A porta escura da
poesia
Fernando Pinto do Amaral
All I know is
a door into the dark.
Seamus Heaney
Realmente es muy parecida la forma
que todos tenemos de sentirnos originales.
Luis Carda Montero
1. Tal como ao contemplarmos o
aspecto de um céu que ao longo de um dia deixa de ser azul e se vai povoando de
nuvens até se tornar cinzento (ou vice-versa), é quase sempre difícil detectar
com exactidão o momento em que ocorrem certas mudanças de atmosfera ou de clima,
se considerarmos a evolução do ambiente político, estético, literário, etc.
Trata-se de processos lentos e graduais, de cujos resultados nos apercebemos
inevitavelmente a posteriori, diante dos efeitos provocados por essas
alterações, primeiro quase imperceptíveis e depois mais evidentes.
Não sei se os anos 90 terão marcado
alguma fronteira desse género, mas se a distância é ainda muito pouca, é difícil
resistir à tentação de olhar à nossa volta, mesmo sabendo como esse olhar é
ainda precário, mesmo sabendo que só após algum tempo a nossa percepção se
tornará um pouco mais nítida.
Dito isto, começaria por sublinhar
dois aspectos que me parecem resultar de uma observação do panorama poético actual,
no que toca às gerações mais recentes: em primeiro lugar, quero destacar o
mérito de algumas vozes surgidas na última década do século XX, estando de acordo
com José Ricardo Nunes quando, na introdução ao livro em que estuda nove desses
autores - aliás presentes neste número da Relâmpago -, afirma que
"a qualidade das obras destes poetas [...] parece desmentir algumas vozes
que persistentemente vêm recusando encontrar na mais jovem ou recente poesia
portuguesa sinais de sólida renovação"1. Em segundo lugar,
sobressai a ausência de uma corrente dominante, que prevalecesse sobre outras
ou fosse capaz de se lhes impor, afirmando-se hipoteticamente como vanguarda.
De facto, coexistem hoje diversas linhas, cujas diferenças compõem um
mosaico suficientemente fluido e plural para que pudéssemos destacar apenas uma
delas, numa paisagem à qual por comodidade periodológica se tem chamado pós-moderna.
Olhando um pouco para trás, pode
dizer-se que desde o Orpheu toda a nossa maior poesia evoluíra quase
sempre, melhor ou pior, segundo linhas de ruptura e tentativa de ultrapassagem da
geração anterior - a presença como uma reelaboração do modernismo, os
neo-realistas contra a presença, os surrealistas contra o neo-realismo,
a Poesia 61 ou a Poesia Experimental pondo em causa alguma poesia dos
anos 50, etc. -, num processo que tem vindo a esbater-se ou mesmo a desaparecer
ao longo das últimas décadas. De resto, a própria lógica da formação de grupos
e movimentos entrou em declínio e a poesia actual encontra-se disseminada por
obras individuais cujo desenho global dá corpo a uma pluralidade de universos
singulares. Em todo o caso, pode sublinhar-se com alguma ênfase que os poetas
mais recentes não escrevem directamente contra a geração anterior, indo
colher influências a um largo espectro cultural, que muitas vezes relaciona a
poesia com outras formas de expressão - o cinema, a música, as artes visuais,
etc. Além disso, eles tendem a integrar nas respectivas obras todo o lastro de
um passado e de uma tradição literária, que surge modulado e matizado consoante
as suas obsessões pessoais e segundo perspectivas por vezes carregadas de uma
ironia tanto mais subtil quanto se mostra capaz de reflectir e de refractar o
desconforto em face dessa herança - a herança de um século que terminou e em
cuja poesia se coloca agora outro problema, o da maior ou menor originalidade
da criação poética individual.
