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O ANDAIME |
Poesias. Fernando Pessoa. (Nota
explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15.ª
ed. 1995). - 230.
1.ª publ. in Presença,
n.º 30-32J. Coimbra: junho 1931.
Disponível em: http://arquivopessoa.net/textos/4207
A casa
por fabricar: uma leitura do poema «Andaime» de Fernando Pessoa
1. Fala-se de Fernando Pessoa como se fala
de um nosso amigo próximo. Anda na boca de toda a gente: desde os simples
empregados de escritório até aos políticos que o citam nos seus discursos
parlamentares ou nos comícios partidários. É pau para toda a colher. Pintam-no
nas paredes e nos postes eléctricos, pelas ruas, vêm fotos nos jornais,
fazem-se programas de rádio e televisão, usam-no até para vender máquinas de
escrever.
Porém, este conhecimento, este andar de
boca em boca é superficial. Poucos sabem realmente quem foi Fernando Pessoa,
poucos lêem e compreendem a sua obra. Ele próprio passara a existência a tentar
descobrir quem vivia dentro de si, que significado haveria por detrás dos seus
pensamentos. A pergunta «quem não sou?» é posta ao longo de toda a sua obra.
É nossa pretensão neste estudo definir
algumas fronteiras de Pessoa ortónimo, servindo-nos de um dos seus poemas menos
«badalados»: "O Andaime". Sabemos que o devaneio lírico e a
musicalidade caracterizam a forma de ser poeta na perspectiva ortónima. A
dificuldade maior será abrir sendas pela imensidade florestal que é toda a obra
poética deste grande da nossa literatura. Ele é tudo e em todos os heterónimos
há afinidades, semelhanças que, no fundo, o tornam único.
É característico de Pessoa ortónimo a
abundância de aliterações e de rimas internas. A linguagem é sóbria e
intimista. A nível temático, a maior parte das composições que constituem o Cancioneiro,
chora uma felicidade passada, para lá da infância. A inquietação metafísica
perpassa por cada verso, bem medido, longe do caudal impetuoso e aparentemente
desgovernado de Álvaro de Campos.
É isso que tentaremos verificar no poema
"O Andaime", publicado na revista Presença em junho de 1931.
2. Fernando Pessoa intitulou o poema de
"O Andaime", aparecendo a mesma palavra na última estrofe da
composição. Andaime é um vocábulo de origem árabe que os dicionários
descrevem como uma armação de madeira ou ferro de que se servem os pedreiros
para construir um edifício, sendo desmontada após a construção. É também
utilizado para restauro de paredes de edifícios arruinados. Porquê o andaime
nesta composição? Diz António Quadros que há sempre na poesia de Pessoa «um
trilho para as alturas, uma temática de levitação para além de tudo» (Quadros,
1987: 62). Palavras como sol, sobe e o próprio andaime são
disso testemunhas no poema em análise.
O andaime é um meio de fazer erguer, para
elevar às alturas, as paredes de uma casa. No poema, a casa é a vida do poeta.
Contrapõe-se a altura do sol e do andaime à planura do rio e do mar. a «casa
por fabricar» é o que nunca chegou a ser; o andaime as esperanças
irrealizáveis, o projecto inconcluso, a ilusão que se revelou numa mentira. O
andaime, afinal, não serviu para construir a casa; era inútil como a vida e
seus anseios.
A casa, na simbologia geral, é o centro do
mundo e significa o ser interior, o refúgio íntimo de cada homem. Nesta composição,
o poeta sente-se vazio, pois a casa não chegou a ser edificada. O seu interior,
a sua alma, é um vácuo enorme rodeado por um andaime inútil.
Fernando Pessoa tem uma imaginação aquática
por excelência. É quase obsessivo o tema da água na sua obra. Lembremo-nos das
odes de Álvaro de Campos, um engenheiro naval, e da Mensagem. No poema
em análise temos o rio, as ondas, as águas lentas e mansas, o mar.
