"Nova poesia"
e "poesia nova"
Gastão Cruz
Quando
procuramos hoje uma "nova poesia portuguesa", a primeira coisa que poderá
surpreender-nos é a inexistência de autores, já suficientemente visíveis, com idades
situadas entre os vinte e os trinta anos.
Alguns
dos principais nomes que viriam a formar a magnífica constelação de poetas
revelados na segunda metade do século XX, ou mesmo um pouco antes, se recuarmos
até à década de quarenta, afirmaram-se cedo; alguns exemplos: estreando-se aos
vinte e três anos (Perseguição, 1942), Jorge de Sena publica aos vinte e
sete o seu primeiro grande livro, Coroa da Terra (1946); Sophia, aos
vinte e cinco, Poesia (1944); Eugénio de Andrade, As Mãos e os Frutos
(1948), também aos vinte e cinco; Ramos Rosa afirma-se, a partir de 1951, nas
páginas da Árvore, com vinte e sete; Cesariny publica, com a mesma
idade, Corpo Visível (1950); Fiama e Luiza Neto Jorge têm, respectivamente,
vinte e três e vinte e dois anos em 1961 (Morfismos e Quarta Dimensão,
que não são sequer as suas primeiras obras); Nuno Júdice, a primeira
estreia marcante da década de 70, torna-se imediatamente, aos vinte e três anos,
com A Noção de Poema (1972), um poeta conhecido; Luís Miguel Nava ganha,
aos vinte e um, o Prémio Revelação da APE de 1978, com Películas (1979).
É certo que um dos
poetas presentes neste número de Relâmpago - e dos mais representativos,
Luís Quintais ‑ alcançou, com vinte e sete anos, uma relativa projecção, quando
o seu primeiro livro, A Imprecisa Melancolia, foi publicado simultaneamente
em português e em tradução castelhana, depois da obtenção do Prémio Aula de
Poesia de Barcelona, em 1995. E que também Daniel Faria, desaparecido em 1999, com
vinte e oito anos, deixou um considerável e, sem dúvida, importante conjunto de
poemas, distribuído por três livros principais, tendo o último, e acaso o mais
relevante, Dos Líquidos, saído postumamente, em 2000. Objecto de uma
discreta consagração, logo após a morte, o seu lugar, no panorama da poesia portuguesa
mais recentemente revelada, parece não ter parado de consolidar-se, o que, suponho,
continuará a acontecer.
Onde
estão, porém, neste momento, os poetas portugueses com idade inferior a trinta anos?
Ainda por publicar? À espera de serem descobertos nas páginas de livros mal
divulgados? E por que não existem, quase, vozes poéticas femininas jovens?
Esperemos
que venha a haver, em breve, resposta factual para estas perguntas.
Se
não podemos falar, propriamente, de jovem poesia, falemos então de nova poesia
portuguesa. E a primeira questão que se coloca é a seguinte: será a nova poesia
uma poesia nova?
Ruy
Belo, um dos poetas que mais penetrantemente pensaram o fenómeno poético (e
será conveniente voltar a sublinhar, contra a sectária miopia de certos
detractores, a extraordinária importância da sua obra teórica e crítica, constituída,
quer pelos textos reunidos no volume, recentemente reeditado, Na Senda da
Poesia, quer pelos prefácios aos seus próprios livros de poemas, sem
dúvida, ao lado das de Sena e Ramos Rosa, uma das que mais contribuíram para uma
verdadeira reflexão sobre a poesia moderna e contemporânea, em Portugal),
defendeu, num ensaio fundamental, de 1961, "Poesia Nova - Tentativa de Caracterização
da Poesia", que poderia ser lido com proveito por alguns poetas actuais,
como "característica essencial de toda a poesia a novidade".
Sabemos
como a produção do novo, como pressuposto de validação da obra de arte, não
somente do poema, passou a ser vista com suspeição, em tempos mais ou menos
recentes, marcados por essa espécie de contra-reforma que tem dado pelo nome de
pós-modernidade.
