ogivas (verso 22) – em arquitetura, figuras formadas por dois arcos iguais
que se cortam na parte superior, formando um ângulo agudo.
quebranto (verso 25) – abatimento
físico, cansaço ou prostração.
.
QUASE: A
TORTURA DO INCOMPLETO
Inserido na
obra intitulada Dispersão, esse poema reflete a dor que esteve mais presente na
lírica do referido poeta português: a dor do incompleto. Tendo como
vocábulo-chave o advérbio quase, exposto já no título, o poema configura essa
dor através de um eu lírico que ocupa uma posição existencial intermediada por
dois polos opostos: o além, representando o desejo de atingir um ideal, e o
aquém, expressando a frustração desse desejo.
Ler
mais: Moama Lorena de Lacerda Marques, Graphos. João Pessoa, v. 8, n. 1, Jan./Jul./2006 – ISSN
1516-1536
*
Vemos, nas metáforas desta poesia, a aflição e a dor
daquele que, se achando parte de uma fratria se percebe não sendo parte de
nada; que querendo ser ótimo se vê constantemente jogado no lugar do nada, do
dejeto, se percebendo um blefe de ser. Vemos, na gradação crescente das
metáforas, a angústia que aflora e assola o neurótico obsessivo diante da paralisia
dos rituais, diante da angústia que o desejo causa quando este aflora na sua
forma viva, sem estar dissociado, racionalizado, ressecado. Um obsessivo é um
quase, titubeando entre uma imagem idealizada de completude e de excelência e a
certeza interna de que ninguém jamais é assim, logo ele é um passo que faltou
para poder ser tudo ou todo... Como nos diz Sá- Carneiro, o neurótico obsessivo
seria o grande sonho – ó dor! – quase vivido, o grande sonho despertado em
bruma, o quase amor, quase triunfo e a chama, quase o princípio e o fim, quase
expansão e, diante do quase, o obsessivo foi só ilusão! O obsessivo, portanto,
é aquele que diz de si “eu falhei-me entre os mais, falhei em mim... para
atingir faltou-me um golpe de asas, se ao menos eu permanecesse aquém”, mesmo
que este “ser aquém” real esteja recoberto nos entulhos das defesas obsessivas,
mesmo que esteja camuflado ou transmutado em excelência falseada
Apresente,
de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. No poema, assiste-se a um drama que a palavra
«quási» sintetiza.
Explique,
de acordo com o sentido do poema, em que consiste esse drama vivido pelo
sujeito poético.
2. Estabeleça a relação de sentido entre o verso «Eu
falhei-me entre os mais, falhei em mim» (v. 15) e o verso «Asa que se elançou
mas não voou...» (v. 16).
3. Releia os dois versos iniciais da primeira e da
última estrofes.
Explicite
a alteração de sentido que é produzida pela mudança de tempo verbal.
4. Indique quatro dos processos utilizados para
marcar o ritmo do poema, fundamentando a resposta com elementos do texto.
1. A
palavra «quási» simboliza a frustração do sujeito poético. Esta frustração:
– resulta da
impossibilidade de atingir a plenitude – «Um pouco mais de sol – eu era brasa /
Um pouco mais de azul – eu era além.» (vv. 1 e 2);
– consiste na
incapacidade de viver o sonho – «O grande sonho – ó dor! – quási vivido...» (v.
8);
– manifesta-se
pela sensação de ficar a meio, nem «além» (vv. 2 e 30) nem «aquém» (vv. 4 e
32);
– configura uma
inabilidade radical – «falhei em mim» (v. 15).
2. No
verso 15, «Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim», o sujeito poético revela
consciência de um percurso marcado pela incapacidade de cumprir o seu objetivo.
Tal consciência é
ilustrada pela imagem presente no verso 16, que representa o esforço da ave que
se lança para o ar, mas não consegue levantar voo.
3. A
mudança de tempo verbal (do pretérito imperfeito do modo indicativo para o
pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo) acentua a consciência da
incapacidade e aponta para a desistência final:
– na primeira
estrofe, o uso da forma verbal «era» evoca um tempo em que houve a
possibilidade de alcançar a plenitude;
– na última
estrofe, o uso da forma verbal «fora» exprime a impossibilidade, já verificada,
de alcançar essa plenitude.
Nota – Não é
obrigatório que o aluno identifique os tempos verbais.
4. O
ritmo do poema é marcado pela utilização de processos como:
– a anáfora (por
exemplo, vv. 1-2; 9-10; 29-30);
– as repetições
lexicais (por exemplo, «quási», «falhei»);
– a circularidade
na construção (a primeira e a última estrofes);
– o predomínio de
uma estrutura binária (por exemplo, vv. 15, 16, 21, 22);
– a enumeração
(por exemplo, vv. 17 a 20);
– a pontuação que
assinala pausas prolongadas (travessão, reticências…);
– as interjeições
(vv. 8 e 14);
– a alternância
entre rima cruzada e interpolada;
– o uso de uma
métrica regular (versos decassílabos).