De facto, a nossa época talvez esteja
a reformular a questão da originalidade, que para os românticos implicava uma entrega
à subjectividade e que para as vanguardas envolvia sobretudo uma atitude de
pesquisa ao nível dos efeitos de linguagem. Ora, nos nossos dias o que se passa
é que cada autor procura marcar a sua diferença por meios talvez mais subtis,
sem cultivar com a mesma veemência os efeitos de originalidade mais gritantes -
o que nos tem levado a uma situação algo paradoxal, já que os poetas, não
atribuindo tanta importância ao facto de serem considerados originais, estão a
ser, num certo sentido, ainda mais originais, por estarem a romper com a tradição
da ruptura que terá vigorado até aos anos 60/70.
2. Talvez este género de reflexões
não nos adiante muito quanto à indagação do lugar que a poesia ocupa hoje na
literatura e na sociedade em geral: quanto aos hábitos de leitura, dir-se-ia que,
apesar de a situação em Portugal se mostrar comparativamente melhor do que
noutros países onde se lê menos poesia, terá ocorrido, ao longo de todo o século
XX, uma certa perda de importância desse género literário, uma certa diminuição
da sua visibilidade pública. No entanto, a propósito desse tema já tão
discutido, gostaria de realçar dois pontos fundamentais - por um lado, não
penso que a poesia corra o perigo de se tornar demasiado minoritária, porque, embora
alguns poetas escrevam quase em circuito fechado e sejam conhecidos por uma
escassa percentagem de leitores, a poesia não entrou em nenhum limbo e, mesmo
de um ponto de vista estritamente mediático, o seu território continua a atrair
alguma atenção crítica nas páginas dos jornais de referência2.
O segundo ponto a destacar prende-se
com as causas dessa vocação minoritária que a poesia foi assumindo e que, por
sua vez, radicarão em duas ordens de factores - uma intrínseca, inerente à
própria matéria da poesia, digamos assim, e a outra derivando de questões
sociológicas. Começando por esta última, é impossível negar que, em face do que
sucedia há 30 ou 40 anos, as pessoas dispõem hoje de maior quantidade de estímulos
susceptíveis de atrair a sua sensibilidade, de alargar o seu mundo e de ocupar
o seu tempo, repartindo-o de maneiras mais diversificadas do que antigamente.
Neste contexto, é inevitável que o peso relativo da poesia tenha sofrido alguma
redução, mas isso não me parece, em si mesmo, particularmente preocupante.
Quanto aos motivos intrínsecos que
poderão ter afastado alguns leitores ao longo do século XX, dependeram de um
registo de linguagem por vezes menos acessível a uma fácil comunicação, tornando
algumas obras mais herméticas e menos propensas a cativar um grande número de
pessoas. Faço apenas uma constatação - que não implica qualquer juízo de valor -,
mas, de facto, desde as correntes simbolistas de finais do século XIX que os
poetas ganharam maior consciência da natureza verbal da sua arte e se
distanciaram mais das expectativas do público, processo que, mutatis
mutandis, também ocorreu noutras artes no século XX, como no caso da música
atonaI ou da pintura abstracta.
De qualquer modo, não creio que para
a generalidade dos poetas mais novos estas considerações sejam muito
pertinentes, precisamente porque nos últimos tempos esse gosto pelo hermetismo
parece menos exacerbado. Outra questão será a que nos leva a reflectir sobre o
espaço ocupado pela poesia dentro do próprio campo das obras literárias, ou
seja, o problema de tentar saber o que pode hoje distinguir a poesia em comparação
com outros géneros literários. A esse respeito, não constitui novidade para
ninguém afirmar que o século XX misturou bastante as tradicionais fronteiras
genológicas, sendo hoje por vezes difícil separar com nitidez a poesia, a
narrativa, o ensaio e outros textos quase inclassificáveis. Basta percorrer as
páginas de alguns dos nossos prosadores ou alguns poemas que comportam uma dimensão
narrativa para verificarmos como tais limites se tornaram inoperantes e nos
passaram a servir, sobretudo, para os efeitos práticos de arrumação dos livros
nas estantes das bibliotecas. No fundo, dispomos hoje da liberdade de seguir o
conselho dado por Irene Lisboa, quando escrevia, na abertura do seu livro Outono
Havias de Vir (1937, sob
o pseudónimo de João Falco): "Ao que vos parecer verso chamai verso / e ao
resto chamai prosa". Ao lermos uma boa parte dos poetas actuais, é assim
que teremos de proceder, embora certos efeitos de ritmo, de métrica, de rima e de
sonoridade em geral se mantenham com maior relevância na poesia do que na
maioria da prosa.