Todavia
a exigência de novidade não foi exclusiva do modernismo ou das várias vanguardas
novecentistas: novo foi Sá de Miranda (cf. Jorge de Sena, "Reflexões sobre
Sá de Miranda ou a arte de ser moderno em Portugal", in Da Poesia Portuguesa,
Ática, Lisboa, 1959), novos foram Cesário Verde ou Camilo Pessanha - novo
terá de ser, hoje, qualquer poeta que queira escrever alguma coisa capaz de superar
o descritivismo morno, a observação
rasteira do que o cerca (ou ele decide que o cerca), a má (ou
menos má...) prosa disfarçada de poema.
Um
sector do que podemos chamar "nova poesia portuguesa", ou, talvez
mais exactamente, o teorizado r de uma poesia "sem qualidades",
Manuel de Freitas, tem procurado impor um conceito de poesia que, recusando as
"qualidades" que terão andado associadas à chamada poesia moderna, tal
como a conhecemos desde meados do século XIX, lhes contrapõe a ausência delas ("Estes
poetas não são muita coisa. Não são, por exemplo, ourives de bairro,
artesãos tardo-mallarmeanos", diz-se no prefácio do organizador, M. de
Freitas, à pequena antologia Poetas sem Qualidades), ecoando a curiosa tese
de Joaquim M. Magalhães, precisamente num artigo de exaltação da poesia de M. de
Freitas, de que "vieram os finais do séc. XIX e quase toda a extensão do séc.
XX estragar tudo isto e pôr os leitores a milhas da poesia" (Público, 3/8/2002).
Não
poderia falar de "nova poesia portuguesa" sem me deter um pouco na
estranha postura de Manuel de Freitas, dado o protagonismo que, em contradição
flagrante com uma pouco convincente encenação de marginalidade, a sua intervenção
vem assumindo. Trata-se de uma actividade que no plano crítico se baseia, por
norma, em meras execuções sumárias, como, por exemplo, a que de Nuno Júdice
procura fazer no prefácio à antologia referida, sem qualquer fundamentação ou
desenvolvimento de pontos de vista, numa recusa sistemática de toda a poesia
que não esteja de acordo com a sua inconsistente teorização (e, com a quase exclusiva
ressalva de J. M. Magalhães e de alguns poetas do grupo do próprio M. de Freitas,
nenhuma estará), o que conduziu mesmo à espantosa afirmação, referida a
Herberto Helder, de que "a um génio tudo se perdoa" (até o pecado de ter
"dado voz a uma quase esmagadora intemporalidade"). Não parece,
obviamente, que, por não se enquadrar na poética preconizada por M. de Freitas,
Herberto careça do seu perdão.
Voltemos
à afirmação de J. M. Magalhães. Também para tal encontramos resposta noutro
ensaio do mesmo livro de Jorge de Sena, "Sobre Modernismo": "No
fundo, e hoje e aqui, a questão do "modernismo" é a questão do tão chorado
abismo entre as artes e o povo. Sem dúvida que é digno verter lágrimas dessas, tentar
encher de lágrimas o abismo. Diga-se de passagem que se tem procurado enchê-lo
com palavras, ainda que humedecidas, e com mediocridades, ainda que bem intencionadas."
Na
verdade, temores como esse de "pôr os leitores a milhas da poesia" só
conduzem, como, por vezes, sucedeu nos tempos a que Sena se refere, ao culto da
mediocridade, da banalidade, à ausência de risco, ao recuo perante qualquer veleidade
de invenção verbal, em suma, a uma poesia (realmente) "sem
qualidades".