Critérios de
Correção do Teste Intermédio de Português 12º Ano, GAVE, 2012-02-27
As cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa, agora publicadas numa edição crítica, mostram um poeta activo nas vanguardas do seu tempo — e com uma energia criativa e um sentido de humor pouco compatíveis com o estereótipo do suicida predestinado.
Em época recuada,
existia, no lugar onde fica hoje a freguesia de Sete Cidades, um reino próspero
e aí vivia uma princesa muito jovem, bela e bondosa, que crescia cada dia em
tamanho, gentileza e formosura. A princesa adorava a vida campestre e
frequentemente passeava pelos campos, deliciando-se com o murmurar das ribeiras
ou com a beleza verdejante dos montes e vales.
Um dia, a princesa de
lindos olhos azuis, durante o seu passeio, foi dar a um prado viçoso onde
pastava um rebanho. À sombra da ramagem de uma árvore deparou com o pastor de
olhos verdes. Falaram dos animais e de outras coisas simples, mas belas e
ficaram logo apaixonados.
Nos dias e semanas
seguintes encontraram-se sempre no mesmo local, à sombra da velha árvore e o
amor foi crescendo de tal forma que trocaram juras de amor eterno.
Porém, a notícia dos
encontros entre a princesa e o pastor chegou ao conhecimento do rei, que
desejava ver a filha casada com um dos príncipes dos reinos vizinhos e logo a
proibiu de voltar a ver o pastor.
A princesa, sabendo que a
palavra do rei não volta atrás, acatou a decisão, mas pediu que lhe permitisse
mais um encontro com o pastor do vale. O rei acedeu ao pedido.
Encontraram-se pela
última vez sob a sombra da velha árvore e falaram longamente do seu amor e da
sua separação. Enquanto falavam, choravam e tanto choraram que as lágrimas dos
olhos azuis da princesa foram caindo no chão e formaram uma lagoa azul. As
lágrimas caídas dos olhos do pastor eram tantas e tão sentidas que formaram uma
mansa lagoa de águas verdes, tão verdes como os seus olhos.
Separaram-se, mas as duas
lagoas formadas por lágrimas ficaram para sempre unidas e são chamadas de
Lagoas das Sete Cidades. Uma é a lagoa Azul, a outra é a lagoa Verde e em dias
de sol as suas cores são mais intensas e refletem o olhar brilhante da princesa
e do pastor enamorados.
Açores,
lendas e outras histórias, recolha e arranjo de textos de
Ângela Furtado Brum, Ponta Delgada, Ribeiro & Caravana Editores, dezembro
de 1999 (2ª edição).
DENTRO DUMA CRATERA ESCARPADA Dentro duma cratera escarpada
Vasco
Pereira da Costa, Ilhíada antes e depois (poesia 1972-2012)
Vila Nova de
Gaia, Calendário das Letras, setembro 2012
ISBN: 978-972-8985-63-9
Baía do Silêncio (parte da lagoa das Sete Cidades)
BAÍA DO SILÊNCIO
Ó baía do silêncio
Na voz dos mal amados
Nos veios que a lonjura desenhou
Ó baía do silêncio
Do pranto das cidades
Anseios que a tristeza ensombrou
Rosa negra tatuada
Nesta sorte tão magoada
Na voragem desta noite um arrepio
Neste amargo cativeiro
Um lamento derradeiro
Coração a latejar, um desvario
Quem se perdeu nos labirintos do amor
Quem se queimou nesta fogueira, nesta dor
Quem se perdeu nos labirintos da paixão
Quem se rasgou nesta navalha, neste arpão
Dança de sombra e de luz
Neste jogo de espelhos
Teatro nesta imensa solidão
7
cidades - A Lenda do Arcebispo, RTP-Açores. Letra de José Medeiros baseada
na lenda “O arcebispo Genádio e as Sete Cidades” (recolha e arranjo textual por
Ângela Furtado-Brumem Açores,
lendas e outras histórias. Ponta Delgada, Ribeiro & Caravana
Editores, dezembro de 1999, 2ª edição).
Audição da letra
da canção “Baía do Silêncio” nas versões de Dulce
Pontes e Helena.
A baía do silêncio, na lagoa das Sete cidades, é um lugar
mítico. Ali o silêncio sente-se, respira-se o ar fresco e suave do arvoredo,
contempla-se a massa verde das águas tranquilas, refletindo as vertentes da
lagoa, onde a vegetação é uma nota compacta de milhentas tonalidades, todo o
ambiente é sereno e contemplativo.
Há
muitos, muitos anos, havia um rico fidalgo que tinha um filho mimado e
conhecedor da arte de nigromancia, através da qual conseguia facilmente seduzir
todas as donzelas que desejava. Passados os momentos de paixão, Genádio esquecia
a jovem e partia à procura de novas aventuras. Levava uma vida de loucura e
amores passageiros.