O rio, como escoamento das águas, é símbolo
de fertilidade, de morte e de renovação. A corrente é a vida; a água descendo
para o oceano e o ajuntamento das águas o retorno à indiferenciação (cf.
Chevalier, 1982: 449). O poeta recorda o seu passado olhando as ondas do rio.
Elas lembram-lhe a vida «vivida em vão». O «correr vazio» do rio é como a própria
vida. O poeta está na margem sossegado e não encontra nenhuma razão para
explicar o seu sossego. Antes pelo contrário, deveria estar agitado,
inconformado com aquilo em que se tornou. Olha com indiferença as ondas,
ouvindo o «som morto das águas». Tudo passa, tudo vai, como a corrente do rio.
A velha ideia heraclitiana está aqui bem presente. No fragmento 12 da edição de
Diels, diz Heraclito: «ceux qui entrent dans les mêsmes fleuves reçoivent le
courant d'autres et d'autres eaux et les âmes s'exhalent des substance
humides».
As ondas indicam uma ruptura com a vida
habitual, uma mudança nas ideias, atitudes, nos comportamentos do sujeito
(Chevalier, 1982: 450). O poeta de "O Andaime" descreve-as tão leves
que nem são «ondas sequer». O corte entre o passado e a tomada de consciência
no presente é radical. Todo o seu passado foi um grande erro, um engano
colossal.
As águas lentas e mansas remetem-nos para a
obra de Bachelard, L'Eau et les Rêves. Diz Bachelard que a água leva «au
loin, l'eau passe comme les jours» (Bachelard: 125). «Elle este une substance
pleine de réminiscenses et de rêveries divinatrices» (Ibidem: 122). É a
mestra da linguagem fluida, da linguagem sem choques, contínua, da linguagem
que abranda o ritmo, que transforma em matéria uniforme os ritmos diferentes
(cf. Ibidem: 250). Paul Claudel dizia que tudo o que o coração deseja se
pode reduzir à figura da água.
As águas calmas e lentas simbolizam o
desejo da morte: «pour certaines âmes, l'eau tient vraiment la mort dans sa
substance. Elle comunique une rêverie où l'horreur est lente et tranquile»
(Bachelard: 122; cf. Ibidem: 66). As águas mansas funcionam como um
convite à morte. Para Heraclito, a morte era a própria água. É expressivo o uso
do adjectivo morto no poema de Pessoa, associado ao som das águas e ao
eu do poeta.
O mar é símbolo da dinâmica da vida. Tudo
sai do mar e a ele regressa. Aí se nasce e aí se morre. É a encarnação da
Grande Mãe, de que fala Gilbert Durand. O poeta pede às ondas que o levem «Para
o olvido do mar». É o desejo do retorno ao seio materno, à indiferenciação. Só
o mar é remédio, só as suas águas o podem envolver no esquecimento.
O complexo de Caronte, assim designado por
Bachelard, parece reflectir-se neste poema de Fernando Pessoa. O apelo que o
poeta faz às ondas para que o levem, lembra um outro de Baudelaire em Les
Fleures du Mal: «O mort, vieux capitaine, il est temps! Levons l'ancre!»
Tudo o que de lento há na morte é marcado pela figura do barqueiro horrível. As
ondas, o rio que corre, são o caminho de Caronte a transportar a alma do poeta
para o mar alto, o túmulo do «olvido». O rio não é o objectivo, mas o meio para
alcançar a paz plena do mar e do indefinido.
Na Teogonia de Hesíodo, a água doce
estagnada dos rios e a água fecunda e furiosa do oceano antagonizam-se. a paz
que o poeta deseja não é o marasmo, a inércia que sobre si se abate quando olha
o rio preguiçoso. É a paz espumante do oceano, larga e abrupta numa eterna
aventura desigual e única. Talvez do mar renasça um novo ser e a vida recomece,
menos ilusória, menos enganadora.