3. Ainda a respeito do papel hoje
desempenhado pela poesia, gostaria de recordar um texto algo polémico (e quase
programático de um certo grupo, o dos "poetas da experiência") da autoria
do poeta e ensaísta espanhol Luis García Montero, no qual, ao prefaciar em 1992
um volume de outro poeta – Felipe Benítez Reyes3 -, se refere aos
poetas mais novos como praticantes de uma "poesia depois da poesia",
quase uma pós-poesia, talvez por influência do prefixo pós- noutros
contextos contemporâneos. Na sua perspectiva, isso significa que as vanguardas,
tendo levado às últimas consequências isso a que chama a "sacralização da
tarefa artística" (p. 11), chegaram a um ponto-limite, a partir do qual
surgiu a necessidade de uma concepção mais sensata da arte. Desse modo, a
poesia passa a funcionar num registo diferente, mais próximo de uma realidade empírica
eventualmente partilhável com o leitor. Assim, e segundo García Montero, "o
poema é um artifício convencional (como um Estado político, uma sociedade ou um
jogo de futebol) que obedece a certas regras e precisa de estar à altura do leitor
para se tornar verosímil (...). Na poesia da experiência, o poema é entendido como
um território apto a criar uma experiência viva, um simulacro aberto à possível
identificação do leitor" (p.13).
É claro que quando García Montero alude
a uma poesia que possa resultar "verosímil", coloca-se o problema de saber
de que tipo de verosimilhança se trata, porque, se nos cingirmos à noção mais
comum para a narrativa - histórias que poderiam ter acontecido, que são
semelhantes a uma hipotética verdade -, então isso restringiria
consideravelmente o terreno da poesia. Creio, no entanto, que neste caso a
verosimilhança deve ser olhada em sentido lato, sobretudo como um modo de fazer
com que um poema seja capaz de induzir no leitor uma sugestão emocional ou um efeito
de verdade, permitindo configurar uma zona de contacto apta a reflectir, ou
melhor, a refractar um universo, e a transfundir para o leitor um eco - embora
sempre distorcido, infiel ‑ da experiência veiculada pelo poema. Tal atitude não
obriga, porém, ao confessionalismo ou a uma transposição biográfica, já que, mesmo
para estes poetas ditos "da experiência", subsiste obviamente uma
separação entre a personalidade do autor e a voz que enuncia ou protagoniza
muitos dos seus poemas. Assiste-se, portanto, em diversa poesia actual - e
talvez isto seja igualmente válido para Portugal -, a uma flutuação do sujeito
lírico, a essa tendência para transformar o poema num texto ficcional, embora
impregnado pela verdade de quem o escreve.
Esta questão prende-se com o conceito
de poesia, hoje, e neste caso é o próprio Felipe Benítez Reyes a dar-nos a
seguinte definição: "Poesia é a
sensação que pode ser produzida por um bom poema" (p .13). Creio que
poderia subscrever facilmente esta ideia - que valoriza essencialmente um
efeito de leitura -, mas parecem mais discutíveis outras reflexões do mesmo
Felipe Benítez quanto à natureza dessa sensação. É que, do seu ponto de vista, "a sugestão
emocional provocada por um bom poema não é diferente (…) da que pode ser
provocada pelo primeiro golo de um bom bourbon, a contemplação de umas
pernas bonitas ou o cair da tarde numa bela paisagem. Quer dizer: uma sugestão
intensa e fugaz que acaba por fazer da vida um assunto interessante e
complexo" (p.16). Aqui, haveria que ressalvar uma diferença estética
específica que individualiza a literatura, e que reside no facto de ela actuar
em nós graças à linguagem verbal, o que não sucede com os outros casos citados
por Felipe Benítez. As emoções comunicadas por um texto nascem sempre da associação
de certas palavras umas às outras, e sobretudo por sentirmos que só aquelas
palavras poderiam estar ali, naquelas posições especiais, como se não
pudesse ser de outro modo. Ou seja, a linguagem da experiência não poderá, afinal,
prescindir de uma intensa experiência da linguagem, para se transformar em poesia.