Certo
dia, porém, Genádio foi ferido por uma arma na mão de um homem que quis lavar a
honra de uma donzela enganada. Entre a vida e a morte, o jovem fidalgo prometeu
renunciar à vida degradante que levava e tornar-se padre e anacoreta se Deus o
livrasse da morte.
Assim
aconteceu. Curou-se, consagrou-se ao Senhor e passou a levar vida santa,
começando a dar-se milagres por sua intercessão. A sua fama galgou montanhas e
chegou ao conhecimento do Papa que o nomeou bispo e pouco tempo depois
arcebispo.
Por
este tempo vieram pôr-lhe à porta da igreja da Sé uma linda menina
recém-nascida, que foi acolhida e criada pelo arcebispo Genádio como se fosse
uma princesa.
Estava-se
na época em que os mouros, atravessando o Estreito de Gibraltar, invadiram a
Península Ibérica e a dominaram política e religiosamente. O arcebispo Genádio
não esperou muito. Reuniu os seus seis bispos, as suas gentes, preparou uma
numerosa frota e fez-se ao mar, levando também a menina sua protegida para
outra terra, onde pudesse manter viva a fé cristã.
Ao
fim de algum tempo de viagem, por mares turbulentos, foram ter a uma ilha muito
fértil, onde o arcebispo e os seis bispos fundaram cada qual a sua cidade.
Nessa ilha de clima ameno, de solo fértil e campos verdejantes, iniciaram uma
vida de prosperidade e desenvolveram-se sete ricas cidades.
Paz,
a menina criada e adorada pelo arcebispo, tinha crescido no entretanto. Era
bela, meiga, sonhava com jovens cavaleiros e esperava um que a amasse. Alguns
destes sonhos e esperanças eram balbuciados só em segredo às suas 'aias, mas
mesmo assim o arcebispo soube dessas confidências. Cioso da pureza da jovem,
relembrando talvez as indignidades que cometera em novo, decidiu defendê-la com
todas as suas forças e poderes. O excesso de zelo ou de ciúme fez com que
decidisse recorrer aos antigos conhecimentos em artes mágicas que possuía, se
necessário fosse, para conseguir que a ilha se ocultasse a quem dela se
aproximasse.
Certa
manhã, em que os sacerdotes oravam nos templos e a vida corria com harmonia nas
cidades, surgiu uma caravela coma cruz de Cristo desenhada nas vela que se
dirigiu para a ilha. Genádio, prevendo que a bordo vinha aquele por quem D. Paz
se poderia apaixonar, recorreu a todos os seus poderes nigromantes. Então a
formosa ilha transformou-se num enorme vulcão, as Sete Cidades precipitaram-se
no abismo e ficaram submersas.
No
seu lugar apenas ficou uma cratera coberta em parte por uma linda lagoa. A essa
zona da ilha de S. Miguel continuou a chamar-se Sete Cidades, embora apenas lá
exista agora uma pequena freguesia nas margens da lagoa.
Açores,
lendas e outras histórias, recolha e arranjo de textos de
Ângela Furtado Brum, Ponta Delgada, Ribeiro & Caravana Editores, dezembro
de 1999 (2ª edição).
O REI BRANCO PARDO E A LAGOA DAS SETE CIDADES
Há
muitos, muitos anos atrás, havia um reino tão grande e florescente que o seu
soberano, Brancopardo, não sabia ao certo o número dos seus vassalos, dos
castelos, cidades e aldeias. Era a Atlântida. Apesar desta riqueza, o rei e a
rainha Branca Rosa, que tinham sido muito felizes em tempos passados, viviam
então muito tristes por não terem filhos. Brancopardo tornava-se cada dia mais
vingativo e tratava muito mal os seus vassalos.
Uma
noite em que o rei vagueava pelos jardins do palácio com a rainha teve uma
visão que lhe falou assim:
‑
Rei da Atlântida, venho trazer-te a alegria. Em breve serás pai de uma filha
linda e virtuosa, mas para que tenha fim a tua maldade, é preciso que nem tu
nem homem nenhum se aproxime da princesa. Viverá dentro dos muros de sete
maravilhosas cidades que eu erguerei no mais lindo recanto do teu reino e só
donzelas a servirão. Presta atenção! Se antes dos vinte anos ousares transpor
as muralhas das sete cidades, serás morto e um cataclismo arrasará o teu reino.
Orei, cheio de alegria, prometeu fazer
tudo o que o anjo dissera e, passados nove meses, nasceu uma linda princesinha.
Sem sequer a ter visto, o rei enviou-a para as Sete Cidades, cumprindo a
exigência da visão. Os anos começaram a arrastar-se lentos e dolorosos para os
pais separados da filha querida. A princesa Verde-Azul, rindo e cantando pelos
jardins da cidade, rodeada de um cortejo de virgens, ia crescendo formosa e
boa.
