ESTES SÍTIOS!
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Olha bem estes sítios queridos, |
Flores sem Fruto e Folhas
Caídas de Almeida Garrett, edição de Paula Morão, 3.ª ed., Lisboa, Editorial
Comunicação, 1984, pp. 112-113.
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1 acre (verso 8) – que produz uma forte impressão
olfativa; que tem sabor ácido, amargo.
2 Amor (verso 13) – divindade representada sob a forma
de uma criança, geralmente alada.
3 níveo (verso 15) – que é relativo à neve ou próprio
dela; que é da cor da neve.
4 candor (verso 15) – brancura extrema; qualidade do
que é puro, inocente.
5 cresta (verso 16) – queima superficialmente.
Questionário
sobre o poema “Estes sítios”, de Almeida Garrett.
1. Explique
a importância de olhar «estes sítios queridos», tendo em conta os versos 1 a 6.
2. O
sujeito poético exprime uma visão subjetiva do espaço campestre.
Explicite dois aspetos
significativos que comprovem esta afirmação.
3. Caracterize
a «cidade» (verso 20) representada no poema, fundamentando a resposta com
citações relevantes.
4. Analise
dois efeitos expressivos do adjetivo «triste», que, nos versos 4 e 30,
qualifica o «pinheiro».
5. Apresente,
por palavras suas, as ideias expostas por Almeida Garrett no excerto seguinte
da «Advertência» a Folhas Caídas.
«As presentes Folhas
Caídas representam o estado de alma do poeta nas variadas, incertas e vacilantes
oscilações do espírito, que, tendendo ao seu fim único, a posse do Ideal, ora
pensa tê-lo alcançado, ora estar a ponto de chegar a ele – ora ri amargamente
porque reconhece o seu engano – ora se desespera de raiva impotente por sua
credulidade vã.»
Flores sem Fruto e Folhas Caídas de Almeida Garrett, edição de Paula Morão, 3.ª ed., Lisboa, Editorial Comunicação, 1984, p. 81.
Explicitação de cenários de resposta:
1. Para explicar a
importância de olhar «estes sítios queridos», tendo em conta os versos 1 a 6,
devem ser desenvolvidos três dos tópicos seguintes, ou outros igualmente
relevantes:
− a forte
relação emotiva criada com esse espaço;
− a
circunstância da despedida, que confere ao apelo do sujeito poético um tom de
lamento («neste olhar derradeiro…» – v. 2; «Ai! O verde do triste pinheiro!» –
v. 4);
− a
antecipação de um sentimento de saudade partilhado («que saudades que deles
teremos…» – v. 5; «Que saudade! ai, amor, que saudade!» – v. 6);
− a
tentativa de reter na memória um espaço ligado a um tempo de felicidade («Olha
bem» – v. 1; «Vê-os bem» – v. 2).
2. Para explicitar dois
aspetos significativos que comprovam a afirmação, devem ser desenvolvidos dois
dos tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
− a
intensidade de sensações que provoca, como os cheiros e as cores (vv. 3, 4 e
8);
− o
horizonte aberto, que serve uma vida de liberdade (vv. 9 e 33);
− a
possibilidade de contacto com a natureza pura, que a «rosa selvagem» (v. 12)
simboliza;
− o
ambiente natural propício à alegria (v. 13).
3. Para caracterizar a cidade
representada no poema, devem ser desenvolvidos os três tópicos seguintes, ou
outros igualmente relevantes:
− um
cativeiro em que se perde a liberdade («inferno da escrava cidade», v. 20);
− um lugar
insalubre em que se vive no «ar queimado das salas» (v. 14);
− um lugar
que proporciona uma experiência moralmente repugnante, porque obriga à
«impostura» (v. 21), à «mentira» (v. 22), à «vaidade» (v. 23) e à hipocrisia
(«Ter de rir nas angústias da morte» – v. 24; «chamar vida ao terror da
verdade» – v. 25).
4. Para analisar dois efeitos
expressivos do adjetivo «triste», que, nos versos 4 e 30, qualifica o
«pinheiro», devem ser desenvolvidos dois dos tópicos seguintes, ou outros
igualmente relevantes:
− sugere
que o sujeito poético atribui um valor sentimental a essa árvore;
− mostra de
que modo a tristeza do olhar se reflete e se amplifica na própria paisagem;
− revela a
profunda ligação entre os que partem e aqueles «sítios queridos» (vv. 1 e 31).
5. Para apresentar as ideias
expostas por Almeida Garrett no excerto transcrito, deve ser produzida uma paráfrase.
O texto seguinte constitui apenas um exemplo.
O poeta afirma que as Folhas
Caídas representam as emoções que acompanham a busca do seu espírito pelo
«Ideal». Esse objetivo, porém, nunca é alcançado, apesar de, por vezes, o poeta
ter a ilusão disso. Por consequência, troça de si mesmo, vendo o seu equívoco,
ou lamenta-se pela sua ingenuidade e pela sua pretensão.
Fonte: Exame Final Nacional de Literatura
Portuguesa. Prova 734 | 1.ª Fase | Ensino Secundário | 2018 | 11.º Ano de
Escolaridade | Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho. República Portuguesa
– Educação / IAVE-Instituto de Avaliação Educativa, I.P.
CARREIRO, José. “Estes sítios! (Almeida Garrett)”. Portugal, Folha de Poesia: artes, ideias e o sentimento de si, 16-03-2023. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2023/03/estes-sitios-almeida-garrett.html
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