formas
visíveis e sensíveis (RUBIM, 2013, p. 238), ressaltada, sobretudo, pelos
substantivos evocados ao longo do poema, consiste na referida manifestação do
“instante real de aparição e de surpresa” como um mosaico em composição tal
qual o mundo contemplado pela poeta, observável também diante da própria
escolha estilística de Andresen, que opta por não utilizar uma separação
convencional dos termos das orações por meio de vírgulas ou pontos-finais. A
essa característica é possível associar um encadeamento de imagens, de modo que
todos os elementos do poema parecem interligados e interdependentes.
Constata-se, portanto, que o sentido de
interdependência entre os elementos está presente no poema tanto em suas
manifestações linguísticas quanto no apelo imagético, que busca “Preservar de
decadência morte e ruína/ O instante real de aparição e de surpresa”. Assim,
estabelece-se a criação poética como uma fuga em relação à existência pura e
simples, o que se mostra em acordo com um dos pensamentos expressos em “Arte
Poética III”: o que define a poesia como a “ligação com o real que está
presente em todas as coisas” (ANDRESEN, 2015, p. 893). Desse modo, o essencial
na realidade de “No poema” pode ser interpretado, também, como o próprio poema.
A leitura de “No poema” indica que “o
instante real de aparição e de surpresa” se apresenta também como um eixo para
a contemplação dos seres e elementos naturais, aspeto presente em toda a obra
de Andresen, bem como da conceção de “uma arte do ser”, conforme expressa a
autora no ensaio Poesia e realidade: “o poema é o selo da união do homem
com as coisas” (ANDRESEN, 1960, p. 54). É justamente esse encontro que
estabelece, por meio do “poema limpo e rigoroso”, um olhar voltado para a
imanência na linguagem andreseana, em um contexto em que a palavra se une à
própria experiência do real e aproxima sua poesia a uma perspetiva
fenomenológica, uma vez que o “estudo das essências, e todos os problemas,
segundo ela, resumem-se em definir essências: a essência da perceção, a essência
da consciência, por exemplo” (MERLEAU-PONTY, 1999, p. 1).
Murillo Castex, Uma arte do ser:
relações entre palavra e natureza na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen.
Curitiba, UTFPR, 2022
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- Perfil poético e estilístico de Sophia de Mello Breyner Andresen - apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária da lírica de Sophia de Mello Breyner Andresen, por José Carreiro. Folha de Poesia, 2020-07-17
“No
poema: Transferir o quadro o muro a brisa, Sophia Andresen”, José Carreiro.
Folha de Poesia, 2022-10-12. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2022/10/no-poema-transferir-o-quadro-o-muro.html
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