Brancopardo
consumia-se de saudades, tornava-se cada vez mais colérico e a ansiedade de ver
a filha chegou ao ponto de não lhe caber no peito. Mandou aprontar um exército
com os seus mais valorosos guerreiros e pôs-se a caminho para as Sete Cidades.
Aviagem foi longa e, à medida que se
aproximavam, o céu ia enegrecendo e ruídos estranhos iam saindo da terra. Mas o
rei caminhava sempre, desvairado, até que surgiram, na escuridão trágica do
dia, os muros das Sete Cidades.
Branco
Pardo, sombrio e perturbado, levantou a espada e com ela bateu pesadamente numa
das portas. No momento em que o portão principal se abria, uma espécie de
trovão roncou, um fogo intenso elevou-se da terra fendida e os muros
abateram-se imediatamente sobre o rei, os seus vassalos e todas as virgens que
viviam nas Sete Cidades. Um tremendo cataclismo vulcânico destruiu toda a
Atlântica. Por fim veio o silêncio, o sol brilhou outra vez e no mar viam-se
nove pequenas ilhas. As Sete Cidades, onde a princesa vivia, transformaram-se
numa cratera coberta por duas calmas lagoas: uma é verde porque no fundo
ficaram os sapatinhos verdes da princesa; a outra é azul e reflete a cor do
chapeuzinho que a princesa usava no seu passeio, quando foi morta pelo mau tino
do pai, o rei da Atlântida.
Açores,
lendas e outras histórias, recolha e arranjo de textos de
Ângela Furtado Brum, Ponta Delgada, Ribeiro & Caravana Editores, dezembro
de 1999 (2ª edição).
AS ILHAS MÍTICAS DO ATLÂNTICO
ILHA DAS SETE CIDADES
Parte do mapa Desceliers de 1546 mostrando a Ilha das Sete Cidades e outras ilhas imaginárias.
Martin
Behaim, no seu famoso mapa-múndi de Nuremberga, datado de 1492, desenhava sobre
a ilha das Sete Cidades a seguinte legenda: "Quando corria o ano 714
depois de Cristo, a Ilha das Sete Cidades, acima figurada, foi povoada por um
arcebispo do Porto em Portugal, com outros seis bispos e cristãos, homens e
mulheres, os quais, tinham fugido de Espanha em barcos, e vieram com os seus
animais e fortunas. Foi por acaso que no ano de 1414 um navio castelhano dela
se aproximou" (63). Mesmo depois da descoberta da América,
Fernando Colombo, na sua "Vida do Almirante" acreditava na existência
dessa ilha, e torna a contar a história em termos quase idênticos. "Contam
que no oitavo século da era cristã, sete bispos portugueses, seguidos dos seus
crentes, embarcaram para essa ilha, onde construíram sete cidades, e que não
quiseram mais deixar, tendo queimado os seus navios para eliminar a
possibilidade de regresso" (65). Sem discutir a falsidade ou
veracidade desta lenda, reconhecemos contudo que o instinto de todos os povos
conquistados e de sonhar com a restauração, os bretões não sonhavam com o seu
Artur, os judeus não sonhavam com um Messias? Do mesmo modo, segundo Gaffarel,
na Hispânia estes godos teriam fugido a ocupação muçulmana para um refúgio
atlântico de onde se esperava que viessem para restaurar o reino cristão da
Hispânia.
Em
1447 um português, empurrado por uma tempestade no Atlântico, teria
desembarcado (1) numa ilha desconhecida, onde encontra sete cidades,
nas quais os seus habitantes falavam o português (2). Estes últimos
teriam querido retê-lo, uma vez que não queriam manter nenhuns contactos com a
sua antiga pátria, mas teria conseguido escapar, e regressado a Portugal, onde
conta a D. Henrique as suas aventuras. O Navegador critica fortemente o capitão
por ter fugido sem ter obtido mais informações, e o marinheiro assustado nunca
mais foi visto. Esta história causou polémica na altura em que foi publicada.
Alguns eruditos identificaram esta ilha com a ilha fenícia identificada por
Aristóteles(3) e por Diodoro da Sicilia(4) e em numerosas
cartas, onde surge com o nome de Ilha das Sete Cidades(5).
Parte do mapa conhecido como Egerton 2803, que mostra Sete Cidades na América do Norte e "Antiglia" na América do Sul.
AS
SETE CIDADES DE SÃO MIGUEL
Gaffarel
lançou a hipótese de a Ilha de São Miguel nos Açores ser essa ilha mítica. Sem
dúvida que os tremores de terra são aí frequentes. Um só ou uma sucessão deles
poderiam ter destruído as cidades, mas teriam restado algumas ruínas que ainda
hoje fossem visíveis. Somente o nome de Lagoa das Sete Cidades poderá ser uma
leve reminiscência, isto a crer nesta hipótese.
Como
escrevemos o nome de Sete Cidades sobrevive hoje no arquipélago açoriano.