Sabemos que o sonho é um veículo de criação
de símbolos. Fernando Pessoa é um sonhador. Ele próprio o diz: «Toda a minha
vida foi de passividade e de sonho».
O cepticismo pela vida real transforma-se,
no poema "O Andaime", num cepticismo pela vida de sonho. O poeta
encara o passado como um sonho vão. Nada do que sonhara se realizou, a sua vida
foi uma inteira desilusão. O estado natural do poeta era o sonho. Como a
realidade era dolorosa, efémera, rotineira, refugiava-se na fantasia. O alívio,
diz João Mendes, procurava-o «no sonho, não só como evasão da vida angustiada e
sem solução; mas porque de facto o sonho se torna mais verdadeiro que a
realidade concreta» (Mendes, 1983: 287). Porém, em "O Andaime", o
poeta descobre que também o sonho é enganador e absurdo. A vida e o sonho são
ambos sonhos. Nada é útil para resolver o conflito interior. Resta a morte, o
«olvido». A futilidade da vida consciente e o absurdo do inconsciente obrigam o
poeta a preferir o seio do mar.
A infância é símbolo da inocência e da
simplicidade, o estado anterior ao erro. A saudade do tempo de criança é uma
constante que atravessa toda a obra de Fernando Pessoa. Sabemos que até aos
seis anos ele fora exclusivamente o «menino de sua mãe» e que, a partir daí,
tivera de repartir com os seus irmãos recém-chegados essa exclusividade. Tal
evento «repercutiu-se-lhe profundamente na alma, tornando-se uma criança e
depois um jovem ensimesmado, solitário, introspectivo, melancólico, que
procurou sucessivos escapes para a situação ressentida como de abandono e dupla
orfandade» (Quadros, 1987: 24). Também no poema "O Andaime" parece
delinear-se esta problemática, implicitamente no desejo de retorno ao seio
materno atrás explicitado, e na alusão à «bola de criança». Na quintilha
terceira, o poeta compara a sua esperança e o seu desejo a uma bola. A bola
atirada por uma criança ao alto sobe mais do que a esperança que sente, do que
o desejo que tem. As crianças são solícitas. Ele, ao contrário, é morno, quase
frio, impotente de vontade. Talvez quando criança fosse mais perseverante nos
seus desejos e esperanças.
As recordações afluem-lhe à memória com a
correnteza fluvial. Mas essa correnteza leva, juntamente com as esperanças, os
sonhos irrealizáveis. O poeta está de mãos vazios perante o rio que corre.
Ressalta um sentimento de fatalidade angustiante, «de fracasso metafísico, de
queda de um sonho anterior» (Quadros, 1987: 56). As esperanças estão mortas
porque já não acredita nelas; mas hão-de morrer porque ainda não as esqueceu. O
poeta sente-se um morto, como cadáver que deu à margem do rio.
Mantinha-o uma visão irreal, impossível:
«Só no palco era rainha / Despiu-se e o reino acabou». Ele encontrou-se,
«Quando estava já perdido». É como chegar atrasado a um encontro que não foi
marcado. Tal como um louco, teimava no que não tinha solução. A sensação de
loucura é própria de alguém que choca com a realidade e que não a aceita ou a
compreende de uma forma desviante. Agora cai em si e vê o engano. Apenas um
sonho liga o seu pensamento ao corpo: ser muro de jardim.
A simbologia do muro e do jardim tem a sua
importância para a compreensão do poema. O muro simboliza a comunicação
cortada, interrompida. Pode servir para defesa, protecção, mas é ao mesmo tempo
símbolo de cárcere. O jardim simboliza o paraíso terrestre, celeste ou cósmico.