Não
creio que, na prática, seja isso o que se tem passado, pelo menos nos melhores
casos, com a "nova poesia". O trabalho poético, o ofício cantante,
a aplicação artesanal, não estão sequer excluídos da escrita de dois ou
três dos poetas que aceitaram figurar sob a designação de "poetas sem
qualidades": José Miguel Silva, Rui Pires Cabral ou mesmo Manuel de Freitas
(aliás não integrado na antologia), pelo menos no seu melhor livro, Game Over,
procuram, sem dúvida, fugir ao amadorismo a que o seguimento à letra da defesa
de uma poesia "sem qualidades", tão desajeitadamente teorizada,
forçosamente conduziria. O prefácio a Poetas sem Qualidades reclama-se,
aliás, de Baudelaire e de T S. Eliot, inexcedíveis artesãos da poesia - e bem
conscientes da necessidade de que o poeta seja um fabbro.
Bons
artesãos, nos seus bons momentos, talvez uma maior ousadia na produção de imagens,
uma dimensão metafórica mais ambiciosa, alguma desconstrução textual, lhes elevasse
a "temperatura poética", para me servir da expressão de Ruy Belo, ainda
do ensaio "A Poesia Nova", do qual seria agora oportuno citar o seguinte:
"Temos, portanto, que a palavra, tomada no sentido lato que lhe dá Frei Luís
de Leão, apresenta essas duas maneiras de ser: uma, no pensamento; a outra, na boca.
A primeira, o sermo interior da Escolástica, natural; a segunda, posta,
inventada, feita. É dentro
deste último sector que, como estamos a ver, se recruta a palavra sobre a qual
nos vimos debruçando. Palavra surpreendida no momento de soar e não no
momento de estar. Palavra dinâmica, instável. Palavra de arte. E a
palavra de arte é sempre uma palavra surpreendida, apanhada em flagrante delito
de criação." Talvez a poesia de Carlos Bessa, com um discurso mais desconstruído
e mais imprevisível no domínio das imagens, pratique com especial eficácia
esse" delito".
Ao
observarmos a "nova poesia portuguesa", não podemos deixar de notar a
diversidade e a quantidade de casos dignos de atenção. Uma geração (releve-se o
uso do impreciso, mas inevitável, conceito) que pode ostentar obras tão diferentes
como, por exemplo, as de Luís Quintais, José Tolentino Mendonça, José Mário
Silva, José Ricardo Nunes, Carlos Bessa ou Rui Coias, apresenta uma dinâmica
que inevitavelmente impressiona, sobretudo se compararmos a actual proliferação
de nomes (outros ainda poderiam, provavelmente, ter sido acrescentados aos que
figuram nas páginas deste número de Relâmpago, que não pretende, de forma
alguma, estabelecer o cânone da "nova poesia portuguesa") com a muito
menor abundância de poetas interessantes surgidos na fase imediatamente anterior,
aproximadamente entre 1980 e 1995. Não será fácil destacar, nesse período,
muito mais de cinco nomes: Luís Miguel Nava, Paulo Teixeira, Fernando Luís Sampaio,
Adília Lopes, Fernando Pinto do Amaral - todos nascidos entre 1957 e 1962 (Luís
Filipe Castro Mendes, AI Berto, Fátima Maldonado, Manuel Gusmão, entre outros,
cujas obras se afirmaram também entre 80 e 95, pertencem, verdadeiramente, a gerações
anteriores).
Além
de Manuel de Freitas, outros dois poetas têm exercido actividade crítica, com
alguma regularidade ou extensão, José Ricardo Nunes e Pedro Mexia, tendo o
primeiro reunido, em 9 Poetas para o Século XXI (2002),
abordagens das obras poéticas de Carlos Bessa, Daniel Faria, João Luís Barreto Guimarães,
Jorge Gomes Miranda, José Tolentino Mendonça, Luís Quintais, Paulo José Miranda,
Pedro Mexia e Rui Pires Cabral, o que faz dele o principal estudioso da poesia
da sua geração.
Tanto
J. Ricardo Nunes como Pedro Mexia cultivam, em geral, o poema curto, contido,
procurando uma sobriedade de escrita que é comum a José Mário Silva. Se - e, de
novo, como diz Ruy Belo - "nunca a extensão do poema foi garantia de alta temperatura
poética", é igualmente certo que o poema menos extenso requer uma forte
carga expressiva, uma concentração de energia, uma intensidade, sem as quais
dificilmente funcionará. Ruy Belo: "Dois ou três versos convenientemente
isolados ferem-nos mais, muitas vezes, do que abundantes versos, em contínuo perigo
de descambarem na prosa."