Buache(68) crê ser esta a genuína Sete Cidades. Humbolt(69)
tem outra opinião, defendendo a associação desta lenda com a das Sete Cidades
de Cibola. Esta última tese não é contudo muito credível - apesar do renome do
autor - pois não parece provável que navegantes visigóticos tenham alcançado o
México em 711.
Existem
relatos antigos de algumas ruínas perto da Lagoa das Sete Cidades, mas, ao que
sabemos, não existem atualmente vestígios dessa ordem. (70)
ASSOCIAÇÃO
ENTRE AS ANTILHAS E SETE CIDADES
A
história da fuga dos sete bispos é-nos contada por Las Casas (90),
mas António Galvão relata-nos uma outra ligeiramente diferente no seu Tratado
(Lisboa, 1563), concluindo: "E alguns pretendem que estas terras e ilhas
que os Portugueses tocaram são aquelas a que agora se chama Antilhas e Nova
Espanha, e avançam muitas razões para tal, as quais não menciono porque não
quero ser responsável por elas, tal como as pessoas terem o hábito de dizer, de
qualquer terra de que nada soubessem, tratar-se da Nova Espanha."(91)
No mapa Ruysch de 1508 existe uma grande ilha na Latitude N 37o e 40o. Chamada
"Antilia Insula" tem uma grande legenda que afirma ter sido
descoberta há muito tempo pelos espanhóis, cujo último rei godo, Roderico, que
aqui se havia refugiado da invasão bárbara(64).
10.3.
SETE CIDADES NO CONTINENTE AMERICANO
No
século XVI muitos julgaram encontrar as Sete Cidades no continente americano.
Um padre franciscano, Marcos de Niza(6), com base em lendas,
infiltra-se em 1539 na América do Norte, mais especificamente na Califórnia,
com a esperança de encontrar um país, chamado Cibola pelos indígenas, as sete
cidades da lenda. Acompanhado por três franciscanos e de um negro que dizia
conhecer o território. A expedição atinge regiões inexploradas, e narra no seu
regresso que havia visto ao longe sete cidades brilhantes, das quais havia
tomado posse em nome do rei de Espanha. A sua narrativa entusiasta decide o
envio de uma expedição considerável, comandada por um nobre de mérito, F.
Vasquez de Coronado(7); mas o pequeno exército, depois de ter
passado por grandes sofrimentos, chegou ao sopé de um rochedo árido, sobre o
qual se erguia com efeito Cibola, mas não a rica Cibola da lenda, e sim uma
pobre aldeia índia.
Não
se descobriram nem sete cidades cristãs, nem um povo guardando as velhas
tradições visigóticas, mas um país nos arredores do Rio Gila, perto da fonte do
Rio Del Norte. Curiosamente, a região compreendia 70 burgos repartidos por sete
províncias. Parece mesmo que, hoje em dia, em Zuni, a cidade principal da
antiga Cibole, se encontram índios de cabelos brancos e de rosto claro. Sobre o
seu aspeto escrevia um viajante contemporâneo:(8) "Não são
índios! Há muitos entre eles que tem feições tão claras como as dos mestiços.
Entre as mulheres, particularmente, muitas tem a pele quase branca, os olhos
cinzentos ou azuis". Por outro lado, uma história contada por Sahagun(9),
escrevia sobre a origem dos Nahuatl: "A história que contam os antigos é
que eles vieram por mar do lado do norte... Conjetura-se que estes naturais
terão saído de sete grutas, e que estas sete grutas são os sete navios ou
galeras nas quais chegaram os primeiros colonos." Este primeiros colonos
seriam os sete bispos visigodos e os seus seguidores?
LIGAÇÃO
ENTRE A ILHA IMAGINÁRIA DE ANTILIA E SETE CIDADES
M.
d'Avezc conta que Antília era conhecida, marcada e visitada no século XV;
Toscanelli, segundo ele, tinha escrito à corte de Portugal as seguintes
palavras: "Esta ilha de que tendes conhecimento e que vós chamais das Sete
Cidades"...
O
filho de Cristóvão Colombo, Fernando, na "Vida de Meu Pai", precisa
por seu lado: "Alguns portugueses inscreviam-na nas suas cartas com o nome
de Antília, embora não coincidisse com a posição dada por Aristóteles; nenhum a
situava a mais de 200 léguas, aproximadamente, a Ocidente das Canárias e dos
Açores. Tem por certo que é a Ilha das Sete Cidades, povoada por portugueses no
tempo em que a Hispânia foi conquistada, ao rei Rodrigo, pelos Mouros, isto é,
no ano 714 depois de Cristo". Fernando Colombo assegura que, ainda em vida
do Infante Dom Henrique, um navio atracou em Antília/Sete Cidades; os
marinheiros foram a igreja e verificaram que aí se praticava o culto romano.