Aparece nos sonhos como a expressão de um desejo puro. O muro de jardim mantém
as forças internas que florescem. Não se penetra no jardim senão por uma porta
estreita (Cf. Chevalier, 1982: 531-533). Contudo, o poeta fala de um «deserto
jardim». Não tem árvores nem canteiros de flores. Está deserto como a sua
própria alma. Deste modo, o paraíso que o jardim simboliza torna-se o vazio, a
ausência da felicidade; o muro o corte, o impedimento de realizar o sonhado. O
corpo do poeta é o muro da alma, o guardião, a defesa do que já nada há para
guardar. O jardim é a sua alma árida e deserta, sem sonhos, sem vida, sem
passado, sem futuro.
3. A intertextualidade é, como a considera
Bakhtine, descobrir num texto outras vozes escondidas. É a presença polifónica
de várias vozes num texto literário. Formulado este conceito por Julia Kristeva
nos anos 60, já Baudelaire, no século XIX, se referira implicitamente a ele.
Baudelaire considerava o cérebro humano como sendo constituído por camadas que
se inter-relacionam. Do mesmo modo um texto literário é contituído por camadas,
externas ou internas ao escritor, que se inter-relacionam (Silva, 1986: 624 e
seguintes).
Há vários tipos de intertextualidade. Os
que nos interessam para a busca de analogias no poema "O Andaime" são
a hetero-autoral, que é a relação de um texto literário com textos de outros
escritores; e a homo-autoral. Nesta, o autor espelha a sua própria obra.
A intertextualidade pressupõe sempre outros
textos. Procuraremos sugerir, nos próximos parágrafos, a possível analogia de
"O Andaime" com vários textos do mesmo autor e de outros autores.
Se compararmos esta composição com a
"Sôbolos Rios" de Camões, deparamos com uma afinidade na forma estrófica,
métrica e rítmica. A afinidade do vocabulário e de certa temática parece-nos
igualmente similar. Expressões em "Sôbolos Rios" como lembranças,
tempo passado, rio corrente, sonho imaginado, Quantos enganos / Faz o tempo às
esperanças, um gosto que hoje se alcança, desejo em desejo, por sol, por neves,
mal presente, são rios estas águas e a morte indicam uma franca
analogia com o poema de Fernando Pessoa.
Camões adapta o que diz o salmo 136, Super
Flumina Babylonis, à sua própria vida. No salmo, os judeus, «desterrados na
Babilónia, choram o tempo em que viveram felizes na sua terra (Saraiva, 1980:
100). Assim, o poeta, na margem do rio, chora o tempo passado e o seu mal
presente. Reconhece, contudo, que o que passou não lhe dá contentamento nenhum.
Ficou-lhe apenas a lembrança de uma esperança perdida. Aquilo que ele pensava
ser um grande bem é apenas desilusão. A luz, a resolução da crise, vem-lhe do
amor e da misericórdia divina, da Jerusalém celeste.
Fernando Pessoa, da mesma forma, olha as
águas correntes e nelas revê os enganos da sua vida passada. Todavia, não
resolve o conflito interior por uma saída escatológica, tal como em Camões. A
sua única saída é o «olvido do mar», o deixar-se arrastar pelas águas, sem
desejos, sem esperanças, ansiando apenas o esquecimento, o aniquilamento total.
Este é um dos exemplos mais característicos
da intertextualidade hetero-autoral. Cremos que Fernando Pessoa,
conscientemente ou não, foi influenciado pelo texto de "Sôbolos Rios"
no momento em que compunha o poema "O Andaime".
Da intertextualidade homo-autoral há
inúmeros exemplos, tanto no Fernando Pessoa ortónimo como no heterónimo.
Centrar-nos-emos no ortónimo.
Entre 1928 e 1933 Fernando Pessoa compôs
pelo menos cinco poemas tendo a paisagem fluvial como cenário. Um deles é
"O Andaime". A identidade vocabular e simbólica entre este e, por
exemplo "Na Ribeira deste Rio" e "Bóiam Leves" é flagrante.
