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Sou
tão velha que meus amantes já são nomes de ruas
Sou
tão velha que minhas vontades já estão nuas
Sou
tão velha que minhas verdades já são as suas.
Eu
sou do tempo em que se fumava no cinema.
Sou
tão velha que minha voz agora é boa para ler um poema.
Sou
livre:
Posso
fazer o que quiser que ninguém liga.
Parte
de mim
Mora
numa foto antiga.
Greta Benitez, Canção
Antiqüe. Patuá, 2013
Greta Benitez |
BORDADO
Hoje
estou fácil para você.
na
vitrine, de graça (quase).
Cantando
na praça
Bordando
uma frase
Tricotando
passos à sua procura pelas ruas
Hoje,
mas só por hoje,
Minhas tatuagens são suas.
Greta Benitez (Curitiba, 1971)
CARREIRO, José. “Greta
Benitez”. Portugal, Folha de Poesia, 04-12-2021. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2021/12/greta-benitez.html
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