Talvez
seja como reflexo destas histórias que circulavam entre os marinheiros que teve
início a iniciativa referenciada por Las Casas: "Alguns partiram de
Portugal para encontrar esta mesma ilha [das Sete Cidades] que em linguagem
vulgar se chama Antilla, e entre os que partiram estava um Diogo Detiene, cujo
piloto, chamado Pedro de Velasco, natural de Palos, declarou ao dito Cristóvão
Colombo, no mosteiro de Santa Maria da Arrábida, que, tendo partido da ilha do
Faial e prosseguindo 150 léguas com o vento lebechio (NW), descobriram, no
regresso, a ilha das Flores, guiados por muitas aves que viram voando para lá,
e reconheceram que eram aves terrestres e não marítimas, e assim pensaram que
iam dormir a alguma terra. Em seguida, e dito que navegaram tanto para NE que
tinham o Cabo Claro (na Irlanda) para E (94), onde acharam que os ventos eram
muito fortes, e os ventos de oeste e para o mar muito suaves, o que acreditavam
que devia ser por causa da terra que devia ali existir, a qual lhes oferecia
abrigo a Ocidente; a qual não persistiram em explorar, porque já era Agosto e
recearam [a aproximação do] Inverno. Ele disse que isto aconteceu 40 anos antes
de Cristóvão Colombo descobrir as nossas Índias"(95).
RELAÇÃO
COM A ILHA BRAZIL
Pedro de
Ayala, embaixador espanhol na Grã-Bretanha, em 1498, relatando as navegações
inglesas a Fernando e Isabel, escreveu, conforme menciona Babcock, as seguintes
linhas: "The people of Bristol have, for the last seven years, sent out
every year two, three, of four light ships in search of the island of Brasil
and the seven cities"(62). E, com efeito, ao que tudo parece indicar, realizou-se
pelo menos uma expedição em busca da ilha Brazil.
A
primeira aparição da ilha Brazil é a do mapa de Dalorto (de 1325), onde surge
como uma ilha de forma discoide. No mapa Catalão de 1375 este disco
transformou-se num anel rodeando um conjunto de ilhas, para Nordenskiold nove,
para Kretschmer sete. Este último número pode representar um fenómeno não raro
em diversas ilhas míticas, o cruzamento entre lendas.
FERNÃO
DULMO DA TERCEIRA PROCURA A ILHA DAS SETE CIDADES
Existe
uma carta de doação, emitida por D. João II a Fernão Dulmo da Terceira, no ano
de 1486. Este Fernão Dulmo era na verdade Ferdinand van Olm, um dos flamengos
que se haviam estabelecido nos Açores. Dulmo declarara ao monarca que se
propunha "procurar e achar uma grande ilha ou ilhas ou terra firme per
costa(114), que se presume ser a ylha das Sete Cidades, e tudo isto
as suas próprias custas e despesas". Uma cláusula revela a importância que
o monarca atribuía ao descobrimento da dita ilha: " No caso de ele não
conseguir conquistar as ditas ilhas ou terras. Nós enviaremos, com o dito
Fernão Dulmo, homens e esquadras de barcos com poder Nosso para efetuar o
mesmo, e o dito Fernão Dulmo será sempre Capitão General das ditas esquadras e
está por Nós sempre autorizado, porque seu Rei, como Nosso súbdito"(115).
Fernão
Dulmo iniciou os preparativos para a expedição chamando para o ajudar João
Afonso do Estreito e pedindo que o rei o admitisse na partilha da empresa e dos
lucros. Estreito forneceria duas caravelas, aprovisionadas para navegar durante
seis meses, que deveriam zarpar no dia 1 de Março de 1487, Dulmo contrataria
pilotos e marinheiros e pagar-lhes-ia os salários. Durante quarenta dias Dulmo
seria o comandante-general, estabelecendo o rumo para as duas caravelas, e
tomando para si todas as terras descobertas, depois do que Estreito seria, por
sua vez, capitão-general e se apoderaria de todas as terras avistadas. Tudo
isto, o monarca confirmou a 24 de Julho e 4 de Agosto de 1486.(116)
Las Casas poderia referir este empreendimento, quando escrevia as seguintes
linhas: "Mais adiante, um marinheiro chamado Pedro de Velasco, um galego,
contou a Cristóvão Colombo em Múrcia que, seguindo numa certa viagem a Irlanda,
estavam a navegar e a afastar-se tanto para NW, que viram terra a oeste da
Irlanda, a qual eles pensaram que devia ser a que um Hernan Dolinos procurou
descobrir, tal como agora se deve dizer"(117). A referência a
quarenta dias previstos é curiosa, porque bastaram trinta e seis para fazer
Colombo chegar ao Novo Mundo. Mas, se não mais se ouviu falar destes
navegadores e porque a sua expedição foi frustrada, provavelmente pelas
difíceis condições existentes no mês de Março para quem se propõe navegar na
direção Oeste, conforme nota Samuel Eliot Morison na sua obra "As Viagens
Portuguesas à América".