O
"perigo de descambarem na prosa" espreita, por vezes, os versos, quer
em poemas curtos, quer em mais longos, de alguma da actual produção poética
portuguesa - e já não me refiro apenas à "nova poesia". O desejo de
tornar os textos acessíveis, de poupar esforço ao leitor, tem dado, por vezes,
origem a uma poesia light, constituída por apontamentos ligeiros,
pequenas piadas, observações inócuas do quotidiano, com o consequente definhamento
da linguagem poética.
É evidentemente possível
escrever grande poesia a partir do "real quotidiano": têm-no feito
poetas tão diversos como Sophia de Mello Breyner, Jorge de Sena, Mário Cesariny,
Fiama Hasse Pais Brandão, Carlos Drummond de Andrade, entre tantos outros. Numa
carta de 1915, dirigida a Armando Cortes-Rodrigues, diz Fernando Pessoa: "Chamo
insinceras às cousas feitas para fazer pasmar, e às cousas, também – repare nisto,
que é importante - que não contêm uma fundamental ideia metafísica, isto é,
por onde não passa, ainda que como um vento, uma noção de gravidade e do
mistério da Vida. Por isso é sério tudo o que escrevi sob os nomes de Caeiro, Reis,
Álvaro de Campos. Em qualquer deles pus um profundo conceito da vida, diverso
em todos três, mas em todos gravemente atento à importância misteriosa de existir."
A
ausência de uma "fundamental ideia metafísica", de "um profundo conceito
da vida", associada à incapacidade de transfiguração do real, é o que, em
geral, compromete a validade de uma poesia a que em Espanha se tem chamado "de
la experiencia" e que, entre nós, alguns têm procurado imitar. Como escreveu
também Ruy Belo: "A palavra poética é universal porque abstracta. Embora
haja um facto concreto na sua origem, não está vinculada a esse facto. É mais e é coisa diferente
desse facto. Despida das circunstâncias que rodearam o seu nascimento, existe
como mensagem de uma experiência não só do poeta mas de todos os homens. Por isso
estes podem reconhecer nessa palavra a sua própria palavra." Ou, como ironicamente
comentava um poeta espanhol: "Mucha experiencia, poca poesia".
Felizmente
apercebemo-nos de que, em alguns dos novos poetas portugueses, é cada vez maior
a consciência de que a poesia tem de ser algo mais do que o mero cliché de uma
marginalidade de papelão, com as constantes e inevitáveis referências ao
álcool, aos bares, etc., ou a simples observação directa do que ocorre no
centro comercial, no supermercado ou no café. Neste mesmo número de Relâmpago
existem elucidativos exemplos da ultrapassagem do puramente acidental, mesmo
por parte de poetas cujos textos procuram normalmente cingir-se a uma realidade
low profile, desprovida, a um primeiro olhar, de quaisquer atributos
especiais. Penso, particularmente, em José Ricardo Nunes ou em Rui Pires
Cabral, o primeiro enveredando por uma certa leitura simbólica do mundo circundante,
mesmo quando o ponto de partida do poema é, por exemplo, um "Mercado",
o segundo procurando descobrir uma dimensão metafísica em acontecimentos vulgares
e assegurando que "a realidade/defenderá até à morte/os seus mistérios".
Noutros
mundos se moveu, desde o começo, a poesia de Luís Quintais. E encontramos, na
sua obra mais recente, quer em Angst (2002), provavelmente, com Dos
Líquidos de Daniel Faria, um dos dois mais importantes livros da "nova
poesia", quer na sua presente colaboração nesta revista, uma respiração metafísica
cada vez mais ampla, a busca de "uma perfeição de palavras". Tentando
decifrar "uma atmosfera de encanto e morte" ou invejando "o
remorso de Onegin", a poesia de Quintais procura uma interpretação para o
mundo, reflecte sobre "a importância misteriosa de existir" de que
falava Pessoa: "aqui sonhas a tua origem e o teu fim/aqui repousas o eixo
do fátuo enigma./Nada foste. Nada és, animal cego e piedoso."