No primeiro, o poeta passa os dias junto ao rio, olha-o, vê «os rastros que ele
traz» e o «que ficou para trás». Vê e medita, não no rio que passa, mas no que
vai pensando. Na segunda composição, as águas paradas absorvem a imaginação do
poeta. Os seus pensamentos de mágoa «bóiam leves», como Ofélia morta. «São
coisas vestindo nadas», «vestígios do que não foi».
No poema sem data "Na Quinta entre
Ciprestes", o devir heraclitiano está também presente: «No rio ao pé dos
salgueiros / Passam as águas em vão». Trazem consigo tristezas de outras gentes
que, juntas com as do poeta, aumentam o seu caudal.
Em 1933 escreve "Entre o Sono e o
Sonho". O poeta, neste poema, diz que entre si e aquilo que supõe ser
«corre um rio». Esse rio é o passado, a vida que foi: «Chegou onde hoje habito
/ A casa que hoje sou». O passado dormente morre no rio que desliza.
4. Abordámos no nosso estudo alguns pontos
que nos parecem importantes para uma maior clarividência de um dos poemas que
consideramos fundamental para o entendimento da poética de Fernando Pessoa.
Longe dos moldes modernistas, o poema "O Andaime" ressente-se de certa
atmosfera simbolista. Da abordagem simbólica e temática, concluímos da presença
no poeta de um cepticismo perante a vida real e de sonho, ambas enganadoras e
fúteis, e do desejo da morte. A longa composição de Camões "Sôbolos
Rios" não terá sido de todo estranha a Fernando Pessoa quando da
construção de "O Andaime", uma vez que há ressaibos análogos em ambos
os poemas. A temática do rio que corre como vida que passa em retrospectiva é
uma recorrência em muitas das composições poéticas da obra ortónima de Fernando
Pessoa.
Fernando Pessoa não é um poeta apenas para
ser falado. A fama corrompe e a moda passa. Saber ler Pessoa é descobrir os
seus dramas e, por ele, tentar compreende os nossos. Foi um homem vulgar,
correspondente comercial de firmas medíocres. Porém, soube olhar para dentro de
si, para a rua onde passava, o quarto onde dormia, o mar que se fixava no
horizonte, e descobriu o para lá: «Vi todas as coisas e maravilhei-me de
tudo / Mas tudo sobrou ou foi pouco».
BIBLIOGRAFIA
BACHELARD, Gaston (19--), L'Eau et les Rêves, 6ª ed., Paris,
Librairie José Corti.
CHEVALIER, Jean e Alain GHEERBRANT (1982), Dictionnaire des Symboles,
Paris, Éditions Robert Laffont.
MENDES, João (1983), Literatura Portuguesa IV, 2ª ed., Lisboa,
Editorial Verbo.
PESSOA, Fernando (1958), Poesias, 5ª ed., Lisboa, Edições Ática
(daqui se extraiu o poema "O Andaime", pp. 232-234).
QUADROS, António (1987), «Introdução à Vida e Obra Poética de Fernando
Pessoa», em Poemas de Alberto Caeiro, Mem Martins, Publicações
Europa-América.
SARAIVA, António José (1980), Luís de Camões, 3ª ed., Amadora,
Livraria Bertrand.
SILVA, Aguiar Vítor Manuel de (1986), Teoria da Literatura, 7ª ed.,
Coimbra, Livraria Almedina.
José Leon Machado, 1991
Disponível em: http://www.ipn.pt/literatura/letras/ensaio15.htm
(consultado em 12-01-2003)
Poderá também gostar de:
Fernando Pessoa
- Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária da
obra de Fernando Pessoa, por José Carreiro.
- In: Lusofonia, https://sites.google.com/site/ciberlusofonia/PT/literatura-portuguesa/fernando_pessoa, 2021 (3.ª edição)
- e Folha de Poesia, 17-05-2018. Disponível em: https://folhadepoesia.blogspot.com/2018/05/fernando-pessoa-13061888-30111935.html
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