COLONOS
PORTUGUESES NO BRASIL ANTES DE 1500?
A
lenda de emigrados portugueses numa ilha Atlântica poderá ter algo a ver com
repetidos relatos, embora não merecedores de muita confiança, da presença de
colonos portugueses no Brasil ainda antes da chegada da armada de Pedro Álvares
Cabral. O primeiro relato refere que o mais velho habitante vivo do Brasil
teria declarado, no seu leito de morte em 1580, que vivera naquele país
"cerca de noventa anos". Outro relato é o de um certo Estevão Fróis,
encarregado de um barco capturado pelos espanhóis: "Tinham má vontade em
receber da nossa parte a prova do que alegávamos; nomeadamente, que Vossa
Alteza tivera a posse destas terras [Brasil] durante vinte anos e mais, e que
já João Coelho da Porta da Cruz habitante de Lisboa ali viera com outros para
descobrir"(119) Estas histórias são pouco credíveis uma vez que
a primeira colónia, nem sequer foi portuguesa mas francesa, fundada por
Christophe Jacques, por volta de 1516. A primeira colónia nacional só se instalaria
em Olinda em 1530, sob o comando de Duarte Coelho Pereira.
EM
BUSCA DE ANTÍLIA/SETE CIDADES
Como
vimos Fernando Colombo relata como "no tempo do Infante Henrique de
Portugal (+-1430), um navio português foi empurrado pelo mar para esta ilha
Antilla." A tripulação foi à igreja com os ilhéus mas receou ficar detida
na ilha e fugiu assim que pôde. O Príncipe ouviu a sua história e ordenou-lhes
que voltassem à ilha, mas os marinheiros largaram e não tornaram mais a ser
vistos. Fernando relata que a areia de Antillia era composta de um terço de
ouro puro. Galvão relata uma outra visita mais tardia, ou então uma outra
versão da primeira:
"In
this yeere also, 1447, it happened that there came a Portugall ship through the
streight of Gibraltar; and being taken with a great tempest, was forced to
runne westwards more then willingly the men would, and at last they fell upon
an Island which had seven cities, and the people spake the Portugall toong, and
they demanded if the Moors did yet trouble Spaine, whence they had fled for the
losse which they received by the death of the king of Spaine, Don Roderigo.
"The
boateswaine of the ship brought home a little of the sand, and sold it unto a
goldsmith of Lisbon, out of the which he had a good quantitie of gold."
"Dom
Pedro understanding this, being then governour of the realme, caused all the
things thus brought home, and made knowne, to be recorded in the house of
justice."
"There
be some that thinke, that those Islands whereunto the Portugals were thus
driven, were the Antiles, or Newe Spaine."(66)
Um
outro relato nos chega através de Faria e Sousa, traduzido pelo Capitão John
Stevens:
"Depois
da derrota de Roderico os mouros espalharam-se pela província, cometendo
barbáries inumanas. A maior resistência era em Mérida. Os defensores, muitos
dos quais eram portugueses, que pertenciam ao Supremo Tribunal da Lusitânia,
eram comandados por Sacaru, um nobre godo. Muitas ações corajosas decorreram
neste cerco, mas como não apareciam reforços e as provisões começavam a escassear
a cidade rendeu-se sem condições. O comandante da Lusitânia, atravessando
Portugal, chegou a uma cidade costeira, onde, reunindo um bom número de navios,
lançou-se ao mar, mas ignora-se a que parte do mundo eles foram. Existe uma
antiga lenda de uma ilha chamada Antilla no oceano ocidental, habitada por
portugueses, mas que ainda não pôde ser descoberta."(67)
A
versão do capitão Stevens acrescenta bastante à versão original. O texto
original refere que os fugitivos fizeram-se ao mar para as Ilhas Afortunadas
(Canárias?), a fim de aí poderem preservar a sua raça. O texto menciona
igualmente que essa ilha havia já sido alcançada pelos portugueses, sendo
habitada por eles nas sete cidades que aí haviam construído: "tiene siete
cividades".
Este
último relato menciona uma movimentação a partir de Mérida, o que é
perfeitamente credível, e o comando por um militar também seria admissível
natural numa deslocação efetuada em tais condições. Existem portanto algumas
provas factuais que podem apoiar esta versão da lenda.
“Ilha das Sete
Cidades”, Rui P. Martins. In: As Ilhas
Míticas do Atlântico,
(1)
Horn. "De originibus americanis", p. 7 "Anno MCCCXLVII
Portugallus quidam navigans extra fretum heracleum adversis ventis in remotam
insulam occidentem versus abreptus fuit, et in ea invenit septem civitates,
quae Portugallorum lingua loquebantur, et interrogabant an Mauri adhuc vexarent
Hispaniam, unde amisso Roderico fugati sint."