4. Igualmente relacionada com esta
questão muito actual para os poetas mais novos, portugueses e de outras
culturas - refiro-me ao equilíbrio sempre de algum modo instável entre palavras
e emoções, e à capacidade de umas e outras serem ainda comunicantes -, está uma
tendência também relativamente recente da poesia norte-americana, à qual se tem
chamar do "expansive poetry": integrando numerosos poetas da nova geração,
a expansive poetry costuma ser definida pela sua desconfiança face às
vanguardas, mas também pela sua vocação geralmente narrativa e pelo relativo
menosprezo da pesquisa puramente técnica, a favor de uma ênfase no sentido, carregada
de fortes elementos dramáticos e narrativos. Afastando-se das correntes que
exploram sobretudo os efeitos de linguagem, mas longe também do
confessionalismo mais derramado, os poetas ligados à expansive poetry manifestam,
além disso, uma certa predilecção por formas poéticas regulares, utilizando a
métrica ou a rima de um modo flexível4.
Um dos melhores representantes desta
atitude tem sido, a meu ver, o poeta Dana Gioia (n.1950), de quem passo a transcrever
na íntegra o seguinte texto:
The stars now
rearrange themselves above you
but to no effect.
Tonight,
only for tonight, their
powers lapse,
and you must look
toward earth. There will be
no comets now, no
pointing star
to lead where you
know you must go.
Look for smaller
signs instead, the fine
disturbances of
ordered things when suddenly
the rhythms of your
expectation break
and in a moment's
pause another world
reveals itself
behind the ordinary.
And one small
detail out of Place will be
enough to let you
know: a missing ring,
a breath, a
footfall or a sudden breeze,
a crack of light
beneath a darkened door.5
Numa rápida leitura da estrofe
inicial, encontramos desde logo a noção de que havia, num tempo anterior, um
ponto de referência - neste caso as estrelas, que, ao combinarem-se
entre si, dariam origem a uma constelação orientadora, para a qual o poeta poderia
dirigir o olhar em busca de um caminho. No entanto, se bem que esse movimento
celeste ainda ocorra e as estrelas se tenham voltado a ordenar entre si, tal
processo não origina nenhum efeito particular e, acima de tudo, não actua sobre
o sujeito com nenhum poder, deixando-o a sós com a terra e com os seus
elementos, longe da influência de quaisquer corpos celestes onde fosse possível
discernir um norte. Todavia, apesar disso, o sujeito sabe para onde deve ir (v.
6) e continua a alimentar uma convicção quanto à finalidade desse percurso, embora
tendo perdido qualquer bússola celeste que lhe indicasse um rumo definido.
Na segunda estrofe, deparamos com as consequências
dessa falta de orientação, e o poeta é por isso aconselhado a procurar os mais ínfimos
sinais terrestres, a descer aos mínimos pormenores que pareçam apresentar-se
subtilmente diferentes ou perturbadores da ordem habitual. Desse modo se cria
uma relação entre as expectativas do sujeito e os acontecimentos inesperados
que vêm alterar tais expectativas, dando origem a nada menos que um "outro
mundo" - um mundo que existe à superfície das coisas, que respira com elas,
que é inerente à sua própria substância, mas que apenas consegue revelar-se
para lá de tudo o que é considerado mais vulgar ou habitual, embora parta exactamente
daí.
