Noite
Milhões de barcos perdidos no mar!
Perdidos na noite!
As velas rasgadas de todos os ventos
Os lemes sem tino
vogando ao acaso
roçando no fundo
subindo a vaga
tocando as rochas!
E quantos e quantos naufragando...
Quem vem acender faróis na costa do mar bravo?!
Quem?!
Manuel da Fonseca, Obra Poética. Lisboa, Editorial Caminho, 1984, p. 61
O texto seguinte apresenta uma breve
análise de alguns dos recursos mobilizados no poema de Manuel da Fonseca.
Completa-o, selecionando a palavra
correta em cada espaço.
O poema
inicia-se com a referência a «Milhões de barcos perdidos no mar!/ Perdidos na
noite!», que não podem recorrer nem às «velas» nem aos «lemes».
Os versos
5 a 8, que têm, cada um, cinco sílabas métricas, atribuem um ritmo rápido / lento / inconstante
à descrição da situação enfrentada por esses barcos. O verso 9 indica o destino
inesperado / frequente
/ raro desses barcos, nomeadamente, através da repetição «E quantos
e quantos». Por sua vez, os versos 10 e 11 apresentam o pronome interrogativo
«Quem» destacado através da comparação / anáfora / enumeração. As perguntas aí colocadas
ficam sem resposta, o que acentua a ideia de perdição que percorre o poema.
Resposta:
Os versos 5 a 8, que têm, cada um, cinco sílabas
métricas, atribuem um ritmo rápido
à descrição da situação enfrentada por esses barcos. O verso 9 indica o destino
frequente desses
barcos, nomeadamente, através da repetição «E quantos e quantos». Por sua vez, os versos 10 e 11
apresentam o pronome interrogativo «Quem» destacado através da anáfora. As
perguntas aí colocadas ficam sem resposta, o que acentua a ideia de perdição
que percorre o poema.
Prova de Aferição
de Português. Prova 85 | 8.º Ano de Escolaridade | República Portuguesa –
Educação, Ciência e Inovação / Instituto de Avaliação Educativa, I. P. (IAVE), 03/06/2024 (Decreto-Lei
n.º 55/2018, de 6 de julho).
Texto de apoio
O poema
“Noite” de Manuel da Fonseca retrata uma cena de naufrágio e perdição no mar.
O poema
começa com a imagem de “Milhões de barcos perdidos no mar!” Essa imagem evoca a
vastidão do oceano e a vulnerabilidade dos barcos.
A
repetição da palavra “Perdidos na noite!” enfatiza a escuridão e a falta de
orientação. Os barcos estão à deriva, sem rumo, com “velas rasgadas de todos os
ventos” e “lemes sem tino”.
O verso 9
(“E quantos e quantos naufragando…”) sugere que muitos barcos enfrentam o mesmo
destino trágico. A repetição do pronome interrogativo “Quem” nos versos 10 e 11
destaca a impotência diante dessa situação. A ausência de respostas sugere que
a perdição é inevitável, o que reforça a sensação de desamparo e fatalidade.
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