(2)
Fernando Colombo escreve o seguinte: "O capitão e os marinheiros retomaram
o mar e fizeram vela para Portugal, certos que o Infante os louvaria. O
príncipe, pelo contrário, reprimiu-os severamente, e ordenou-lhes que
regressassem à ilha, e de regressarem reportando aquilo que vissem. Este
homens, tomados pelo temor, partiram com o seu navio e nunca mais regressaram a
Portugal. Entre outros detalhes, eles tinham dito que as madeiras do navio,
quando o levaram para a areia para limpar os seus utensílios reconheceram que
esta areia tinha duas partes de ouro fino". Refira-se contudo que Ilaria
L. Caraci refere que o filho do almirante trata-se de mais um autor ficticio,
artifício tão vulgar nessa época, usado frequentes vezes para sustentar a
veracidade das obras na reputação do autor que lhes era atribuido. Caraci
indica que neste caso se trata de uma compilação de textos de vários autores
colocados sob o signo comum de Fernando Colombo.
(3)
Aristóteles. "De mirabilibus auscultationes". & 8.
(4)
Diodoro da Sicilia, Livro V, & 19-20.
(5)
Planisfério de Henrique II (Atlas Jomard) e a Carta de Mercator de 1569.
(6)
A relação da sua viagem consta na coleção Ternaux-Compans. Vol. X, p. 256- 284.
Ver também Pedro de Castanheda (p. 1-255) no mesmo volume com o seu
"Viagem a Cibola" de 1510.
(7)
Coleção Ternaux-Compans. Tomo IX, p. 349-363 - J.-H. Simpson. "Coronado's
march in search of the Seven Cities of Cibola, and discussion of their probable
location." (Smithsonian Institution, 1869, p. 209-340. - Vivien de
Saint-Martin. "Annee gegraphgique", 1872, p. 239.)
(8) Gatlin. "Letters ans
notes an the manners customs and conditions of the north American
Indians", I, 93.
(9)
Sahagun. "Historia de las casas de Nueva Espana". Liv. I, p. 18.
(62) G. E. Weare: "Cabot's
Discovery of North America", London, 1897, p. 19.
(63) E. G. Ravenstein:
"Martin Behain: His Life and His Globe", Londres, 1908, p. 77
(64) A. E. Nordenskiold:
Facsimile-Atlas to the Early History of Cartography, trad. J. A. Ekelof e C. R. Markham, Estocolmo, 1889, p. 65 e
Pl. 32.
(65) Fernando Colombo, p. 514.
(66) Antonio Galvano:
"The Discoveries of the World from Their First Original unto the Year of
Our Lord 1555", Hakluyst Soc. Publs.
1st Series, Vol. 30, Londres, 1862, p. 72.
(67)
Manuel Faria e Sousa: "A História de Portugal".
(68)
N. Buache: "Recherches sur l'ile Antillia et sur l'epoque de découverte
d'Amerique", Memoires de l'Institut des Sciences, Lettres, et Arts, Vol.
6, 1806, pp. 1-29.
(69)
Alexander von Humboldt: "Examen critique de l'histoire de la geographie du
nouveau continent et des progres de l'astronomie nautique aux quinzieme et
seizieme siecles", 5 vols., Paris, 1836-39. Referência no Vol. 2, p. 281.
(70) Joseph Bullar e Henry
Bullar: "A Winter in the Azores and a Summer in the Baths of the
Furnas", 2 vols., Londres, 1841. Referência
no Vol. 2, pp. 242-247.
(90) Lib. i, cap. 13 (ed.
1927, I, 69); tradução em J. A. Williamson, "Voyages of the Cabots",
pp. 11-15. Alguns historiadores afirmam
que esta história é o registo da chegada dos portugueses a Hispaniola, antes de
1460, mas não isto confere com o facto de a lenda completa das Sete idades ter
sido encontrada, pela primeira vez, no Globo de Behaim, datado de 1492.
(91)
A. Batalha Reis, in Geogr. Jour., IX, 197, corrigindo a tradução adulterada
deste excerto, da autoria de Richard Hakluyt, que está reimpressa, com texto,
em "The Discoveries of the World by António Galvano", Hakluyt Society
pubs., XXX, 1862, pp. 72-73.
(95)
Las Casas, "Historia de las Indias", lib. i, cap. 13; ed. 1927, I,
70. Ferdinand Columbus segue-o quase exactamente na sua "Historie della
vita e dei fatti di Cristoforo Colombo", cap., ix (pp. 34-35 da ed. de
Londres, 1867). Ambos os autores atribuem a origem das suas informações ao
"Libros de memórias" do almirante, que, infelizmente, se perderam.
“Um passeio
a Sete Cidades na ilha de São Miguel, Açores, 1897”, manuscrito de Eliza Cunha
inserido na coletânea “Lazeres
– contos e descrições” publicado na Revista INSVLANA - Órgão do Instituto
Cultural de Ponta Delgada, n.º XLVII, 2011.