É numa zona afim desta,
embora com um tom muito diferente, que se desenvolve a poética de José
Tolentino Mendonça. A sua poesia aproxima-se com humildade do real, como
eloquentemente nos diz numa arte poética que faz lembrar as de Sophia:
"A poesia é um procedimento humano, uma maneira que mimetiza outras ainda
mais puras, um gesto que repete o arco de outro gesto: coisas tão simples como
varrer um pátio ou lançar o balde ao poço ou traçar caminhos num bosque. A
poesia não é feita de invenção, mas de repetição. (...) O lugar ínfimo da
poesia é o lugar que no mundo ocupa o espírito."
Afectado
por uma "imprecisa inquietação", por entre "a vazia
escuridão", "os redemoinhos imperceptíveis", "como se estivesse
para ser morto/às mãos do próprio Deus", "enquanto a alma repete a
pergunta eterna", Tolentino Mendonça vê a vida com um dramatismo crescente:
uma “combustão” de
que o amor é um dos ingredientes. E creio que esta "combustão", esta
intensidade emotiva e expressiva, contraria, de alguma maneira, a modéstia do
papel meramente repetitivo da realidade mais pura que Tolentino Mendonça
reivindica para a poesia.
Não
me é possível, nem é esse o objectivo desta reflexão sobre os novos percursos
da poesia portuguesa, deter-me no trabalho de cada um dos autores mais
recentemente revelados. Como já disse, o panorama é vasto e diversificado. Mas
penso que se justifica uma referência particular a Rui Coias, pelo lugar
isolado que me parece ocupar.
Num
momento em que muita poesia revela algum empobrecimento em termos de imaginação,
de criação metafórica, de espessura verbal, o livro que Rui Coias publicou em
2000, A Função do Geógrafo, e que tem evidente continuidade nos poemas com
que colabora nesta revista, delineou um rumo diferenciado e autónomo, que talvez
se inscreva numa nova zona surrealizante da poesia portuguesa, marcada por uma
diversa, acaso mais controlada, confiança no poder das imagens, enraizadas em
lugares concretos reproduzidos pela memória: "Farei da memória a função do
geógrafo".
Se
não quiser deixar-se arrumar no armazém das inutilidades fúteis (e não há nada
menos inútil do que a poesia), uma "nova poesia" não poderá deixar de
ser uma "poesia nova" – a "palavra de poesia" que, no ano já
remoto de 61 , Ruy Belo redefiniu e caracterizou como essencialmente metafórica.
É dessa
palavra que, em tempos bem recentes, nos falou igualmente, neste poema
admirável, Daniel Faria:
Escrevo do lado mais invisível
das imagens
Na parede de dentro da
escrita e penso
Erguer à altura da visão
o candeeiro
Branco da palavra com as
mãos
Como a paveia atrás do
segador
Vejo os pés descalços
dos que correm
E escrevo para os que morrem
sem nunca terem provado o pão
Grito-lhes: imaginai o
que nunca tivestes nas mãos
Correi. Como o segador
seguindo o segador
Numa ceifa terrestre,
tombando. Digo:
Imaginai
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RELÂMPAGO N.º 12. 4|2003
Director deste Número: Fernando Pinto do Amaral. Conselho Editorial: Carlos Mendes de Sousa, Gastão Cruz, Paulo Teixeira.
ARTES POÉTICAS
NOVA POESIA PORTUGUESA ENSAIO
NOVA POESIA PORTUGUESA
António Guerreiro – Alguns aspectos da poesia contemporânea
Fernando Pinto do Amaral – A porta escura da poesia
Gastão Cruz – “Nova poesia” e “poesia nova”
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