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Cada
coisa a seu tempo tem seu tempo. |
Ricardo Reis, Poesia, edição de
Manuela Parreira da Silva, Lisboa, Assírio & Alvim, 2000
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1 Deuses lares (verso 26) – deuses domésticos que
protegem a habitação e a família.
Apresente, de
forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
1. Relacione
o sentido do primeiro verso com as referências à Natureza presentes nos versos
2 a 4.
2. Refira
as normas de vida expostas nos versos 5 a 24, fundamentando a sua resposta com
referências textuais pertinentes.
3. Explicite
os valores simbólicos do espaço e do tempo em que ocorrem as recordações do
passado.
4. Explique
o conteúdo das duas últimas estrofes enquanto conclusão do poema.
Cenários de
resposta
1. No primeiro verso, o
sujeito poético expõe a ideia de que tudo ocorre num contexto preciso,
determinado pelo curso natural das coisas.
As referências à Natureza
presentes nos versos 2 a 4 sustentam esta ideia, fornecendo exemplos concretos.
Estes mostram que a cada estação do ano corresponde um ambiente específico: no
inverno, há frio e neve e é na primavera que as árvores florescem.
2. De acordo com os versos 5
a 24, é importante:
– viver de forma moderada
e tranquila – «Com mais sossego amemos / A nossa incerta vida.» (vv. 7 e 8);
– evitar todo o esforço
inútil – «Não puxemos a voz / Acima de um segredo» (vv. 11 e 12);
– lembrar o passado de
forma ligeira, despreocupada e breve – «E casuais, interrompidas sejam / Nossas
palavras de reminiscência» (vv. 13 e 14);
– rememorar as histórias
«que nos falem» (v. 20) da «infância» (v. 21).
3. As recordações do passado
ocorrem:
– numa noite de inverno,
que, metaforicamente, corresponde à velhice;
– à «hora dos cansaços»
(v. 10), propícia à rememoração e ao diálogo calmo e íntimo;
– à «lareira» (vv. 9 e
25), espaço associado ao conforto e à proteção.
4. As duas últimas estrofes
sintetizam as ideias apresentadas anteriormente. Reafirma-se que a passagem do
tempo conduz inevitavelmente à noite da vida e à recordação do «outrora» (v.
28).
Chegado este momento, deve
adotar-se uma atitude serena, semelhante à dos «Deuses lares» (v. 26), e rememorar
o passado de modo a tornar a passagem do tempo aceitável e agradável no
presente.
Fonte: Exame Nacional do Ensino Secundário n.º
639 (Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho). Prova Escrita de Português -
12.º Ano de Escolaridade. Portugal, GAVE-Gabinete
de Avaliação Educacional, 2013, 1.ª Fase
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- In: Lusofonia, https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/PT/literatura-portuguesa/fernando_pessoa, 2021 (3.ª edição)
- e Folha de Poesia, 17-05-2018. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2018/05/fernando-pessoa-13061888-30111935.html
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