A Leontina d’Aguiar
(12/12/1928 – 10/11/2021)
Como último recorte da planície
assim vejo o rebentar da morte.
Talvez um semitom aí se agite
e oscile perdurável por entre as ervas,
registo da razão sempiterna.
Devagar no lugar que o tom ocupa
subimos devolutos na escala determinada
brandindo.
Queria
por aqui dizer não ao vento contrário,
a mão sob as vísceras, o óleo na testa.
Oh
botão de fraca chuva,
lava na margem as mãos mergulhadas
e dos dedos os atilhos desata
para
que pegado ao tempo
este
se desfaça.
José Maria Aguiar Carreiro
"flower", por mememe, twitter, 2021-11-26 |
CARREIRO, José. “Último
recorte da planície”. Portugal, Folha de Poesia, 29-11-2021.
Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2021/11/ultimo-recorte-da-planicie-jose-carreiro.html
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