A tarefa do sujeito consistirá,
portanto, em saber auscultar a orquestração quase imperceptível desses sinais à
primeira vista insignificantes - tal como nos diz a última estrofe. Então, para
encontrar o caminho, bastará reparar com atenção numa qualquer dessas pequenas alterações
à ordem habitual das coisas visíveis: uma aliança que desapareceu, o sopro de uma
respiração que não sabemos de onde vem, o ruído de passos que ecoam na noite, uma
brisa que chega de súbito e nos roça ao de leve, enfim, tudo isso que no último
verso se exprime como um pressentimento luminoso, uma luz muito rápida - "a
crack of light" -, algo que mal se deixa entrever e logo se escoa sob uma
porta obscurecida, uma porta por onde talvez nunca cheguemos a entrar.
5. Para terminar, direi que talvez um
poema como o que acabo de ler possa simbolizar a posição que nesta viragem de século
e de milénio é a de alguns novos poetas perante a escrita, e sobretudo o tipo
de ligação que essa escrita é capaz de criar com o real e com as nossas percepções
desse real: por um lado, sabemos que se perdeu a ilusão de um poder superior em
cuja força se baseava a descoberta de um rumo, de uma orientação quase sagrada
para o acto poético, mas simultaneamente sabemos também que, mesmo remetidos ao
pequeno mundo das pequenas coisas que nos rodeiam, permanece inscrita uma espécie
de lei que ainda comanda os nossos sentidos e os faz estremecer com alguns ínfimos
sinais, detectáveis à superfície das coisas mais concretas, mas abrindo nelas
uma porta obscura, que corresponde ao que há de desconhecido em nós mesmos e no
mundo. Só esse desconhecido vale a pena quando se trata de poesia - e é dele
que nos continuam e continuarão a falar os poetas ao longo do século XXI.
______________
1.
José Ricardo Nunes, 9 Poetas para o Século XXI, Coimbra, Angelus
Novus, 2002, p. 8. Como espelho possível dessa renovação, pode referir-se, por
exemplo, a recente antologia Anos 90 e Agora (Famalicão, Quasi ed.),
organizada por Jorge Reis-S.
2. Veja-se a recente polémica
entre a crítica dita "universitária" e a crítica considerada "jornalística".
3. Luis García Montero,
"La poesia después de la poesía", prefácio a Felipe Benítez Reyes, Poesía
(1979/87), Madrid , Hiperion, 1992. Ver também, quanto a este assunto, o
livro do mesmo García Montero e de Antonio Muñoz Molina, Por qué no es útil
la literatura?, Madrid, Hiperion, 1993.
4. Veja-se a este respeito,
por exemplo, o livro de Kevin Walzer, The Ghost of Tradition: Expansive Poetry
and Pastmodernism, Story Line Press, 1998.
5. Este poema foi retirado do livro Daily Horoscope, Greywolf, St. Paul, 1986.
5. Este poema foi retirado do livro Daily Horoscope, Greywolf, St. Paul, 1986.
http://www.relampago.pt/
RELÂMPAGO N.º 12. 4|2003
Director deste Número: Fernando Pinto do Amaral. Conselho Editorial: Carlos Mendes de Sousa, Gastão Cruz, Paulo Teixeira.
ARTES POÉTICAS
NOVA POESIA PORTUGUESA
Carlos Bessa
João Luís Barreto Guimarães Jorge Gomes Miranda José Mário Silva José Miguel Silva José Ricardo Nunes José Tolentino Mendonça Luís Quintais Manuel de Freitas Paulo José Miranda Pedro Mexia Rui Coias Rui Pires Cabral ENSAIO
NOVA POESIA PORTUGUESA
António Guerreiro – Alguns aspectos da poesia contemporânea
Fernando Pinto do Amaral – A porta escura da poesia Gastão Cruz – “Nova poesia” e “poesia nova” Rosa Maria Martelo – Reencontrar o leitor Vítor Moura – O giroscópio |
Sem comentários:
Enviar um comentário