O CORPO QUE ESTALA
In illo tempore os deuses
descendentes
tocavam os homens que emergiam
do centro do mundo.
De alguma forma solidários
fortaleciam-se
numa espontaneidade
exuberante.
Seria esta a condição da
mistura
ficar longe da cronologia
que se tornou extrema e aspectual
um acto perturbado da mensagem.
Por próximo sentem o meio concreto
um semi-som proveitoso e danado
que verte nas superfícies cortadas
de um corpo que estala.
Um regaço de possibilidades cai
côncavo e percutivo no interior dos corpos.
O que ocupa o símbolo grande
cerco faz
tropas em disposição e circuito sitiam aos
metros
como bétulas lenhosas, achas no vazio
e estilhas súbitas com um cheiro
azedo
entram na porção das partes.
José Maria de Aguiar Carreiro
CARREIRO, José. “O corpo
que estala”. Portugal, Folha de Poesia: artes, ideias e o sentimento
de si, 24-07-2008.
Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2008/07/o-corpo-que-estala.html
(2.ª edição) (1.ª edição: http://comunidade.sol.pt/blogs/josecarreiro/archive/2008/07/24/corpo.aspx)